Questõessobre Romantismo

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Foram encontradas 287 questões
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UNEMAT 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

“ [...] Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;

Serenais, verdes mares, e alisais docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas. [...].

Considerando o excerto de Iracema (1865), de José de Alencar, é correto afirmar.

A
Remete o leitor às paisagens do Brasil, sem que haja qualquer interferência do narrador e de seus pontos de vista.
B
Essencialmente descritivo, o romance falseia a natureza do Brasil a partir do Rio Mocoripe, no Ceará.
C
O narrador persuasivo expõe a paisagem cearense sob o seu ponto de vista depreciativo.
D
Revela características essencialmente românticas como a idealização da paisagem brasileira.
E
Um exemplo do ultrarromantismo que idealiza a paisagem ambientada do sertão agreste brasileiro.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Leia o diálogo entre Pereira e Cirino, no momento em que este deve adentrar-se ao quarto de Inocência para examiná-la.

“Antes de sair da sala, deteve Pereira o hóspede com ar de quem precisava tocar em assunto de gravidade e ao mesmo tempo de difícil explicação. Afinal começou meio hesitante:
- Sr. Cirino, eu cá sou homem muito bom de gênio, muito amigo de todos, muito acomodado e que tenho o coração perto da boca como vosmecê deve ter visto...
- Por certo – concordou o outro.
- Pois bem, mas... tenho um grande defeito: sou muito desconfiado. Vai o doutor entrar no interior da minha casa e... deve portar-se como...
- Oh, Sr. Pereira! – atalhou Cirino com animação, mas sem grande estranheza, pois conhecia o zelo com que os homens do sertão guardam da vista dos profanos os seus aposentos domésticos – posso gabar-me de ter sido recebido no seio de muita família honesta e sei proceder como devo”.
(TAUNAY, 1994, p. 39).

Com relação à postura do narrador diante dos costumes que caracterizam o sertanejo brasileiro na obra citada, assinale a alternativa correta.

A
É uma passagem que representa bem o sentimentalismo exagerado das personagens sertanejas.
B
É manifestação clara do narrador com respeito à carta de recomendação de Chiquinho, irmão de Pereira.
C
É uma passagem do capítulo “Aviso prévio” a respeito da antevisão do narrador sobre o epílogo do romance.
D
É a manifestação do narrador sobre a trama amorosa da personagem Inocência.
E
É uma passagem do capítulo “O doutor”, em que Cirino é aceito por Pereira como médico adaptado aos costumes do sertão.
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UNEMAT 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias, Romantismo

Entre as personagens mais famosas da Literatura Brasileira estão Iracema (1992), de José de Alencar, e Capitu do livro Dom Casmurro (1994), de Machado de Assis. Estas personagens situadas em contextos diferentes apresentam traços em comum. Considerando o fator criticidade, identifique esses traços.

A
São mulheres pacatas movidas pelo amor.
B
O fato de Iracema contrariar os princípios de sua tribo tabajara e Capitu se valer dos “olhos de ressaca” para conseguir seus objetivos, demonstra que ambas conseguiam seus ideais sem medir as consequências.
C
Iracema e Capitu são símbolos de um período em que o Brasil tenta se firmar literariamente ao negar o elemento estrangeiro.
D
É incorreto afirmar sobre o fator criticidade associado a Capitu, pois a narrativa dos fatos é conduzida por Bentinho.
E
A criticidade é encontrada na construção da personagem, enquanto o “enigma de Capitu”, assim como o modo de descrição, o desenrolar dos fatos na vida de Iracema (América) junta paixão, amor e desilusão.
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UNEMAT 2011 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias, Romantismo

Leia os fragmentos das obras Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida (1852), e Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1881):

Fragmento 1

“Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração [...]; levaram o resto do dia de namoro cerrado: ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão [...]; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extemosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos” (ALMEIDA, 1997, p. 12-3).

Fragmento 2
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; acabou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil” (ASSIS, 1995, p. 42).

