Questõesde CEDERJ sobre Português

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CEDERJ 2013 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

A sequência de palavras e expressões em que se concretiza com mais propriedade a transformação da relação do menino com a leitura é:

                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

A
antipático objeto; luzinha quase imperceptível; maravilha.
B
gemedeira; repugnância; decepção.
C
engulhando; gaguejando; gemendo.
D
noite extraordinária; carro em estrada cheia de buracos; perda.
d44ab3ff-96
CEDERJ 2013 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A afirmativa em que se associa adequadamente o estilo do escritor Graciliano Ramos à temática desenvolvida no trecho lido é:

                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

A
O narrador adota uma linguagem floreada, repleta de eufemismos que atenuam o sofrimento do menino diante da difícil relação com o pai e com a leitura.
B
O estilo circular da narrativa reitera, ao longo de todo o texto, o desespero do menino diante do ato de ler e a repugnância que sente em relação aos livros.
C
O narrador, por meio de linguagem seca e cortante, revela a decepção do menino com a atitude do pai, ilustrando as dificuldades de uma infância carente de afetos e oportunidades.
D
O estilo direto adotado pelo narrador se deve ao emprego da linguagem jornalística, que aproxima a narrativa da realidade, de modo seco e objetivo, ao retratar dificuldades próprias da relação entre pais e filhos.
d44fd6e9-96
CEDERJ 2013 - Português - Interpretação de Textos

A passagem “Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias" apresenta a seguinte oposição entre dois usos da linguagem:

                                                    Infância

     
Uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.

      Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

      Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguido por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo.

      Alinhavei o resto do capítulo, diligenciando penetrar o sentido da prosa confusa, aventurando-me às vezes a inquirir. E uma luzinha quase imperceptível surgia longe, apagava-se, ressurgia, vacilante, nas trevas do meu espírito.

      Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

      À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

        Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a narrativa, afastou-me com um gesto, carrancudo.

      Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.


                                                 RAMOS, Graciliano. Infância. São Paulo: Record, 1995. p.187-191.

A
a linguagem própria do mundo da gastronomia, voltado para a arte culinária, e a linguagem literária, que amplia o sentido de palavras e expressões de modo a criar novos e múltiplos sentidos.
B
o uso culto da língua, que obedece às regras gramaticais e, por isso, não exige uma tradução, e as expressões literárias, que precisam ser traduzidas.
C
a linguagem coloquial, usada pela maioria das pessoas no cotidiano, e a linguagem literária, que costuma utilizar palavras e expressões que já caíram em desuso.
D
a linguagem comum, do dia a dia, usada de forma espontânea, e a linguagem literária, que requer um trabalho apurado para construir efeitos artísticos e expressivos.
1af227e7-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O adjetivo “convencionais” − em “Para falar com franqueza, o número de anos assim positivo e a data de São Pedro são convencionais” − sugere que:

                   

A
o número de anos e a data de São Pedro não constam do livro de assentamentos de batizados da freguesia.
B
a data de aniversário e os cinquenta anos do narrador foram informados pelo pároco da freguesia.
C
o pai e a mãe do narrador são os responsáveis pelas informações constantes no livro de assentamentos de batizados da freguesia.
D
a idade do narrador e a data de seu aniversário podem ser diferentes do que consta no livro de assentamentos de batizados da freguesia.
1af74a70-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

A correlação é um importante recurso coesivo. Assinale a alternativa que apresenta enunciados organizados em estruturas de correlação (ou correlativas):

                   

A
“( ... ) se por um lado me causa alguma decepção, por outro lado me livra da maçada de suportar parentes pobres (...) .” (linhas 20-21)
B
“Quando me faltavam essas qualidades, a consideração era menor.” (linhas 6-7)
C
“Em todo o caso, se houver diferença, não deve ser grande (...)” (linhas 15-16)
D
“Não posso, portanto, festejar com exatidão meu aniversário.” (linhas 14-15)
1b017803-96
CEDERJ 2014 - Português - Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Orações subordinadas adverbiais: Causal, Comparativa, Consecutiva, Concessiva, Condicional...

