Questõesde UNICENTRO sobre Literatura
Bentinho chega à conclusão de que Capitu já
trazia os traços psicológicos desde sua
infância. Assinale a alternativa em que há a
comprovação dessa tese de Bentinho.
A questão refere-se ao fragmento de texto a seguir.
Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me faz esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é este propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente (...)”Não tenhas ciúmes, dir-me-ia, como no seu cap. IX, ver.1: “Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti”. Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca.
E bem, qualquer que seja a solução, uma coisa
fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos,
a saber, que a minha primeira amiga e o meu
maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos
também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A terra lhes seja leve! Vamos
à História dos Subúrbios” Capítulo CXLVIII E Bem,
E O Resto ? Machado de Assis. Dom Casmurro.
São Paulo: Abril Cultural, 1981, p. 174.
O conto cômico de Primeiras Estórias, em que
Guimarães Rosa tematiza a importância da
linguagem, seu conhecimento, mostrando um
médico narrador da história que recebe a visita
de quatro cavaleiros rudes do sertão, é
Sobre o Guardador de Rebanhos, é
INCORRETO afirmar que
Em relação à obra A Hora da Estrela de Clarice
Lispector, é INCORRETO afirmar que
Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e
que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um
meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do
pai. Se me tem pedido a coisa por favor, alcançá-la-ia
do mesmo modo, como de outras vezes, mas parece
que era lembrança das outras vezes, o medo de achar a
minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como
queria, — e pode ser mesmo que em alguma ocasião
lhe tivesse ensinado mal,–– parece que tal foi a causa
da proposta. [...]
Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la.
Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal
interesse, que lhe pingava o rapé do nariz.
— Ande, tome, dizia-me baixinho o filho. [...]
–– Tome, tome... Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo
em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me
que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a
pouco deitei-lhe outra vez o olho, e –– tanto se ilude a
vontade! –– não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.
–– Dê cá...
ASSIS, Machado de. Conto de Escola. Contos. São Paulo: Ática. 1989.
p. 34. ( Série Bons Livros).
Tem comprovação no texto a ideia de
Consolo na praia
Vamos, não chores.A infância está perdida.A mocidade está perdida.Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.O segundo amor passou.O terceiro amor passou.Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.Não tentaste qualquer viagem.Não possuis carro, navio, terra.Mas tens um cão.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Consolo na praia. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1989. p. 129.
Para o eu poético,
Tornou-se Pereira pálido, franzindo os sobrolhos e
olhando de esguelha para quem tão imprudentemente
elogiava assim, cara a cara, a beleza de sua filha;
Inocência enrubesceu que nem uma romã; Cirino sentiu
um movimento impetuoso, misturado de estranheza e
desespero, e, lá da sua pele de tamanduá-bandeira,
ergueu-se meio apavorado o anão.
Nem reparou Meyer e com a habitual ingenuidade
prosseguiu:
–– Aqui, no sertão do Brasil, há o mau costume de
esconder as mulheres.
Viajante não sabe de todo se são bonitas, se feias,
e nada pode contar nos livros para o conhecimento dos
que leem. Mas, palavra de honra, senhor Pereira, se
todas se parecem com esta sua filha, é coisa muito e
muito digna de ser vista e escrita! Eu...
–– O senhor não quer retirar-se? Interrompeu
Pereira com modo áspero.
–– Pois não! Replicou o alemão.
TAUNAY, Visconde de. Inocência. Disponível em: <www.nead.unama.br> . Acesso em: 19 jun. 2010.
O diálogo entre as personagens Meyer, que representa a
ideologia europeia, e Pereira, que traduz os valores sertanejos,
evidencia
Aniceto fora cedo tirar o atestado de óbito no cartório de Palmeira e chegou no meio da tarde, encontrando grande
confusão, o padre não permitia o enterro no cemitério de Santa Bárbara, era uma ateia.
–– Mas vivemos na República –– gritou Rossi, que tinha ido acertar o sepultamento.
–– A igreja é maior que o governo –– revidou o padre.
–– Temos o direito de ser enterrados no cemitério.
–– Essa terra só conhece católicos. — E o padre bateu
a porta da sacristia.
Quando souberam da proibição, os anarquistas se revoltaram, iam marchar juntos contra o padre e enterrar
Gentille à força, viviam em um país livre, eram trabalhadores, davam lucro ao estado, ninguém era
obrigado a ter religião para ser enterrado dignamente.
SANCHES NETO, Miguel. Um amor anarquista. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 219.
O texto, contextualizado na obra em sua totalidade, permite afirmar:
Sou um homem arrasado. Doença? Não. Gozo
perfeita saúde. O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro.
Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem
objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O
resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão
que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a
sensibilidade embotada.
Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se
uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e
dormir como um porco! Levantar-se cedo todas as
manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois
guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas
gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o
diabo e levar tudo?
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1979.
p. 179-180.
Na percepção que constrói de si mesmo, o sujeito-narrador
Contextualizada na obra “O Rei da Vela”, a análise das personagens em destaque no fragmento permite afirmar:
Contextualizada na obra “O Rei da Vela”, a análise das personagens em destaque no fragmento permite afirmar:
Heloisa, filha de um fazendeiro arruinado pela crise, representa a classe dos oprimidos, que é excluída do processo social.