Assinale a alternativa correta com relação à visão dos narradores sobre o amor.

A
Romântica.
B
Irônica.
C
Religiosa.
D
Lírica.
E
Mística.
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UNESP 2013 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Do segundo ao último verso da primeira estrofe do poema, revelam-se características marcantes do Romantismo:

Instrução: A questão toma por base um fragmento de Glória moribunda, do poeta romântico brasileiro Álvares de Azevedo (1831-1852).



É uma visão medonha uma caveira?

Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.

Foi a cabeça ardente de um poeta,

Outrora à sombra dos cabelos loiros.

Quando o reflexo do viver fogoso

Ali dentro animava o pensamento,

Esta fronte era bela. Aqui nas faces

Formosa palidez cobria o rosto;

Nessas órbitas — ocas, denegridas! —

Como era puro seu olhar sombrio!



Agora tudo é cinza. Resta apenas

A caveira que a alma em si guardava,

Como a concha no mar encerra a pérola,

Como a caçoula a mirra incandescente.



Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;

Por que repugnas levantá-la agora?

Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!

Quanta vida ali dentro fermentava,

Como a seiva nos ramos do arvoredo!

E a sede em fogo das ideias vivas

Onde está? onde foi? Essa alma errante

Que um dia no viver passou cantando,

Como canta na treva um vagabundo,

Perdeu-se acaso no sombrio vento,

Como noturna lâmpada apagou-se?

E a centelha da vida, o eletrismo

Que as fibras tremulantes agitava

Morreu para animar futuras vidas?



Sorris? eu sou um louco. As utopias,

Os sonhos da ciência nada valem.

A vida é um escárnio sem sentido,

Comédia infame que ensanguenta o lodo.

Há talvez um segredo que ela esconde;

Mas esse a morte o sabe e o não revela.

Os túmulos são mudos como o vácuo.

Desde a primeira dor sobre um cadáver,

Quando a primeira mãe entre soluços

Do filho morto os membros apertava

Ao ofegante seio, o peito humano

Caiu tremendo interrogando o túmulo...

E a terra sepulcral não respondia.



                    (Poesias completas, 1962.)

A
conteúdos e desenvolvimentos bucólicos.
B
subjetivismo e imaginação criadora.
C
submissão do discurso poético à musicalidade pura.
D
observação e descrição meticulosa da realidade.
E
concepção determinista e mecanicista da natureza.
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UFRGS 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Considere as seguintes afirmações sobre Maria Firmina dos Reis e seu romance Úrsula.


I - O romance Úrsula foi publicado no Maranhão, em 1859, sob o pseudônimo de “Uma Maranhense”, e quase não se tem notícia de sua circulação à época da publicação. Recuperado na segunda metade do século XX, só então o livro passa a ser reeditado e minimamente debatido no meio literário.

II - Nas primeiras páginas do romance, uma voz que pode ser lida como a da autora apresenta, a modo de prólogo, seu livro ao leitor, consciente das limitações que seriam impostas a ele por ter sido escrito por uma mulher brasileira de educação acanhada.

III- A circulação limitada de Úrsula dá mostras de que, associados ao valor estético, fatores como classe social, gênero e raça do escritor também participam da definição do cânone literário.


Quais estão corretas?

A
Apenas I.
B
Apenas III.
C
Apenas I e II.
D
Apenas II e III.
E
I, II e III.
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UFRGS 2019 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Sobre Úrsula, romance de Maria Firmina dos Reis, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.


( ) O romance é narrado em primeira pessoa por Úrsula, jovem negra escravizada e depois alforriada por Tancredo, senhor com quem a protagonista se casa.

( ) A linguagem apresenta variedade de registro: personagens negras comunicam-se de forma coloquial, personagens brancas adotam a norma culta da língua.

( ) O enredo está centrado no amor fracassado entre Úrsula e Tancredo, embora personagens como Túlio e mãe Susana sejam cruciais para o romance, especialmente na definição de seu caráter antiescravista.

