Questõessobre Figuras de Linguagem

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UNEMAT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.brilustradacartumcartunsdiari os#2052017 Acesso em maio 2017. 


Em alguns contextos de uso da linguagem, é possível empregar palavras ou expressões que podem exagerar ou suavizar os sentidos que se quer provocar. Na tirinha Malvados, de André Dahmer, o trecho silenciar por um século trata-se de 

A
um eufemismo, pois o autor procura suavizar o efeito de sentido.
B
um paradoxo, pois o autor apresenta uma contradição no sentido transmitido.
C
uma gradação, já que o autor usa uma sequência de adjetivos que intensificam o sentido.
D
uma hipérbole, pois o autor procura transmitir um sentido de exagero.
E
um pleonasmo, pois o autor usa uma repetição para intensificar o sentido.
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IF-MT 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Por onde passei,
plantei a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei a morte matada.
Por onde passei,
matei a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tendo tudo em lei,
eu plantei o nada.
(D. Pedro Casaldáliga, Antologia Poética Mato-Grossense)

Todas as alternativas abaixo, em relação ao poema, são verdadeiras, EXCETO em:

A
O eu-lírico veste-se da roupagem do senhor dono da terra que, para conquistar seu território, cerca e delimita seu espaço, não importando o que destrói. Assim, este é um poema de cunho social.
B
"Plantei [...] Plantei [...] Plantei [...]". O paralelismo verbal empresta ao poema a ideia de construção, negada, ao final, em "eu plantei o nada".
C
Em três versos estão repetidos "Por onde passei". Essa repetição, semanticamente, desloca o eu-lírico para diferentes espaços e, em todos os lugares por onde ele passou, plantou violência.
D
As metáforas no poema são importantes porque o uso dessa figura de linguagem é que permite a diferença entre conotação e denotação. Desse modo, "plantei a cerca farpada" é uma metáfora que acentua o tom depredatório imposto pelo eu-lírico.
E
Trata-se de um poema romântico com uma temática utópica, sem qualquer cunho social.
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UFC 2011 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na frase “E uma idéia o iluminou como um raio” (linha 09), iluminar como um raio é uma metáfora que significa:

(ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo. Papirus, 2009. pp. 149-151)

Com base no TEXTO 1, responda à questão.

A
ofuscar.
B
aniquilar.
C
fulminar.
D
despertar.
E
bloquear.
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UFVJM-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

ASSOCIE corretamente a coluna das figuras de linguagem à coluna que contém trechos de canções que compõem o álbum Estudando o Samba, de Tom Zé.

1. Hipérbole – Ênfase em alguma ideia, juízo ou sentimento por meio do exagero.
2. Paranomásia – Utilização de palavras diferentes para compor sons semelhantes.
3. Paradoxo – Utilização simultânea de ideias opostas.
4. Antonomásia – Designação de algo ou alguém por alguma característica atribuída a si.

( )“Eu tô te explicando pra te confundir,
Eu tô te confundindo pra te esclarecer,
Tô iluminando pra poder cegar,
Tô ficando cego pra poder guiar.”
(Élton Medeiros; Tom Zé. Tô)

( )“Dorme dorme
Meu pecado
Minha culpa
Minha salvação”
(Élton Medeiros; Tom Zé. Mãe (mãe solteira)

( )”Ah! Se maldade vendesse na farmácia
Que bela fortuna você faria
Com esta cobaia
Que eu sempre fui nas tuas mãos”
(Tom Zé. Se)

( )“Só lhe chamando
Solicitando
Sólidão”
(Tom Zé. Só (Solidão)

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

A
3 – 2 – 1 – 4
B
1 – 3 – 2 – 4
C
3 – 4 – 1 – 2
D
2 – 3 – 1 – 4
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UDESC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Colocação Pronominal, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Analise as proposições em relação à obra Um lugar na janela 2: relatos de viagem, Martha Medeiros, e ao Texto 5.

