Questõessobre Figuras de Linguagem

1
1
Foram encontradas 438 questões
d8d4e666-d6
EBMSP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
GULLAR, Ferreira. Cantiga para não morrer. Disponível em: <http://www.revistabula.com/12068-os-10-melhores-poemas-de-ferreira-gullar/>. . Acesso em: abr. 2018.


A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre elementos.

Esse recurso estilístico utilizado pelo eu lírico está presente no verso transcrito em

A
“moça branca como a neve”.
B
“menina branca de neve”.
C
“E aí também não possa”.
D
“me leve no seu lembrar”.
E
“me leve no esquecimento”.
2de92c7e-d8
FGV 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Para caracterizar as aspas indesejadas, o autor se vale de imagens depreciativas, as quais constituem exemplos de

Sem aspas na língua


    De início, o que me incomodava era o peso desproporcional que as aspas dão à palavra. Se escrevo mouse pad, por exemplo, suscito em seu pensamento apenas o quadradinho discreto que vive ao lado do teclado, objeto não mais notável na economia do cotidiano do que as dobradiças da janela ou o porta-escova de dentes. Já "mouse pad" parece grafado em neon, brilha diante de seus olhos como o luminoso de uma lanchonete americana. Desequilibra.
    Tá legal, eu aceito o argumento: não se pode exigir do leitor que saiba outra língua além do português. Se encasqueto em ornar meu texto com "dramblys" ou "haveloos" - termos em lituano e holandês para elefante e mulambento, respectivamente -, as aspas surgem para acalmar quem me lê, como se dissessem: "Queridão, os termos discriminados são coisa doutras terras e doutra gente, nada que você devesse conhecer".
    Pois é essa discriminação o que, agora sei, mais me incomoda. Vejo por trás das aspas uma pontinha de xenofobia, como se para circular entre nós a palavra estrangeira precisasse andar com o passaporte aberto, mostrando o carimbo na entrada e na saída.
    Ora, por quê? Será que "blackberries" rolando livremente por nossa terra poderiam frutificar e, como ervas daninhas, roubar os nutrientes da graviola, da mangaba e do cajá? "Samplers", sem as barrinhas duplas de proteção, acabariam poluindo o português com "beats" exógenos, condenando-o a uma versão "remix"? Caso recebêssemos "blowjobs" sem o supracitado preservativo gráfico, doenças venéreas se espalhariam por nosso exposto vernáculo?
    Bobagem, pessoal. Livremos as nossas frases desses arames farpados, desses cacos de vidro. A língua é viva: quanto mais línguas tocar, mais sabores irá provar e experiências poderá acumular.


                            Antônio Prata, Folha de S. Paulo, 22/05/2013. Adaptado

A
personificação.
B
eufemismo.
C
comparação.
D
metáfora.
E
sinestesia.
3649ead3-b7
UEPB 2010 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Marque a única alternativa cuja alusão à temática, identificável no contexto, não é metafórica.

Leia o texto 02 e responda à questão.

Luiz Costa Pereira Junior. In: Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento. Ano I, nº 12, 2006, p. 4.

A
“Pirandello gastou quilos de papel rascunhando o seu O Humorismo [...].” (linhas 3-4).
B
“[...] é quase sempre uma porta entreaberta [...].(linhas 1-2).
C
“Até Freud navegou pelas sinuosas curvas do chiste.” (linhas 6- 7).
D
“Mas ninguém parece acertar em cheio num alvo gelatinoso, que, nem bem cercado, parece escorrer pelos dedos.” (linhas 7-9).
E
“Afinal, humor é rótulo volúvel, aplicável tanto a comédias, farsas e ironias [...]”. (linhas 10-11).
6ca86cc1-b1
UNIFESP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Os jornalistas esporeavam a imaginação para achar adjetivos dignos da minha grandeza; fui o sublime Sr. Teodoro, cheguei a ser o celeste Sr. Teodoro; então, desvairada, a Gazeta das Locais chamou-me o extraceleste Sr. Teodoro!”


Nesta passagem do último parágrafo, identifica-se uma

Leia o trecho do conto “O mandarim”, de Eça de Queirós, para responder a questão.