( ) O escravocrata comendador Fernando P., antagonista de Tancredo na disputa por Úrsula, arrepende-se de seus crimes no final da vida e, recolhido em um convento, transforma-se no frei Luís de Santa Úrsula.


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – F – V – F.
B
V – V – F – F.
C
F – F – V – V.
D
F – V – F – V.
E
V – V – F – V.
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UFMS 2018 - Literatura - Vanguardas Europeias, Modernismo: Tendências contemporâneas, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias, Romantismo

Leia o texto a seguir.


[...]
Coração, portal vermelho 
Pedra, com plumagem de ave 
Cobra, coral que arranha 
E alisa 
E é pele de sal

Delírio ao olhar pras Cagarras

Pupila, kajal tão verde
 Esmeralda, manchada de som 
Onda, dedilhar que afoga
 E desaba 
O meu temporal 

Arrepio ao cantar das cigarras

Cabelo, silêncio da noite 
Negrume, cintura de raio 
Bicho, seu dançar me engole 
E desabotoa 
O meu ato fina

Deslizo ao chorar das guitarras
 (E ao cantar das cigarras) 
Fumaça!
Manchada de som 
Fumaça!

Na pista a luz de cigarros 
Eu sou do tipo que também passa mal 
Com ciúmes do sabor da fumaça
 Que penetra sua boca
 Esse amor marginal

[...]

NOPORN. Fumaça. In: NOPORN. Boca. São Paulo: Tratore Distribuidora dos Independentes, 2016. 1 CD. Faixa 3 (4’48”)

A canção “Fumaça”, do duo NoPorn, composto por Liana Padilha e Luca Lauri, emprega dois recursos caros a duas poéticas da virada do século XIX para o século XX: primeiro, a aproximação de elementos distantes, criando novas realidades, por vezes oníricas, como a imagem de uma “pedra, com plumagem de ave”; segundo, a sinestesia, que promove o cruzamento de sensações, perceptível em construções como “manchada de som” e “sabor da fumaça”. O primeiro e o segundo recursos criativos expostos podem ser associados, respectivamente, ao: 

A
Romantismo e Realismo.
B
Expressionismo e Impressionismo.
C
Cubismo e Futurismo.
D
Surrealismo e Simbolismo.
E
Pós-modernismo e Modernismo.
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UNIFESP 2018 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Guardadas as proporções, o ambiente retratado no texto de Gilberto Freyre aparece com destaque na produção literária de

Para responder à questão, leia o trecho do livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre.


       Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, harém, convento de moças, hospedaria. Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também banco. Dentro das suas grossas paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no chão, enterrava-se dinheiro, guardavam-se joias, ouro, valores. Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos. Daí Nossas Senhoras sobrecarregadas à baiana de teteias, balangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos, raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de São Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a época, de que “negro não devia ter luxo”. Com efeito, chegou a proibir-se, nos tempos coloniais, o uso de “ornatos de algum luxo” pelos negros.

      Por segurança e precaução contra os corsários, contra os excessos demagógicos, contra as tendências comunistas dos indígenas e dos africanos, os grandes proprietários, nos seus zelos exagerados de privativismo, enterraram dentro de casa as joias e o ouro do mesmo modo que os mortos queridos. Os dois fortes motivos das casas-grandes acabarem sempre mal-assombradas com cadeiras de balanço se balançando sozinhas sobre tijolos soltos que de manhã ninguém encontra; com barulho de pratos e copos batendo de noite nos aparadores; com almas de senhores de engenho aparecendo aos parentes ou mesmo estranhos pedindo padres-nossos, ave-marias, gemendo lamentações, indicando lugares com botijas de dinheiro. Às vezes dinheiro dos outros, de que os senhores ilicitamente se haviam apoderado. Dinheiro que compadres, viúvas e até escravos lhes tinham entregue para guardar. Sucedeu muita dessa gente ficar sem os seus valores e acabar na miséria devido à esperteza ou à morte súbita do depositário. Houve senhores sem escrúpulos que, aceitando valores para guardar, fingiram-se depois de estranhos e desentendidos: “Você está maluco? Deu-me lá alguma cousa para guardar?”