I. Da leitura da obra, infere-se que a autora, nos seus relatos de viagem, quanto à linguagem, usa um estilo coloquial e simples, a exemplo, emprego dos vocábulos “fajuta” (linha 3) e “cutucavam” (linha 10).
II. Depreende-se que a autora, na obra, além de registrar lugares que visitou, registrou, também, os próprios sentimentos e as emoções que as viagens lhe despertaram.
III. O período “Me despedi da cidade” (linhas 16 e 17) apresenta, quanto à colocação pronominal, próclise, a única forma correta, de acordo com a norma culta e os padrões gramaticais.
IV. Na estrutura “um calor que fazia gotejar todas as impurezas do meu corpo” (linha 18), tem-se a figura de linguagem aliteração.
V. Do segmento “Chorava de felicidade, de solidão, de medo, de alegria, de orgulho, de susto” (linhas 11 e 12), infere-se a confusão de sentimentos e a dos motivos que deixaram a narradora em prantos.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
B
Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras
C
Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas II e V são verdadeiras.
E
Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
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UDESC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Adjetivos, Interjeições, Artigos, Substantivos, Pronomes possessivos, Análise sintática, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Assinale a alternativa incorreta em relação à obra Valsa no 6, Nelson Rodrigues, e ao Texto 2.

A
No período “Ah, toca a valsa, minha filha, pelo amor de Deus” (linha 3), quanto à morfologia, as palavras destacadas são interjeição, artigo definido, substantivo comum, pronome possessivo e locução adjetiva, sequencialmente.
B
Da leitura da estrutura “Que fizeste de mim, do meu rosto e dos meus 15 anos” (linha 7), infere-se que a protagonista dá sinais de perda da memória, envolvendo suas relações afetivas, ao mesmo tempo em que se questiona, por não ter clareza das próprias lembranças.
C
A repetição dos verbos “Esperem, esperem” (linha 18) representa um momento de lucidez de Sônia ao descobrir-se noiva de Paulo.
D
No período “Se eu pudesse enterrar as unhas na carne macia do teu pescoço” (linha 9), quanto à figura de linguagem, tem-se catacrese.
E
Na oração “Dr. Junqueira é doido pela ‘Valsa n0 6’ ” (linha 1), sintaticamente, as palavras e expressões destacadas são, na sequência, sujeito, predicativo do sujeito e complemento nominal.
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UDESC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Morfologia - Verbos, Classificação dos verbos (Regulares, Irregulares, Defectivos, Abundantes, Unipessoais, Pronominais), Formação das Palavras: Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise as proposições em relação à obra Melhores poemas, Manuel Bandeira, ao Texto 1, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.

( ) Quanto ao processo de formação de palavras, os vocábulos “desenganos” (verso 12), “cabeleira” (verso 17) e “recém-nascidos” (verso 29) sofreram o processo de prefixação, de sufixação e de justaposição, sequencialmente.
( ) A arquitetura da sétima estrofe, para dar um valor mais expressivo ao poema, sustenta-se por duas figuras de linguagem: uma figura de pensamento – antítese, e a outra de construção, hipérbato.
( ) A leitura dos versos “A cabeça, essa é de vento” (verso 26) e “Perdão, que me deu na telha” (verso 34) leva o leitor a inferir que os registros coloquiais aparecem como escolhas lexicais, ritmados pela prosódia da fala, sugerindo espontaneidade.
( ) O poema é composto por versos irregulares, distribuídos em nove estrofes, também irregulares, caracterizando o padrão métrico tradicional – redondilhas menores, versos pentassílabos.
( ) A leitura do texto mostra que a composição do poema remete a uma menina-moça, adolescente, o que se justifica pelo campo semântico: menina, treze anos, criança, infantil.

Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.

A
F – F – F – V – F
B
V – V – V – F – V
C
V – V – F – V – V
D
V – F – V – F – F
E
F – F – V – F – V
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FAMEMA 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A preocupação formal com a musicalidade dos versos é confirmada pelo emprego da

Ao coração que sofre, separado

Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,

Não basta o afeto simples e sagrado

Com que das desventuras me protejo.


Não me basta saber que sou amado,

Nem só desejo o teu amor: desejo

Ter nos braços teu corpo delicado,

Ter na boca a doçura de teu beijo.


E as justas ambições que me consomem

Não me envergonham: pois maior baixeza

Não há que a terra pelo céu trocar;


E mais eleva o coração de um homem

Ser de homem sempre e, na maior pureza,

Ficar na terra e humanamente amar.


(Melhores poemas, 2000.)

A
metáfora em “Não basta o afeto simples e sagrado”.
B
aliteração em “Ter na boca a doçura de teu beijo”.
C
prosopopeia em “Com que das desventuras me protejo”.
D
hipérbole em “Ao coração que sofre, separado / Do teu”.
E
antítese em “Ficar na terra e humanamente amar”.
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UERJ 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

No título Soneto da hora final, para revelar o tema do poema, recorre-se à figura de linguagem denominada:

O poema a seguir foi retirado do Livro de Sonetos, de Vinicius de Moraes (São Paulo: Companhia das Letras, 2009)


Soneto da hora final  


A
eufemismo
B
metonímia
C
hipérbole
D
ironia
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UFAL 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Disponível em: http://ralfofurtado.blogspot.com.br. Acesso em: 01 dez. 2013.