    Então começou a minha vida de milionário. Deixei bem depressa a casa de Madame Marques – que, desde que me sabia rico, me tratava todos os dias a arroz- -doce, e ela mesma me servia, com o seu vestido de seda dos domingos. Comprei, habitei o palacete amarelo, ao Loreto: as magnificências da minha instalação são bem conhecidas pelas gravuras indiscretas da Ilustração Francesa. Tornou-se famoso na Europa o meu leito, de um gosto exuberante e bárbaro, com a barra recoberta de lâminas de ouro lavrado e cortinados de um raro brocado negro onde ondeiam, bordados a pérolas, versos eróticos de Catulo; uma lâmpada, suspensa no interior, derrama ali a claridade láctea e amorosa de um luar de Verão.

    [...]

   Entretanto Lisboa rojava-se aos meus pés. O pátio do palacete estava constantemente invadido por uma turba: olhando-a enfastiado das janelas da galeria, eu via lá branquejar os peitilhos da Aristocracia, negrejar a sotaina do Clero, e luzir o suor da Plebe: todos vinham suplicar, de lábio abjeto, a honra do meu sorriso e uma participação no meu ouro. Às vezes consentia em receber algum velho de título histórico: – ele adiantava-se pela sala, quase roçando o tapete com os cabelos brancos, tartamudeando adulações; e imediatamente, espalmando sobre o peito a mão de fortes veias onde corria um sangue de três séculos, oferecia-me uma filha bem-amada para esposa ou para concubina.

    Todos os cidadãos me traziam presentes como a um ídolo sobre o altar – uns odes votivas, outros o meu monograma bordado a cabelo, alguns chinelas ou boquilhas, cada um a sua consciência. Se o meu olhar amortecido fixava, por acaso, na rua, uma mulher – era logo ao outro dia uma carta em que a criatura, esposa ou prostituta, me ofertava a sua nudez, o seu amor, e todas as complacências da lascívia.

    Os jornalistas esporeavam a imaginação para achar adjetivos dignos da minha grandeza; fui o sublime Sr. Teodoro, cheguei a ser o celeste Sr. Teodoro; então, desvairada, a Gazeta das Locais chamou-me o extraceleste Sr. Teodoro! Diante de mim nenhuma cabeça ficou jamais coberta – ou usasse a coroa ou o coco. Todos os dias me era oferecida uma presidência de Ministério ou uma direção de confraria. Recusei sempre, com nojo.

(Eça de Queirós. O mandarim, s/d.)

A
hipérbole, por meio da qual o narrador enfatiza a intensidade de atenção recebida da imprensa portuguesa.
B
gradação, por meio da qual o narrador reforça a ideia de bajulação posta em prática pelos jornais portugueses.
C
ironia, por meio da qual o narrador refuta o tratamento que lhe dispensavam os jornalistas portugueses.
D
redundância, por meio da qual o narrador deixa entrever o modo como as pessoas lhe especulavam a vida.
E
antítese, por meio da qual o narrador explica as contradições dos jornais portugueses ao tomarem-no como assunto.
1e8607ce-b5
UFV-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação ao termo sonhático, utilizado na frase 'Até grandes empresas estão enveredando para esse marketing mais, digamos, sonhático", é correto afirmar que:

Texto II

Marketing sonhático


Produtos com ingredientes orgânicos e fabricados respeitando as tradições locais tendem a ganhar pontos. Por isso, um número crescente de empresas exagera um tantinho na hora de se "vender". A fabricante carioca de sucos Do Bem, criada em 2007, publica verdadeiros manifestos em suas caixinhas.

A Do Bem não usa açúcar, corantes ou conservantes para fazer uma "bebida verdadeira". Um desses manifestos diz que suas laranjas, "colhidas fresquinhas todos os dias, vêm da fazenda do senhor Francesco do interior de São Paulo, um esconderijo tão secreto que nem o Capitão Nascimento poderia descobrir"

Os sucos custam cerca de 10% mais do que os da concorrência. Mas as laranjas não são tão especiais assim. Na verdade, quem fornece o suco para a Do Bem não é seu Francesco, que jamais existiu, mas empresas como a Brasil Citrus, que vende o mesmo produto para as marcas próprias de supermercados.

