Questõesde UNICENTRO sobre Interpretação de Textos

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Foram encontradas 157 questões
4cc311cd-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O sofrimento do sujeito poético é motivado pela

A
morte da amada.
B
dualidade do amor.
C
nostalgia duradoura.
D
perda da espiritualidade.
4cc6f85d-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Há uma dimensão hiperbólica da realidade no verso

A
“Apenas solta a luz a aurora fria” (v. 3).
B
“Ah cruel apreensão de uma saudade!” (v. 5).
C
“De uma falsa esperança fantasia” (v. 6).
D
“São da dor os espaços sem medida” (v.9).
4cbae01e-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

"O tabagismo é a maior causa evitável de mortes por doenças crônicas não transmissíveis. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), três milhões de fumantes morrem por ano de doenças relacionadas ao tabaco. Do total de fumantes, 70% desejam parar de fumar, mas apenas 5% conseguem fazê-lo sozinhos"


Lendo o trecho acima, conclui-se que existem pessoas que não desejam parar de fumar. É o que humoristicamente mostra o texto a seguir.

O paciente realmente está mal, muito nervoso e magro. Queixa-se de insônia. O médico aconselha:

— Vamos parar de fumar. No máximo, um cigarro após cada refeição, de início.

Quinze dias depois, o paciente aparece no consultório do médico com quem estivera antes. Está melhor e bem mais gordo.

— Vejam só, que beleza! — diz o médico. E como o senhor engordou! — acrescentou entusiasmado.


— Pudera! — diz o paciente. Com dez refeições por dia...

NO consultório... Coquetel de piadas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. p. 23.



A marca de humor dessa anedota consiste no fato de o paciente

A
deixar de acatar sumariamente a orientação médica.
B
confundir-se sobre a quantidade de refeições diária.
C
tentar ludibriar o médico, comendo mais para engordar e aparentar melhora em seu quadro clínico.
D
usar do expediente de fazer mais refeições para fumar mais, a fim de seguir recomendação médica.
39c5fc1b-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o léxico do texto, marque V ou F, conforme as afirmativas sejam verdadeiras ou falsas.


( ) “matando” (l. 9) está empregada em sentido figurado.

( ) “desde” (l. 12) dá ideia de origem.
( ) “progresso” (l. 13) equivale semanticamente a “desenvolvimento” (l. 22).
( ) “aumento” (l. 20) se opõe a “contração” (l. 29).

A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é

A
V F F V
B
F V F F
C
V V V V
D
F F V V
39c19bef-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Da análise do texto, pode-se concluir que o desenvolvimento tecnocientífico não

A
possibilita a instabilidade social em decorrência do surgimento de novos postos de trabalho sem a disponibilidade de mão de obra qualificada.
B
estimula o crescimento profissional do indivíduo pela competitividade gerada nas empresas.
C
cria novos valores, já que torna o homem condicionado à automação.
D
reduz a dívida social, visto que os frutos do progresso são para todos, indistintamente.
39c9e21a-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Pontuação, Uso da Vírgula, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto, a expressão “ou melhor dizendo” (l. 12-13)

A
denota ratificação.
B
dispensa as vírgulas que a isolam.
C
prescinde da forma nominal que a compõe.
D
pode ser deslocada na frase, sem comprometer a estrutura frasal.
39d255c4-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto, Ladainha apresenta

A
o homem voltado para a conquista do seu ideal de vida.
B
o progresso tecnológico contribuindo para o alcance da felicidade humana.
C
a revolução tecnológica viabilizando a aquisição de novas vantagens sociais.
D
a constatação de que o homem, por causa da automação, perdeu seu dinamismo vital.
39bca6fd-ff
UNICENTRO 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com o texto, a máquina

A
tem sido a única razão do desemprego atual.
B
acaba se transformando em ameaça para a capacidade inovadora do ser humano.
C
vem exercendo duplo papel na vida do homem moderno, pois gera comodidade, mas, ao mesmo tempo, diminui suas chances de empregabilidade.
D
tem contribuído para a eliminação de todas categorias de trabalho e para a redução do quadro de pessoal nos setores produtivos.
7fce8a40-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Regência, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Funções morfossintáticas da palavra SE, Sintaxe, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o poema, é correto afirmar:

ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar,

1964. p. 70.