Verifica-se na fala do cliente do banco a figura de linguagem

A
Anáfora.
B
Pleonasmo.
C
Prosopopéia.
D
Eufemismo.
E
Hipérbato.
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UECE 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O articulista inicia o texto com a expressão: “Um dos aspectos menos atraentes da personalidade humana”. Assinale a opção que expressa uma afirmação correta sobre esse começo de texto.

Texto 2

     O texto que você lerá é um excerto retirado do primeiro parágrafo do artigo de opinião “Com um braço só”, escrito por J. R. Guzzo, que trata da corrupção na política. 


Extraído do artigo ”Com um braço só”, de
J.R. Guzzo. VEJA. 21/08/2013.
A
A linguagem é figurada, portanto direta e sem subterfúgios, de modo a preparar o leitor para o tom contundente do texto.
B
A linguagem é simples, sem elementos apelativos ou argumentativos. Predomina nela a função fática da linguagem.
C
A linguagem é eufemística, demonstrando uma intenção do enunciador: preparar o leitor para o teor pesado do texto.
D
O início do texto manteria a mesma força argumentativa se fosse reescrito da seguinte maneira: Um dos aspectos mais repulsivos da personalidade humana [...].
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UFC 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa em que há equivalência entre o termo em destaque, conforme seu sentido no texto, e seu uso na frase ao lado.


Disponível em: http://cienciaemente.blogspot.com.br/2012/07/vale-pena-aprender-umasegunda-lingua.html. Acesso em 28 nov. 2012. Adaptado


Com base no texto, responda à questão

A
“emprego” (linha 10) – Antônio tem um ótimo emprego em empresa estatal.
B
“promoção” (linha 13) – Antônio comprou uma geladeira em ótima promoção
C
“viagens” (linha 15) – As viagens provocadas pela ingestão de substâncias alucinógenas são intensas e devastadoras.
D
“demência” (linha 22) – A demência compromete o pensamento, julgamento e/ou a capacidade de adaptação a situações sociais. 
E
“língua” (linha 23) – Antônio mordeu a língua durante uma convulsão. 
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FAINOR 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A principal figura de linguagem explorada no texto como recurso estilístico é:

A
antítese.
B
prosopopéia.
C
hipérbole.
D
onomatopéia.
E
ironia.
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ULBRA 2011 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Ao invés de utilizar a expressão “Comprei um relógio”, o personagem da charge afirma “Comprei um Rolex”, sendo que a palavra “Rolex” refere-se a uma famosa marca de relógios suíços. Nesse caso, portanto, o nome da marca (Rolex) foi utilizado no lugar do nome do produto (Relógio). Como se chama a figura de linguagem que denomina esse fenômeno?

A questão está baseada na charge abaixo, publicada na Folha de São Paulo no dia 28 de maio de 2009. 


A
Metonímia.
B
Metáfora.
C
Hipérbole.
D
Eufemismo. 
E
Anacoluto.
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Esamc 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Releia o trecho a seguir pra a questão:

“Sua “heurística do medo” — a saber, uma pedagogia da humanidade que se transformaria a partir do confronto com a visão medonha de seu fim muito próximo — soa ainda poderosa, mas um tanto inocente, mesmo reconhecendo que suas ideias influenciaram protocolos como o Acordo de Paris, de 2015.”


A construção do sentido do texto ganha mais força retórica no trabalho entre as expressões “poderosa” e “inocente”. A esta figura de linguagem denominamos

A técnica na sofisticada marcha da humanidade em direção ao precipício 
Márcio Seligmann-Silva

    [...] Aparentemente, a marcha incontornável da humanidade em direção ao precipício (em regimes capitalistas puros, nos de capitalismo de Estado e nos que tentaram, de modo infeliz, a ditadura dos partidos comunistas) não pode ser alterada sem um levante de uma população que, lamentavelmente, parece cada vez mais fascinada pelo mundo da técnica dos gadgets.

    Como no mito dos lemingues que se suicidam no mar, nossa espécie supostamente racional faria algo semelhante por meios mais “sofisticados”. [...]