Em nota, a empresa disse que não comenta a política de fornecedores e que o personagem Francesco é "inspirado em pessoas reais". Até grandes empresas estão enveredando para esse marketing mais, digamos, sonhático. A Coca-Cola, por exemplo, lançou em 2011 no Brasil um suco chamado Limão & Nada.

A promessa, a julgar pelo nome, era que aquele fosse um suco natural de limão. Mas a bebida tinha outros ingredientes na formulação, açúcar entre eles, e acabou saindo de linha no ano passado [2013]. A CocaCola diz, em nota, que os ingredientes eram informados na embalagem e que o nome não pretendia confundir o consumidor. 

Nos Estados Unidos, uma reportagem desmascarou dezenas de destilarias de uísque ditas artesanais. Algumas delas, criadas há poucos anos, vendiam bebidas envelhecidas 15 anos, o que chamou a atenção de consumidores mais desconfiados. Descobriu-se que mais de 40 marcas compravam uísque de um mesmo fornecedor, a fábrica MGP, uma das maiores do país, localizada no estado de Indiana.

Entre as desmascaradas está a Breaker Bourbon, que afirmava produzir sua bebida numa destilaria nas montanhas douradas da costa californiana. "Todo mundo tem uma história boa e verdadeira para contar. As empresas não precisam ser desonestas com seus clientes", diz Mauricio Mota, sócio da agência de conteúdo The Alchemists.

Para o publicitário Washington Olivetto, presidente da WMcCann, que ajudou na criação da Diletto, "um lindo produto merece uma linda história". Se a história for verdadeira, tanto melhor.

Fonte: Adaptado de: Leal, Ana Luiza. Toda empresa quer ter uma boa história. Algumas são mentira. Revista Exame, 23/10/14. Acesso em: 23/10/17.
Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/marketing-ou-mentira/
A
A reportagem utiliza o termo de modo elogioso, considerando como uma forma inovadora de marketing.
B
Do ponto de vista de sua etimologia, uma definição adequada para o neologismo em questão seria 'independente do(s) sonho(s)‘
C
O uso do termo na reportagem pode se configurar como uma ironia, pois as ações de marketing descritas tratam menos de 'sonho‘ e mais de mentiras, invenções ou indução à desinformação.
D
O uso do neologismo em uma reportagem é um erro gramatical e estilístico, pois essa é uma figura de linguagem que deveria estar restrita a contextos ficcionais ou artísticos, em que o uso da linguagem é menos denotativo.
53e12f3c-b1
UFRR 2016 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

As figuras de estilo permitem ao autor o uso mais eficaz da linguagem como fenômeno social, vislumbrando, no simbolismo das palavras, a construção das obras literárias. Como se sabe as figuras de linguagem podem ser subdivididas em: de palavras, de pensamento e de construção.
No poema grafado por Eli Macuxi está presente uma figura de construção que permite a sonorização por meio da repetição de um determinado som nos versos destacados, qual seja:

AMOR PRA QUEM ODEIA

(Eli Macuxi)


O amor campeia, que seja.


Quando tuas penas partirem, asas

Quando novas nuvens surgirem, casas

Quando nossos corpos rugirem, brasas


E nem demônios nem igrejas

Nem inveja que vareja

Na cabeça malfazeja

De quem julga sem amar

nos farão parar!


Porque não entendo nem aceito o discurso do ódio contra o amor.


Disponível em: http://elimacuxi.blogspot.com.br/amor-pra-quem-odeia. html. Acesso em: 25/07/2016

A
Aliteração;
B
Anacoluto;
C
Anáfora;
D
Elipse;
E
Pleonasmo.
50899da0-cb
IF-PR 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise a imagem com atenção.



As imagens do texto publicitário acima foram utilizadas, em sua maioria, para traduzir um recurso de linguagem muito usado na vida cotidiana. Assinale a alternativa que apresenta esse recurso.

A
Ditos populares.
B
Fala interiorana.
C
Hipérbole.
D
Metonímia.
46a2e8cf-c3
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Instaura-se, entre o fragmento e o desenho apresentados, um diálogo pautado por

Leia o fragmento e observe a imagem a seguir para responder à questão. 