A
As expressões “compor um poema” (v. 1) e “escrever um poema” (v. 2) são semanticamente opostas e possuem estruturas morfossintáticas diferentes.
B
O sujeito poético, nos versos 5 e 16, explora um recurso de linguagem conhecido por pleonasmo..
C
As formas verbais “declarou” (v.10) e “melhoram” (v. 13) apresentam a mesma conjugação verbal e a mesma exigência em relação à sua regência.
D
O “se” dos versos 14 e 17 exercem, respectivamente, funções morfossintáticas de elemento reflexivo e conectivo condicional.
7fd4557c-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Marque V ou F, conforme sejam as afirmativas verdadeiras ou falsas.

( ) A degeneração moral da sociedade brasileira decorre da ausência de uma política publica e social do Estado.
( ) Ao se referir à “degradação dos costumes” (l. 6), o articulista evidencia um conflito de gerações.
( ) Os termos “comezinhas” (l. 32) e “furtar” (l. 34) significam, respectivamente, “difíceis” e “negar”.
( ) A passagem “sob pena de desmoralizar-se ainda mais.” (l. 35) expressa uma ideia de consequência hipotética.

A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é a


DEGRADAÇÃO. Folha de S. Paulo. 14 set. [2002?]. Opinião. p. A 2.

Editorial.


A
V V F V
B
F V V F
C
V F F V
D
V F V F
7fcb3c38-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto, o sujeito poético

ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar,

1964. p. 70.

A
revela a interação entre o desenvolvimento tecnológico e o aperfeiçoamento humano.
B
apresenta uma visão crítica sobre cultura e vê o homem num contexto histórico em que ele desaprendeu o sentido da palavra emoção.
C
mostra-se desesperançoso e incapaz da possibilidade de criar um poema em virtude da realidade sociocultural.
D
encontra-se em estado de total impotência diante da sua incapacidade criativa.
7fc7f13c-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Uso do ponto, do ponto de exclamação e do ponto de interrogação, Interpretação de Textos, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação ao conteúdo e/ou à forma do poema, a alternativa inadequada é a

ANDRADE, M. 50 poemas e um Prefácio interessantíssimo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 

A
O uso abundante do ponto-de-exclamação constitui um recurso de estilo do autor sem propósito temático.
B
O poema apresenta características tipicamente modernistas que contemplam os ideais da Semana de 22.
C
O humor irônico, a agressividade da linguagem e a irreverência aos padrões sociais caracterizam o caráter demolidor da 1ª geração modernista.
D
O poema é uma crítica à sociedade brasileira atada a modelos e comportamentos importados dos fins do século XIX.
7fc48a01-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Marque V ou F, conforme sejam as afirmativas verdadeiras ou falsas.

( ) O poema reflete uma atitude de contestação frente a uma realidade social.
( ) A maneira como o “burguês” se apresenta configura a classe média urbana.
( ) O modus vivendus do burguês reflete uma visão de vida abastada culturalmente e economicamente..
( ) Observa-se uma referência aos costumes sociais impostos por uma cultura importada.
( ) O verso 26 “— Um colar... — Conto e quinhentos!!!” revela uma admiração pelo estético e a alegria de possui-lo.

A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é a

ANDRADE, M. 50 poemas e um Prefácio interessantíssimo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 

A
V V F F V
B
V F V V F
C
F V F F V
D
V V F V F
910aa701-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Pode-se inferir do texto II, exceto

TEXTO I.


SEUS OLHOS

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

De vivo luzir,

São meigos infantes, gentis, engraçados

Brincando a sorrir.

                              [...].

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

assim é que são.

Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,

Às vezes vulcão!


Às vezes oh! Sim, derramam tão fraco,

Tão frouxo brilhar,

Que a mim me parece que o ar lhe falece.

E os olhos tão meigos, que o pranto umedece

Me fazem chorar.”


Dias, Gonçalves. Seus olhos. Disponível em:

http://www.vidaempoesia.com.br/goncalvesdias.htm.

Acesso em: 22 set.2016. Adaptado.



TEXTO II.

O GONDOLEIRO DO AMOR

Teus olhos são negros, negros
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
                  [...]
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;

Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no langor
Vagar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?
                   [...]
Por isso eu te amo, querida,
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.