No enunciado “Em todo o caso, se houver diferença, não deve ser grande, mês a mais ou mês a menos” (linhas 15-17), a conjunção sublinhada configura uma relação de

                   

A
conclusão.
B
condição.
C
conformidade.
D
consequência.
1ae4ba0e-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto corresponde a uma autodescrição de Paulo Honório, protagonista de São Bernardo, romance de Graciliano Ramos. São elementos linguísticos que caracterizam uma sequência autodescritiva:

                   

A
frases explicativas: “adoto-os porque estão no livro de assentamentos de batizados da freguesia” (linhas 10-11).
B
indicadores da 1ª pessoa do singular: “começo declarando que me chamo Paulo Honório” (linhas 1-2).
C
expressões adjetivas: “este rosto vermelho e cabeludo” (linhas 4-5); “a certidão, que menciona padrinhos” (linhas 11-12).
D
formas verbais no pretérito: “completei cinquenta anos” (linhas 2-3); “Quando me faltavam essas qualidades” (linha 6).
1aecee99-96
CEDERJ 2014 - Português - Uso dos dois-pontos, Pontuação

Leia o fragmento seguinte para responder à questão:

“Para falar com franqueza, o número de anos assim positivo e a data de São Pedro são convencionais: adoto-os porque estão no livro de assentamentos de batizados da freguesia.” (linhas 8-11)

O emprego de dois-pontos no fragmento acima indica:

                   

A
introdução de um exemplo de discurso direto.
B
enumeração de fatos em progressão temporal.
C
explicação do enunciado anterior.
D
contraposição de uma nova perspectiva ao que foi dito.
1dad650e-0d
CEDERJ 2011 - Português - Uso dos conectivos, Sintaxe

Marque a opção que analisa corretamente a relação estabelecida entre as orações, por meio dos conectivos destacados.

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A
“E o céu está cheio de estrelas, se bem a lua não tenha surgido nesta noite clara.” (Texto I, linhas 5-6) O conectivo estabelece uma relação de temporalidade e pode ser substituído por quando ou desde que.
B
É alto, o mais alto do bando, e o mais forte também, negro de carapinha baixa e músculos retesados, embora tenha apenas treze anos,...” (Texto I, linhas 13-15). O conector constrói uma relação de concessão e possui sentido semelhante a ainda que.
C
“Engajou com 9 anos nos Capitães da Areia, quando o Caboclo ainda era o chefe....” (Texto I, linhas 25- 26). O conector quando marca uma relação de consequência e equivale a de modo que.
D
“Depois que as crianças saíram, os funcionários perceberam que tinham furtado um par de tênis e uma blusa.” (Texto II, linhas 11-13). O conectivo tem valor condicional, podendo ser substituído corretamente por contanto que.
1b68720f-0d
CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos

Assinale a alternativa que estabelece corretamente uma comparação entre os textos I e II.

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A
O texto I descreve objetivamente e com crueldade cenas de violência praticada por menores, enquanto o texto II suaviza a violência das ações dos menores infratores.
B
O texto I caracteriza a ficção literária, ao apresentar uma visão lírica e complexa dos personagens e suas relações com o ambiente, enquanto o texto II, no estilo direto do discurso jornalístico, traz uma visão crua e simplificada dos personagens.
C
O texto I é um romance e por isso nada do que se conta tem relação com a realidade das ruas. Já o texto II narra a verdade dos fatos, comprovada por fotografias, provas, depoimentos e confissões.
D
O texto I caracteriza o discurso literário, por apresentar uma visão fantasiosa da vida de um grupo de meninos infratores. Já o texto II representa o discurso jornalístico, caracterizado pela subjetividade do narrador.
19e2cf72-0d
CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Escolha a alternativa que apresenta características do gênero notícia de jornal, depreendidas do texto II.

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A
Demonstração de subjetividade no trato da notícia, por meio da apresentação de opiniões pessoais do narrador.
B
Discussão das condições sociais e históricas que possibilitam o aparecimento de determinadas situações de conflito.
C
Criação do efeito de objetividade no tratamento dos fatos, com apresentação de dados concretos, como nomes, idades, locais.
D
Imprecisão de dados, para criar o efeito da impossibilidade de narrar os acontecimentos contraditórios do mundo contemporâneo.
184e4ef2-0d
CEDERJ 2011 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

Assinale a alternativa que analisa corretamente o emprego dos verbos no passado nos trechos:

“Na sua frente estava a cidade misteriosa, e ele partiu para conquistá-la.” (Texto I, linhas 21-22)
Engajou com 9 anos nos Capitães da Areia, quando o Caboclo ainda era o chefe...”(Texto I, linhas 25-26)