      Muito dinheiro enterrado sumiu-se misteriosamente. Joaquim Nabuco, criado por sua madrinha na casa-grande de Maçangana, morreu sem saber que destino tomara a ourama para ele reunida pela boa senhora; e provavelmente enterrada em algum desvão de parede. […] Em várias casas-grandes da Bahia, de Olinda, de Pernambuco se têm encontrado, em demolições ou escavações, botijas de dinheiro. Na que foi dos Pires d’Ávila ou Pires de Carvalho, na Bahia, achou-se, num recanto de parede, “verdadeira fortuna em moedas de ouro”. Noutras casas-grandes só se têm desencavado do chão ossos de escravos, justiçados pelos senhores e mandados enterrar no quintal, ou dentro de casa, à revelia das autoridades. Conta-se que o visconde de Suaçuna, na sua casa-grande de Pombal, mandou enterrar no jardim mais de um negro supliciado por ordem de sua justiça patriarcal. Não é de admirar. Eram senhores, os das casas-grandes, que mandavam matar os próprios filhos. Um desses patriarcas, Pedro Vieira, já avô, por descobrir que o filho mantinha relações com a mucama de sua predileção, mandou matá-lo pelo irmão mais velho.

                         (In: Silviano Santiago (coord.). Intérpretes do Brasil, 2000.)

A
Euclides da Cunha.
B
Machado de Assis.
C
Aluísio Azevedo.
D
José Lins do Rego.
E
Lima Barreto.
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UNIFESP 2018 - Literatura - Simbolismo, Modernismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Os ______ haviam “civilizado” a imagem do índio, injetando nele os padrões do cavalheirismo convencional. Os _________, ao contrário, procuraram nele e no negro o primitivismo, que injetaram nos padrões da civilização dominante como renovação e quebra das convenções acadêmicas.

(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)


As lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por

A
românticos e simbolistas.
B
árcades e simbolistas.
C
árcades e modernistas.
D
românticos e modernistas.
E
simbolistas e modernistas.
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IFN-MG 2017 - Literatura - Barroco, Simbolismo, Modernismo, Escolas Literárias, Romantismo

Considere o trecho da Obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que se segue:


Virgília? Mas era a mesma senhora, que alguns anos depois...? (...) Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é um romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção – devoção, ou talvez medo; creio que medo. (ASSIS, Machado, 1994, p. 55)


Com base na leitura do trecho, considerando a referida obra e o conhecimento sobre as escolas literárias, podemos afirmar que há uma crítica explícita à seguinte estética:

A
Barroco
B
Modernismo
C
Romantismo
D
Simbolismo
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IF-MT 2018 - Literatura - Vanguardas Europeias, Escolas Literárias, Romantismo

Podemos reconhecer no conto elementos que o inserem no:


I - Modernismo, cujo projeto era o desejo de revelar o "verdadeiro" Brasil para o brasileiro, numa perspectiva não idealizada.

II - Pré-modernismo, pois há um diálogo concomitante com as estruturas estéticas do passado (como o Realismo) e as de renovação que estavam para surgir (como o Modernismo).

III - Romantismo, pois a descrição de Itaoca, cidade do interior de São Paulo, segue os parâmetros do regionalismo dessa estética literária.


A partir das assertivas acima, julgue-as e marque a alternativa correta.

Texto IV: base para a questão.


                          Um homem de consciência


      Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

      Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

      Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.

      — Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está acabando...

      João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.

      — É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.

      Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...

      Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

    João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalo magro e partiu.

     — Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

     — Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

— Mas, como? Agora que você está delegado?

— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. E sumiu."