ALVES, Castro. In: Presença da Literatura Brasileira: D
Romantismo ao Simbolismo. 9. ed. São Paulo: DIFEL, 198 p. 60-2..
Adaptado.
A
a quebra da convenção clássica do amor platônico e da contenção de sentimentos.
B
a corporificação da mulher e seu envolvimento amoroso.
C
o uso frequente do sensorialismo que intensifica o sentimento amoroso.
D
a pontuação subjetiva e a natureza presente no texto intensificam o sensualismo expresso pelo sujeito poético.
91110a24-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Pronomes pessoais oblíquos, Coesão e coerência, Sintaxe, Pontuação, Morfologia, Uso da Vírgula, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Em relação à análise dos elementos linguísticos que estruturam o texto IV, é correto afirmar:

TEXTO III.

    “— és filho de uma pisadela e de um beliscão; mereces que um pontapé te acabe a casta. [...] O menino suportou tudo com coragem de mártir, apenas abriu ligeiramente a boca quando foi levantado pelas orelhas: mal caiu, ergueu-se, embarafustou pela porta fora, e em três pulos estava dentro da loja do padrinho, e atracando-se-lhe às pernas.” 
ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um Sargento de Milícias.
Disponível em: <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros. 
Acesso em: 22 set. 2016.


TEXTO IV.

     Algum tempo hesitei se deveria abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; [...] Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Memórias Póstumas de Brás Cubas
Disponível em:< http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros>.
Acesso em 22 set. 2016
A
A partícula “se” (l. 1-2), em suas duas ocorrências, exerce função de pronome reflexivo, já que se trata em narrar a própria história.
B
A colocação da palavra “defunto”, em diferente posição, uma antes e outra depois da palavra “autor”, é um recurso linguístico sem diferentes conotações.
C
Em “Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo”, as vírgulas aí aplicadas obedecem à mesma regra de pontuação.
D
Em “Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo”, o termo “a”, nas duas ocorrências, exerce diferentes funções morfossintáticas.
910da4f1-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação aos fragmentos de textos III e IV, considerando-se autores, estilos e obras, é correto afirmar:

TEXTO III.

    “— és filho de uma pisadela e de um beliscão; mereces que um pontapé te acabe a casta. [...] O menino suportou tudo com coragem de mártir, apenas abriu ligeiramente a boca quando foi levantado pelas orelhas: mal caiu, ergueu-se, embarafustou pela porta fora, e em três pulos estava dentro da loja do padrinho, e atracando-se-lhe às pernas.” 
ALMEIDA, Manuel A. de. Memórias de um Sargento de Milícias.
Disponível em: <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros. 
Acesso em: 22 set. 2016.


TEXTO IV.

     Algum tempo hesitei se deveria abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; [...] Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. Memórias Póstumas de Brás Cubas
Disponível em:< http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros>.
Acesso em 22 set. 2016
A
 Embora ambos se intitulem memórias, o texto III não se caracteriza como tal, em virtude de a narração se dar em terceira pessoa.
B
Os respectivos autores dos textos pertencem à mesma escola literária, embora possuam estilos individuais distintos.
C
O estilo de Manuel Antônio de Almeida mantém forte proximidade da linguagem coloquial falada, enquanto o estilo machadiano revela uma preocupação com a linguagem culta.
D
O texto de Manuel de Almeida apresenta uma narrativa desembaraçada, cheia de personagens e revelações de costumes da época com a mesma intensidade que o faz Machado em sua obra.
91071ccf-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A caracterização do amor e da amada, nos poemas I e II, comprova-se, respectivamente, com a utilização constante das figuras de linguagem denominadas de

TEXTO I.


SEUS OLHOS

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

De vivo luzir,

São meigos infantes, gentis, engraçados

Brincando a sorrir.

                              [...].

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

assim é que são.

Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,

Às vezes vulcão!


Às vezes oh! Sim, derramam tão fraco,

Tão frouxo brilhar,

Que a mim me parece que o ar lhe falece.

E os olhos tão meigos, que o pranto umedece

Me fazem chorar.”


Dias, Gonçalves. Seus olhos. Disponível em:

http://www.vidaempoesia.com.br/goncalvesdias.htm.