    A chamada “força do mercado”, esse “quarto poder” que efetivamente manda e desmanda no mundo, está calcada nesse modelo de técnica predadora sem o qual as indústrias (e suas ações no mercado) não existiriam. O capitalismo se alimenta da Terra, mas desconsidera que esta mesma Terra é finita e está sendo exaurida.

    O filósofo Hans Jonas dedicou os últimos anos de sua longa vida (1903- 1993) à construção de uma nova ética da responsabilidade à altura desses desafios contemporâneos. Ele afirmava que “não temos o direito de hipotecar a existência das gerações futuras por conta de nosso comodismo” e propôs uma virada.

    Ao invés de construir um modelo calcado no presente, com o objetivo do viver bem e da felicidade conectados ao aqui e agora, estabeleceu o desafio de construir uma ética do futuro: da destruição da casa-Terra, ele deduz o imperativo de salvar essa morada para garantir a possibilidade de vida futura.

    Em vez de apostar no modelo liberal do progresso infinito a qualquer custo ou de acreditar na promessa revolucionária que traria de um golpe o “paraíso sobre a Terra?” ele aposta em um “summum bonum” moderado, modesto, o único possível para a nossa sobrevivência. Fala de um “princípio de moderação”, reconhecendo que a conta deveria ser paga pelos que mais possuem.

    Hoje, podemos dizer que esse futuro que ele desenhava, ou seja, esse tempo já sem muito tempo de sobrevida, tornou-se o nosso tempo. Sua “heurística do medo” — a saber, uma pedagogia da humanidade que se transformaria a partir do confronto com a visão medonha de seu fim muito próximo — soa ainda poderosa, mas um tanto inocente, mesmo reconhecendo que suas ideias influenciaram protocolos como o Acordo de Paris, de 2015.

    Observando a sequência de crimes socioambientais, parece que essa heurística não está rendendo frutos. Não aprendemos com as catástrofes, e isso nos levará, caso não alteremos nosso curso, à catástrofe final. Ou seja, a emoção do medo do Armagedom está sendo vencida pela razão instrumental e sua promessa (distópica) de transformar a natureza em mercadoria.

     [...] Um lamentável e terrível exemplo da situação em que nos encontramos em termos dessa submissão a um determinado modelo liberal associado a uma técnica espoliadora e destrutiva é justamente o que acaba de ocorrer com o rompimento da barragem da empresa Vale em Brumadinho (MG).

    Apenas a arrogância fáustica, a hybris que cega, o sentimento de onipotência podem justificar que essa barragem (como tantas outras) tenha sido construída logo acima de uma área urbana e das instalações dos funcionários da empresa. Novamente a situação de risco associada a esse tipo de tecnologia ficou exposta. Os alarmes que não soaram reproduzem o silêncio da humanidade diante das repetidas manifestações da violência da técnica.
    O cerne do capitalismo é o lucro e isso explica, nesse caso e em outros, tudo de modo simples e direto. O crime de Brumadinho deve ultrapassar 300 vítimas fatais diretas, fora a destruição de toda uma região habitada também por pescadores, ribeirinhos e indígenas pataxó que dependiam diretamente do rio Paraopeba para a sua sobrevivência. Se pensarmos nos inúmeros atingidos, apenas no Brasil, por barragens (de mineradoras e de hidroelétricas), fica claro que não se trata apenas de uma questão de “barragem a montante”.

(Adaptado de “A técnica na sofisticada marcha da humanidade em direção ao precipício”, publicado na FOLHA DE S.PAULO, em 17/02/19, pelo Prof. Dr Márcio Seligmann-Silva, titular de teoria literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.) 
A
eufemismo.
B
sinestesia.
C
antítese.
D
paradoxo.
E
hipérbole.
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MACKENZIE 2012 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Pronomes pessoais oblíquos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Assinale a alternativa INCORRETA



A
Em disse-lho (linha 07) temos uma forma arcaica com o mesmo sentido de “disse a ele”.
B
A forma verbal vivera (linha 02) é prova de que o tempo do relato não coincide com o tempo da história.
C
A expressão não bonita nem simpática (linhas 05 e 06) pode ser lida como um eufemismo, assim como em “De fato, ele não gosta muito de trabalhar.”
D
A expressão em tempos remotos (linha 01) pode ser corretamente substituída por “há muito tempo”.
E
A palavra assim (linha 10), elemento de coesão, estabelece relação conclusiva entre as orações a que se refere.
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FAMEMA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Leia o poema “Namorados” de Manuel Bandeira (1886-1968).