A estrada era mais bonita que o Rio de Janeiro, e subia muito. Mocinha sentou-se numa pedra que havia junto de uma árvore, para poder apreciar. O céu estava altíssimo, sem nenhuma nuvem. E tinha muito passarinho que voava do abismo para a estrada. A estrada branca de sol se estendia sobre um abismo verde. Então, como estava cansada, a velha encostou a cabeça no tronco da árvore e morreu.
LISPECTOR, Clarice. Viagem a Petrópolis. In: A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 51. 



DA VINCI, Leonardo. Anatomia – Desenho de feto no útero. Disponível em: https://www.ebay.com/itm/Da-Vinci-Anatomy-Drawings-Fetus-in-Utero-Art-Print- /191954119588?_ul=BR. Acesso em: 26 abr. 2019.
A
antítese, já que momentos opostos da existência humana são contrapostos.
B
crítica social, já que o descaso com a vida humana é tematizado de modo sutil.
C
metáfora, na medida em que vida e morte aludem à ideia de pecado e redenção.
D
misticismo, já que se apropriam do metafísico como expressão artística.
E
sincronia, na medida em que pertencem a contextos históricos distintos.
469c6773-c3
UEG 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação ao tema de que trata o poema – o corpo –, a performance artística é configurada mediante um processo

Observe a performance artística e leia o poema a seguir para responder àsquestão.


SCHWARZKOGLER, Rudolf . Repost (s.d.). Disponível em: https://www.jornale.com.br/single-post/2017/10/19/Repost-RudolfSchwarzkogler-limites-do-corpo-ao-pulo-para-morte---Blog-Quimera.

Acesso em: 26 abr. 2019. 



Teu corpo claro e perfeito,

– Teu corpo de maravilha,

Quero possuí-lo no leito

Estreito da redondilha...


Teu corpo é tudo o que cheira...

Rosa... flor de laranjeira...


Teu corpo, branco e macio,

É como um véu de noivado...


Teu corpo é pomo doirado...

Rosal queimado do estio,

Desfalecido em perfume...


Teu corpo é a brasa do lume...


Teu corpo é chama e flameja

Como à tarde os horizontes...


Como nas fontes

A água clara que serpeja,

Quem em antigas se derrama...


Volúpia da água e da chama...


A todo o momento o vejo...

Teu corpo... a única ilha

No oceano do meu desejo...


Teu corpo é tudo o que brilha,

Teu corpo é tudo o que cheira...

Rosa, flor de laranjeira...


BANDEIRA, Manuel. Poemeto erótico. In: Manuel Bandeira: poesia completa e prosa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,

1985. p.156.

A
onomatopeico
B
pleonástico
C
denotativo
D
hiperbólico
E
metonímico
a2aab5ba-b9
UERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os conceitos a vestiram como uma segunda pele,
O vocábulo a é comumente utilizado para substituir termos já enunciados. No texto, entretanto, ele tem um uso incomum, já que permite subentender um termo não enunciado.
Esse uso indica um recurso assim denominado:

A EDUCAÇÃO PELA SEDA

Vestidos muito justos são vulgares. Revelar formas é vulgar. Toda revelação é de uma vulgaridade abominável.

Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a norma que lhe rege a vida ao primeiro olhar.

Rosa Amanda Strausz

Mínimo múltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.

A
elipse
B
catáfora
C
designação
D
modalização
a28f5a97-b9
UERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

André Dahmer

Folha de São Paulo, 13/05/2013.


A internet é um tribunal...

A afirmação acima configura um exemplo de metáfora.

A partir da análise desse exemplo, pode-se definir “metáfora” como: 

A
alusão negativa
B
simbologia crítica
C
representação parcial
D
comparação subentendida
a2829ed3-b9
UERJ 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Hoje, nós somos escravos das horas, dessas senhoras inexoráveis que não cedem nunca (l. 12)

Neste fragmento, o autor emprega uma figura de linguagem para expressar o embate entre o homem e o tempo.

Essa figura de linguagem é conhecida como:


A
ironia
B
hipérbole
C
eufemismo
D
personificação
e22136ea-b8
UECE 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a opção que traz um comentário INCORRETO sobre o texto 3.