(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo, Editora Brasiliense, 1965)

A
Somente I e II são verdadeiras.
B
Somente II e III são verdadeiras.
C
Somente II é verdadeira.
D
Somente I e III são verdadeiras.
E
Somente a III é verdadeira.
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UNESP 2018 - Literatura - Barroco, Simbolismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Tal movimento não era apenas um movimento europeu de caráter universal, conquistando uma nação após outra e criando uma linguagem literária universal que, em última análise, era tão inteligível na Rússia e na Polônia quanto na Inglaterra e na França; ele também provou ser uma daquelas correntes que, como o Classicismo da Renascença, subsistiu como fator duradouro no desenvolvimento da arte. Na verdade, não existe produto da arte moderna, nenhum impulso emocional, nenhuma impressão ou estado de espírito do homem moderno, que não deva sua sutileza e variedade à sensibilidade que se desenvolveu a partir desse movimento. Toda exuberância, anarquia e violência da arte moderna, seu lirismo balbuciante, seu exibicionismo irrestrito e profuso, derivaram dele. E essa atitude subjetiva e egocêntrica tornou-se de tal modo natural para nós, tão absolutamente inevitável, que nos parece impossível reproduzir sequer uma sequência abstrata de pensamento sem fazer referência aos nossos sentimentos.

(Arnold Hauser. História social da arte e da literatura, 1995. Adaptado.)


O texto refere-se ao movimento denominado

A
Barroco.
B
Arcadismo.
C
Realismo.
D
Romantismo.
E
Simbolismo.
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IFN-MG 2018 - Literatura - Naturalismo, Realismo, Escolas Literárias, Romantismo

Sobre as características das escolas literárias brasileiras, é INCORRETO afirmar que:

A
O Realismo centraliza na caracterização das personagens, com o propósito de denunciar o caráter humano e a hipocrisia da sociedade burguesa do século XIX.
B
A Escola Naturalista apresenta obras cujas personagens exemplificam a corrente filosófica denominada Determinismo, proposta Hippolyte Taine, para o qual a hereditariedade e o meio social explicam o comportamento humano.
C
As personagens românticas são representativas das camadas sociais que viviam à margem: prostitutas, policiais, moradores dos cortiços, enfim, tipos humanos em embate com a sociedade burguesa.
D
O Naturalismo brasileiro explorou personagens simples, patológicas, mórbidas e doentias.
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INSPER 2017 - Literatura - Barroco, Simbolismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Analisando-se os textos, conclui-se corretamente que a descrição da mulher destaca

                                                  Texto 1


                          Os teus olhos espalham luz divina,

                          a quem a luz do sol em vão se atreve;

                          papoila ou rosa delicada e fina

                          te cobre as faces, que são cor da neve.

                          Os teus cabelos são uns fios d’ouro;

                           teu lindo corpo bálsamo vapora.

                           Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,

                           para a glória de amor igual tesouro!

                           Graças, Marília bela,

                            graças à minha estrela!

                                                   (Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)


                                                Texto 2


      Jerônimo levantou-se, quase que maquinalmente, e, seguido por Piedade, aproximou-se da grande roda que se formara em torno dos dois mulatos. Aí, de queixo grudado às costas das mãos contra uma cerca de jardim, permaneceu, sem tugir nem mugir, entregue de corpo e alma àquela cantiga sedutora e voluptuosa que o enleava e tolhia, como à robusta gameleira brava o cipó flexível, carinhoso e traiçoeiro.

      E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua cama de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.