O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:

– Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com

                                                                           [a sua cara.


A moça olhou de lado e esperou.

– Você não sabe quando a gente é criança e de repente

                                                     [vê uma lagarta listada?

A moça se lembrava:

– A gente fica olhando...


A meninice brincou de novo nos olhos dela.


O rapaz prosseguiu com muita doçura:


– Antônia, você parece uma lagarta listada.


A moça arregalou os olhos, fez exclamações.


O rapaz concluiu:

– Antônia, você é engraçada! Você parece louca.

(Estrela da vida inteira, 2009.)




Verifica-se a ocorrência de personificação no seguinte verso:

A
“– Antônia, você parece uma lagarta listada.”
B
“A moça arregalou os olhos, fez exclamações.”
C
“A meninice brincou de novo nos olhos dela.”
D
“– Antônia, você é engraçada! Você parece louca.”
E
“A moça olhou de lado e esperou.”
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EINSTEIN 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Silepse é a concordância que se faz não com a forma gramatical das palavras, mas com o sentido, com a ideia que elas expressam. A silepse é, pois, uma concordância mental.

(Celso Cunha. Gramática essencial, 2013.)

Verifica-se a ocorrência de silepse

A
no primeiro quadrinho, apenas.
B
no segundo quadrinho, apenas.
C
no primeiro e no segundo quadrinhos.
D
no terceiro quadrinho, apenas.
E
no segundo e no terceiro quadrinhos.
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Fadba 2012 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Em cada um dos períodos abaixo ocorre uma silepse. Marque a alternativa que classifica corretamente cada uma delas.

1.“Está uma pessoa ouvindo missa, meia-hora o cansa e atormenta e faz romper em murmurações”.
2.“E todos assim nos distraímos nesses preparativos”. (Aníbal Machado)
3.“A multidão vai subindo, subiram, subiram mais”. (Murilo Mendes)

Computador ainda não entrou na sala de aula brasileira


Levantamento nacional mostra que só 4% das escolas públicas nacionais contam com uma máquina em sala de aula.

Para a escola pública brasileira, a tecnologia ainda é um desafio. Essa é a conclusão de pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br) que aponta que 100% das unidades possuem ao menos um computador e 92% delas têm acesso à internet. No entanto, apenas 4% possuem computadores instalados em sala de aula (88% instalaram a máquina na sala da coordenação) e 81% das unidades contam com laboratório de informática.

As escolas apresentam em média 23 computadores instalados, sendo 18 em funcionamento, a cada 800 alunos matriculados. Cerca de 50% das instituições afirmam ter uma pessoa contratada para trabalhar especificamente com a internet. Uma pesquisa divulgada há pouco pela OCDE, organização que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, aponta que o Brasil possui a terceira pior taxa de computador por aluno.

A pesquisa revela que 18% dos professores usam internet na sala de aula. Em geral, são jovens e habituados a se relacionar com essa tecnologia fora do ambiente escolar. Escolas públicas localizadas na região Sul apresentam o maior índice de utilização das tecnologias pelo professor em atividades com alunos. Um exemplo é a atividade de “pesquisa de informações utilizando o computador e a internet”, praticada por 56% dos professores do Sul, enquanto o percentual do Brasil é de 44%.

A principal limitação para maior uso das tecnologias na escola está relacionada ao nível de conhecimento dos professores acerca dessas tecnologias. A maioria deles (64%) concorda que os alunos sabem mais sobre computador e internet do que os docentes.

Para 75%, a principal fonte de apoio para o desenvolvimento de suas habilidades tecnológicas são os contatos informais com outros educadores. Na perspectiva do docente, ele depende principalmente de sua motivação pessoal e da ajuda dos colegas para desenvolver habilidades no uso de computador e da web.

Devido ao baixo envolvimento do professor com as tecnologias, as atividades que tomam mais tempo do professor - como aula expositiva, interpretação de texto e exercícios práticos e de fixação do conteúdo- utilizam muito pouco o computador e a internet. A rotina das salas de aula se apoia em práticas que mantêm o professor como figura central.