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A
Os verbos estar e ser, no pretérito imperfeito, mostram o estado contínuo da cidade e a permanência de Caboclo como líder. Já os verbos partir e engajar, no mais-que-perfeito, revelam que as ações de João Grande são anteriores à chegada de Caboclo no grupo.
B
Os verbos partir e engajar são empregados no pretérito perfeito, para demonstrar, por meio de ações inconclusas, a indecisão do personagem João Grande. Além disso, usam-se os verbos estar e ser no pretérito mais-que-perfeito para indicar os estados passageiros da cidade e do chefe do grupo.
C
Todos os verbos (estar, partir, engajar e ser) são empregados no pretérito imperfeito, a fim de expressar processos não concluídos e incompletos. Com isso, reforça-se a ideia de que João Grande não vai conseguir conquistar a cidade.
D
O emprego dos verbos estar e ser no pretérito imperfeito indica os estados contínuos e durativos da cidade e do chefe do grupo. Tais estados contrastam com as ações concluídas por João Grande, expressas pelos verbos partir e engajar no pretérito perfeito.
16e52795-0d
CEDERJ 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto I foi extraído do segundo capítulo do romance Capitães da Areia e integra a parte de apresentação do ambiente e dos personagens envolvidos na história.

Assinale a afirmativa que analisa corretamente a visão do narrador sobre o personagem João Grande.

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A
João Grande é um menino agressivo e esperto, que vive pelas ruas da Bahia praticando pequenos furtos e atos de violência, depois de ter sido expulso de casa.
B
João Grande é um menino desprotegido, de grande força e disposição de ação, que se junta aos Capitães da Areia para viver em liberdade pelas ruas da Bahia.
C
João Grande é um menino de inteligência viva e boa capacidade de organização de assaltos, tendo sido, por isso, escolhido como um dos chefes do grupo.
D
João Grande é um rapaz violento mas medroso, que vive à sombra dos Capitães da Areia, escondido na noite do cais.
4f1a2dc0-17
CEDERJ 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Morfologia - Pronomes

Assinale a alternativa que analisa corretamente o papel do pronome isto na construção textual do seguinte trecho:

Isto que parece um simples inventário, eram notas que eu havia tomado para um capítulo triste e vulgar que não escrevo.”

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A
O pronome tem função coesiva, pois retoma e resume todos os termos anteriormente expressos no texto.
B
O pronome é empregado para reforçar a incoerência do primeiro período do texto.
C
O pronome antecipa a expressão “capítulo triste” e, com isso, estabelece a coesão textual.
D
O pronome é usado para estabelecer a coerência textual, pois ajuda a revelar que o texto é apenas um inventário de palavras.
4dcb9eb0-17
CEDERJ 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto II, o tom irônico do narrador fica explícito na seguinte passagem:

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A
“um homem que veio vestir o cadáver, outro que tomou a medida do caixão, caixão, essa...”
B
“Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos portais, um homem que veio vestir o cadáver.”
C
“...eram notas que eu havia tomado para um capítulo triste e vulgar que não escrevo.”
D
“...convidados que entravam, lentamente, a passo surdo, e apertavam a mão à família, alguns tristes, todos sérios e calados...”
4c813432-17
CEDERJ 2012 - Português - Interpretação de Textos, Regência, Sintaxe, Redação - Reescritura de texto

O último verso, “A visita na casa que a gente sentava no sofá”, exemplifica um uso informal, coloquial da língua.

Assinale a alternativa em que o verso é reescrito, de acordo com o uso formal da língua portuguesa.

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A
A visita na casa em cujo sofá a gente sentava.
B
A visita na casa cujo sofá a gente sentava.
C
A visita à casa que sentávamos no sofá.
D
A visita à casa em cujo sofá nós sentávamos.
4b1efaf4-17
CEDERJ 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No poema de Oswald de Andrade, a função do título é

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A
estabelecer contraste com os versos formados de expressões soltas.
B
conferir coerência aos versos constituídos de sintagmas aparentemente soltos, enfeixando-os numa unidade textual.
C
acrescentar um sentido inesperado ao último verso, que se constitui como fecho de ouro do poema memorialístico.
D
relacionar os versos à infância do poeta, marcada por acontecimentos trágicos e grandiosos.