Acesso em: 22 set.2016. Adaptado.



TEXTO II.

O GONDOLEIRO DO AMOR

Teus olhos são negros, negros
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
                  [...]
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;

Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no langor
Vagar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?
                   [...]
Por isso eu te amo, querida,
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.

ALVES, Castro. In: Presença da Literatura Brasileira: D
Romantismo ao Simbolismo. 9. ed. São Paulo: DIFEL, 198 p. 60-2..
Adaptado.
A
metáfora e gradação.
B
personificação e hipérbole.
C
comparação e assíndeto.
D
hipérbole e paradoxo.
118505ef-fd
UNICENTRO 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a única alternativa incorreta em relação à leitura e à interpretação do texto 01.

O animal satisfeito dorme,
Mário Sérgio Cortella

O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas.
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.) ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando… 
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”… 

Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário Sérgio Cortella.
Disponível em:<http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/> 
A
Podemos inferir que, através de uma metáfora, presente no primeiro parágrafo, o autor introduz a ideia principal do texto: o indivíduo acomoda-se quando está satisfeito com a sua condição atual.
B
Para o autor, de acordo com o texto, a sensação de satisfação inicia um período de dormência que, infelizmente, não pode ser interrompida a não ser pela fome excessiva.
C
De acordo com as opiniões do autor, o fato de alguém dizer " estou muito satisfeita com teu trabalho” deveria ser visto de maneira assustadora.
D
Um bom filme, um bom livro, de acordo com o texto, deveriam provocar na audiência, no leitor, a sensação de “quero mais”.
E
Podemos inferir, lendo o texto que, para o autor, o que se desgasta são bens como sapatos, geladeiras, eletrodomésticos, por exemplo. Com o homem, o que acontece é um constante aprendizado. Tal fato pode ser comprovado na passagem: “Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.”
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UNICENTRO 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a única alternativa incorreta sobre os aspectos formais do texto e sua interpretação:

O animal satisfeito dorme,
Mário Sérgio Cortella

O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas.
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.) ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando… 
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”… 

Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário Sérgio Cortella.
Disponível em:<http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/> 
A
A linguagem apresentada no texto é acessível, de forma que se pode compreender o texto sem maiores dificuldades.
B
A palavra “emagrecer”, no texto, foi colocada em destaque. Tal fato ocorre visto que esse tem sido um dos temas de discussão bastante comuns na atualidade.
C
O autor se vale de comparações (um filme, um livro) para reforçar a ideia de que a satisfação pode acomodar as pessoas.
D
O autor conclui seu texto retomando Guimarães Rosa, citado na primeira linha do primeiro parágrafo.
E
O texto é encerrado com a oposição do significado das palavras escuro e claro. Essa oposição é incoerente e conduz o leitor a uma reflexão errônea de que, depois da escuridão, sempre vem a luz.
13cdf2eb-fd
UNICENTRO 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Levando em consideração a obra dos escritores Paulo Leminski e Helena Kolody e os textos a seguir assinale a alternativa incorreta:

A estrela cadente
Me caiu ainda quente
Na palma da mão
(Paulo Leminski)

Nas mãos inspiradas
nascem antigas palavras
com novo matiz
(Helena Kolody)


A
O livro “Viagem no Espelho”, de Helena Kolody, tem como forte traço a reflexão acerca do próprio fazer poético, além de apresentar ao leitor um universo onde predominam poemas curtos que destacam a brevidade da poesia.
B
Os dois textos são considerados haicais porque possuem três versos, usam linguagem compreensão e conseguem alto grau de expressão linguística com a utilização concisa e sintética de palavras.
C
Marca registrada na obra dos dois autores declarados, Haicais são compostos por dois versos pentassílabos e um heptassílabo, o que confere economia de palavras e contribui para precisão e objetividade.
D
A obra de Paulo Leminski ficou marcada pela concisão, irreverência e coloquialidade, elementos que o autor fundiu de maneira dinâmica com rigor formal.
E
Embora seja comum nos haicais a composição em versos pentassílabos e heptassílabos, essa estrutura não é exatamente necessária para que um poema se enquadre nessa estética. A simplicidade linguística e a profundidade de sentido podem conferir um terceto o título de haicai, ainda que este seja composto por versos decassílabos como nos textos acima.