Na pesquisa amostral, foram estudadas 497 escolas públicas municipais e estaduais urbanas do país. Participaram do estudo 4.987 alunos, 1.541 professores, 428 coordenadores e 497 diretores de escolas. O objetivo da pesquisa foi identificar o uso e a apropriação da internet banda larga nas escolas públicas urbanas do país.
(veja.abril.com.br/)
A
Silepse de gênero, silepse de número, silepse de número.
B
Silepse de pessoa, silepse de número, silepse de pessoa.
C
Silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de pessoa.
D
Silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de número.
E
Silepse de pessoa, silepse de número, silepse de gênero.
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FATEC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a expressão “parafuso a mais” presente na passagem “Grandin tem um parafuso a mais quando se trata do bem-estar dos bichos.”, é correto afirmar que se trata de

Leia o texto para responder à questão. 

     Temple Grandin empacou diante da porteira. Alguns parafusos cravados na madeira lhe saltaram aos olhos. “Tem que limar a cabeça desses parafusos, se não o gado pode se machucar”, aconselhou à dona da fazenda, Carmen Perez, que ao lembrar a cena comentou: “Sempre passo no curral antes do manejo, observo tudo, dizem que tenho olho biônico, e ela notou uma coisa que eu não tinha visto.”. 

     Grandin tem um parafuso a mais quando se trata do bem-estar dos bichos. Professora de ciência animal, ela é autista e dona de uma hipersensibilidade visual e auditiva. Tocada pelas angústias do gado desde a juventude, ela compreendia por que a rês recuava na hora da vacinação, por que atacava um vaqueiro, por que tropeçava, por que mugia. Grandin traduziu esse entendimento em projetos que propunham mudanças no manejo. Hoje, instalações criadas por ela são familiares a quase metade dos bovinos nos Estados Unidos. O Brasil, com seus quase 172 milhões de cabeças de gado, segundo o Censo Agropecuário de 2017, vem aos poucos fazendo ajustes alinhados com as propostas da americana.

     Em julho passado, Grandin, hoje com 71 anos, veio ao Brasil pela sexta vez. Na fazenda Orvalho das Flores, localizada em Barra do Garças (MT), ela testemunhou como a equipe de Perez conduz suas 2 980 cabeças de Nelore, raça predominante no país. Os vaqueiros massageiam os bezerros, não gritam com os bois, tampouco deixam capas de chuva, correntes ou chapéus no caminho dos animais.

     A engenheira agrônoma Maria Lucia Pereira Lima foi aluna de pós-doutorado de Grandin na Universidade do Estado do Colorado, em Fort Collins, em 2013. Viajara aos Estados Unidos para aprender como medir o bem-estar dos bovinos e se inteirar de inovações que pudessem ser implantadas em currais brasileiros. Uma delas, por exemplo, tranquiliza o animal conduzido à vacinação: o gado em geral se via obrigado a passar espremido por espaços afunilados. Grandin projetou um acesso em curva, sem cantos, que dá à rês a ilusão de que voltará ao ponto de partida. Outra: uma lâmpada acesa na entrada do tronco de contenção – o equipamento que permite o manejo individual do boi – a indicar o trajeto reduziu em até 90% o uso de choque elétrico durante o processo.

     [...]

    No auditório da universidade, outros pesquisadores se revezavam no palco discutindo aspectos econômicos e sociais relacionados ao bem-estar animal. O tempo de manejo cai pela metade nos estabelecimentos agropecuários que seguem os manuais de Grandin. De ovos transportados com cuidado nascem pintinhos sadios. Sem falar na melhor qualidade de vida de quem lida com esses bichos. Vaqueiros bem treinados sofrem menos acidentes no trabalho e desenvolvem uma relação mais harmoniosa nos casamentos. “A melhoria do bem-estar animal melhora o bem-estar humano”, afirmou o zootecnista Mateus Paranhos da Costa, da Universidade Estadual Paulista.

Monica Manin <https://tinyurl.com/y8xeoqul> Acesso em: 12.10.2018. Adaptado.
A
um trocadilho, pois o autor estabelece uma relação entre o nome da professora, “Grandin”, e a pronúncia informal do diminutivo “grandinho” (“grandim”).
B
uma aliteração, pois o autor procura representar a dureza da lide com animais de grande porte por meio de repetição das consoantes “p”, “t” e “r”.
C
uma assonância, pois o autor deseja representar sua visão otimista do trabalho da professora ao repetir as vogais abertas “a” e “o”.
D
uma metáfora, pois o autor inverte a imagem utilizada para representar loucura a fim de expressar a habilidade da professora.
E
uma silepse de número, pois o verbo “tratar-se” deveria estar no plural para concordar com o sujeito “bichos”.