                                                                   (Aluísio Azevedo, O Cortiço, 1991)

A
um ponto de vista objetivo, no Texto 1, expressão do Simbolismo, relacionando-se os atributos físicos e morais femininos; e um ponto de vista subjetivo, no Texto 2, expressão do Romantismo, ressaltando-se a graça feminina.
B
uma perspectiva erotizante em ambos, expressão do Romantismo, ressaltando-se os atributos físicos femininos e a forma como os homens são seduzidos por ela, sobretudo por ser-lhes inacessível.
C
a sensualidade em ambos os textos, expressão do Realismo, com forte apelo ao aspecto instintivo por meio do qual ela cria uma relação de sedução e dominação do homem amado.
D
sua idealização, expressão do Arcadismo, numa relação entre a beleza física e a natureza, no Texto 1; e sua sensualidade, expressão da prosa naturalista, enfatizando-se os instintos femininos, no Texto 2.
E
sua inacessibilidade, no Texto 1, expressão do Barroco, marcado por uma concepção divinizada da figura feminina; e sua idealização, no Texto 2, expressão do Parnasianismo, na qual se ressaltam os atributos morais femininos.
32455205-58
UNESP 2018 - Literatura - Simbolismo, Parnasianismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Esse movimento descobriu algo que ainda não havia sido conhecido ou enfatizado antes: a “poesia pura”, a poesia que surge do espírito irracional, não conceitual da linguagem, oposto a toda interpretação lógica. Assim, a poesia nada mais é do que a expressão daquelas relações e correspondências, que a linguagem, abandonada a si mesma, cria entre o concreto e o abstrato, o material e o ideal, e entre as diferentes esferas dos sentidos.

Sendo a vida misteriosa e inexplicável, como pensavam os adeptos desse movimento, era natural que fosse representada de maneira imprecisa, vaga, nebulosa, ilógica e ininteligível.

(Afrânio Coutinho. Introdução à literatura no Brasil, 1976. Adaptado.)


O comentário do crítico Afrânio Coutinho refere-se ao movimento literário denominado

A
Parnasianismo.
B
Romantismo.
C
Realismo.
D
Simbolismo.
E
Arcadismo.
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ENEM 2014 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Soneto

Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!

E que doido que eu fui! como eu pensava
Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!

Embora — é meu destino. Em treva densa
Dentro do peito a existência finda
Pressinto a morte na fatal doença!

A mim a solidão da noite infinda!
Possa dormir o trovador sem crença.
Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!

AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996

A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década de 1850, período conhecido na literatura brasileira como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da exacerbação romântica identifica-se com o(a)

A
amor materno, que surge como possibilidade de salvação para o eu lírico.
B
saudosismo da infância, indicado pela menção às figuras da mãe e da irmã.
C
construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas com aparência melancólica.
D
presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo seu desejo de dormir.
E
fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva a sentir um tormento constante.
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ENEM 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha parenta.

ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.


O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. Firmina Mascarenhas como "parenta" de Aurélia Camargo assimila práticas e convenções sociais inseridas no contexto do Romantismo, pois

A
o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a mulher ao retratar a condição feminina na sociedade brasileira da época.
B
o trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos sociais no enredo de seu romance.
C
as características da sociedade em que Aurélia vivia são remodeladas na imaginação do narrador romântico.
D
o narrador evidencia o cerceamento sexista à autoridade da mulher, financeiramente independente.
E
o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele período histórico.
0d0be412-48
UNB 2010 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

A declaração “Que esse desespero é moda em 76” (v.6) alude a um momento da literatura brasileira em que escritores, entre eles Nélida Piñon, tentavam construir, em prosa, o contexto histórico brasileiro a partir da dicotomia realidade/sonho, reinaugurando, com essa perspectiva, o subjetivismo ou individualismo do modelo romântico.

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Considerando a composição acima e os aspectos que ela suscita,
julgue os seguintes itens.

C
Certo
E
Errado
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UFT 2011 - Literatura - Barroco, Simbolismo, Modernismo, Parnasianismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Leia os fragmentos abaixo para responder à questão 13.

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Os fragmentos acima representam os estilos de época, respectivamente:

A
Romantismo, Simbolismo e Barroco
B
Romantismo, Parnasianismo e Barroco
C
Barroco, Arcadismo e Simbolismo
D
Modernismo, Romantismo e Simbolismo
E
Parnasianismo, Barroco e Modernismo