Jorge de Lima (*1893, em União-AL †1953, no Rio de Janeiro), poeta, mas também médico e pintor, compôs seus primeiros poemas sob a égide passadista. Em 1925, no entanto, adere ao Modernismo, publicando um folheto intitulado O mundo do menino impossível, onde reúne alguns de seus poemas livres. O ano de 1928 foi o de Essa negra Fulô, talvez sua obra mais lida. O ano de 1935 é marcado por sua conversão ao Catolicismo. Passa, a partir de então, a construir uma obra marcada por uma temática cristã de sentido bíblico e apocalíptico. Em 1952, lança Invenção de Orfeu, um longo poema hermético dividido em 10 partes ou cantos, como Os Lusíadas, de Camões, por meio do qual o poeta, segundo suas palavras, queria modernizar a epopeia clássica. São ainda palavras de Jorge de Lima: “A ideia central desse poema [Invenção de Orfeu] é a epopeia do poeta olhado como herói diante das vicissitudes do mundo através do tempo e do espaço. O que atravessa o poema de ponta a ponta é o drama da Queda. Sem a Queda não haveria história, não haveria Epopeia. O poeta é o seu herói”. O texto 3 que vem a seguir foi extraído desse grande poema intitulado Invenção de Orfeu.

(Observação: Orfeu, personagem da mitologia grega, é considerado o músico por excelência, o músico e o poeta. Tocava lira e cítara, da qual teria sido o inventor.)


(LIMA, Jorge de. In: Invenção de Orfeu. Rio de
Janeiro: Edições de Ouro, 1967. p. 57-58.)
A
Nos dois primeiros versos, o vocábulo “chuva” se opõe ao vocábulo “estios”. Os dois são metafóricos: o primeiro significa tempos difíceis, e o segundo, tempos amenos.
B
Os pássaros que aparecem a partir do oitavo verso (linha 98) devem ser entendidos como animais terrenos que indicam a materialidade da vida.
C
Os vocábulos “serões” e “enganos” no terceiro verso (linha 93) apontam para a velhice, quando os sonhos permanecem, mesmo sem a expectativa de realização.
D
O poema constitui uma alegoria do desejo humano de libertar-se das contingências terrenas e atingir o plano da divindade.
e20902c9-b8
UECE 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação às ideias do poema, escreva V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.

( ) Nas duas primeiras estrofes do poema, a voz que se ouve é a do menino. Nas duas últimas, a voz do adulto.

( ) Na primeira estrofe, o vocábulo “chuva” deve ser lido como uma metáfora para pranto.

( ) Nos dois primeiros versos, o poeta trabalhou as percepções tátil, visual, olfativa e auditiva.

( ) No sintagma “vento fino”, há uma combinação inusitada entre o substantivo “vento” e o adjetivo “fino”. Essa combinação substitui o clichê “vento frio”. As duas expressões se misturam em nossa mente, levando-nos a sentir com mais intensidade o que diz o texto.

Está correta, de cima para baixo, a sequência seguinte:


(Guilherme de Almeida. In Acaso.)

A
F, V, F, V.
B
V, F, V, F.
C
F, F, V, V.
D
V, F, F, V.
e21069f0-b8
UECE 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Morfologia - Verbos, Colocação Pronominal, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Atente aos dois versos finais do poema e ao que se diz sobre eles.

I. O verbo ir, no pretérito perfeito (foram), foi usado no interior do verso 13 (linha 89) e no início do verso 14 (linha 90), constituindo uma figura de linguagem que tem função textual: reforçar o sentido do verbo ir, sugerindo que os ideais do eu poético se foram de vez, sem possibilidade de retorno.

II. O verbo ir (foram) vem acompanhado do pronome se, primeiro, em posição proclítica, depois, em posição enclítica. Esse pronome não tem função sintática, mas função textual. O pronome repetido é mais um recurso que reforça o desengano do sujeito lírico.

III. Os dois diminutivos do texto – pequenino e barquinhos – indicam apenas dimensão. De fato, os braços de uma criança são realmente pequenos.

Está correto o que se diz somente em


(Guilherme de Almeida. In Acaso.)

A
I e III.
B
II.
C
I e II.
D
II e III.
861cd6ca-c6
UECE 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Pronomes demonstrativos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Atente para o que se afirma sobre os versos “ah, isso não: o vagabundo ficará mofando lá fora/ e leva no boletim uma galáxia de zeros” (linhas 55- 57).


