Nova canção do exílio
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.
0 sentido do poema depende, em boa medida, do reconhecimento de que,
em sua composição, o autor se vale de uma relação intertextual com a
“Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. 0 que viabiliza a escolha do poema
gonçalvino como referência intertextual é, em primeiro lugar, o fato de ele
ser
Nova canção do exílio
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.
0 sentido do poema depende, em boa medida, do reconhecimento de que,
em sua composição, o autor se vale de uma relação intertextual com a
“Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. 0 que viabiliza a escolha do poema
gonçalvino como referência intertextual é, em primeiro lugar, o fato de ele
ser