I. Eles são construídos sobre duas metáforas hiperbólicas, isto é, metáforas que contêm um exagero.

II. O pronome isso em “ah, isso não”, aponta para um referente na cena enunciativa.

III. O pronome isso, no poema, aponta para o que é dito nos dois primeiros versos, sintetizando-os.


Está correto o que se diz em

TEXTO II

PORTÃO


ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Carlos Drummond de Andrade: Poesia e Prosa. Editora Nova Aguilar:1988. p. 506-507.
A
I e II.
B
I, II e III.
C
II e III.
D
I e III.
861093a4-c6
UECE 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Locução Verbal, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe a metáfora que inicia o poema — “O portão fica bocejando” — e o que se diz sobre ela.


I. Essa metáfora empresta ao portão faculdades humanas, constituindo, também uma prosopopeia ou personificação. Por outro lado, essa expressão aceita, ainda, a seguinte leitura: o portão representa metonimicamente a escola, com seus valores criticáveis e seus preconceitos.

II. O emprego da locução verbal de gerúndio “fica bocejando”, no lugar da forma simples boceja, dá à ação expressa pelo verbo bocejar um caráter de continuidade, de duração.

III. O gerúndio realça a própria semântica do verbo bocejar.


Está correto o que se afirma em

TEXTO II

PORTÃO


ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Carlos Drummond de Andrade: Poesia e Prosa. Editora Nova Aguilar:1988. p. 506-507.
A
I, II e III.
B
I e III apenas.
C
II e III apenas.
D
I e II apenas.
85fd9264-c6
UECE 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a opção em que há uma expressão INCORRETA sobre o emprego que o cronista faz dos vocábulos redoma, aquário e bolha (linhas 12-13).

Prezado candidato, o texto 1 desta prova foi extraído de uma crônica de Affonso Romano de Sant’Anna, cronista e poeta mineiro. Professor universitário e jornalista, escreveu para os maiores jornais do País. “Com uma produção diversificada e consistente, pensa o Brasil e a cultura do seu tempo, e se destaca como teórico, como poeta, como cronista, como professor, como administrador cultural e como jornalista.”


TEXTO I

Porta de colégio 



SANT’ANNA, Affonso Romano de. Affonso Romano de Sant’Anna: seleção e prefácio de Letícia Malard. Coleção Melhores Crônicas. p. 64-66.
A
As três expressões funcionam, no texto, como uma série sinonímica.
B
As três expressões são usadas como metáforas de lugares e ambientes que oferecem segurança ao adolescente.
C
O texto sugere que o traço de significação comum às três expressões é o material de que os objetos são feitos: vidro.
D
A ordem em que o cronista dispõe as três expressões no texto é aleatória.
1abd20c6-b9
UNESP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

O eu lírico recorre ao recurso expressivo conhecido como hipérbole no verso:

Onde estou? Este sítio desconheço:

Quem fez tão diferente aquele prado?

Tudo outra natureza tem tomado,

E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.


Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço

De estar a ela um dia reclinado;

Ali em vale um monte está mudado:

Quanto pode dos anos o progresso!


Árvores aqui vi tão florescentes,

Que faziam perpétua a primavera:

Nem troncos vejo agora decadentes.


Eu me engano: a região esta não era;

Mas que venho a estranhar, se estão presentes

Meus males, com que tudo degenera!

(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)

A
“Quem fez tão diferente aquele prado?” (1a estrofe)
B
“E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.” (1a estrofe)
C
“Quanto pode dos anos o progresso!” (2a estrofe)
D
“Que faziam perpétua a primavera:” (3a estrofe)
E
"Árvores aqui vi tão florescentes,” (3a estrofe)
09ace40e-c8
UFSC 2011 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Com base na leitura acima, assinale a proposição CORRETA.


A frase de Machado de Assis contém um pleonasmo, porque é um exagero dizer que se pode falar calado.

Leia os provérbios (itens A e B) e a citação (item C) abaixo.


A. “A palavra é prata, o silêncio é ouro.”

B. “Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem.”

C. “Há coisas que melhor se dizem calando.” (Machado de Assis) 

C
Certo
E
Errado