Questõesde CÁSPER LÍBERO sobre Modernismo

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Foram encontradas 32 questões
fe50c30a-e7
CÁSPER LÍBERO 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Capitães da areia, de Jorge Amado.

A
“O realismo do escritor não é orgânico nem espontâneo. É crítico. O ‘herói’ é sempre um problema: não aceita o mundo, nem os outros, nem a si mesmo. Sofrendo pelas distâncias que o separam da placenta familiar ou grupal, introjeta o conflito numa conduta de extrema dureza, que é a sua única máscara possível”. (Alfredo Bosi).
B
“O romance reafirma as qualidades que o escritor atribui aos filhos de nosso país – coragem, capacidade de extrair força da adversidade, imaginação vigorosa. Ele sugere ainda que elas não são apenas uma conquista, mas algo que já existe naturalmente em nós. (...) Torna-se mais forte ainda, aqui, o otimismo com que o escritor vê o Brasil, quase sempre, é verdade, temperado pela violência”. (José Castello).
C
“A indeterminação semântica ou a duplicidade que rege o texto encontra eco na concepção do cenário, dos personagens e na caracterização do herói principal, projeta-se também na trama narrativa, cujo enunciado segue uma orientação dupla”. (Gilda de Mello e Souza).
D
“Em lugar da família restrita, unida por laços de sangue, e perturbada pelo contato com estranhos, vemos uma destas moléculas algo soltas e contingentes, que se podem chamar uma parentela, em que ao sabor das circunstâncias e das conveniências se associam os laços de sangue, o compadrio e os favores trocados”. (Roberto Schwarz).
E
“O escritor parece divertir-se e, todavia, comover-se com seus mitos, tanto quanto o menino com seus brinquedos e o primitivo com suas superstições ao considerá-los objetos reais dentro do reino em que vivem, o sobrenatural. Tal como eles, com alegria e unção, o poeta ultrapassa os limites da realidade em seus patos (pathos) criadores”. (Henrique Lisboa).
8d57e8b5-ef
CÁSPER LÍBERO 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

“Aqui jaz um grande poeta. / Nada deixou escrito. / Este silêncio, acredito, / são suas obras completas”. Autoepitáfio. Paulo Leminski.

Pouco antes de morrer, em 1989, aos 44 anos, Leminski já se sabia, como poeta, um peixe fora d’água no panorama cultural brasileiro, um sobrevivente de uma época. Morreu cercado de um quase-silêncio, com uma aura de dinossauro porra-louca.

Fonte: TRIGO, Luciano. Máquina de Escrever, um olhar crítico sobre literatura, cinema e artes plásticas. http://g1.globo.com/ platb/maquinadeescrever/2013/03/30/toda-poesia-mostra-a-forca-e-a-fraqueza-de-paulo-leminski/ Adaptado. Publicado em 30-03-2013. Acesso 17-09-2015.


O autoepitáfio de Leminski, publicado na obra Toda Poesia, relaciona a sua produção com a (o):

A
contracultura.
B
modernismo.
C
naturalismo.
D
romantismo.
E
concretismo.
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CÁSPER LÍBERO 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica corretamente a característica deste excerto de "O burrinho pedrês", que integra o volume Sagarana, de João Guimarães Rosa:


"As ancas haiançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralas de guampas; estrondos e baques, e o berro queixoso do gado Junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de iá do sertão.''

A
As íntimas relações entre significante e significado.
B
 transformação da fala inculta em escrita culta.
C
A cadência que remete à poesia simbolista.
D
A musicalidade da fala sertaneja.
E
A ausência de metáforas ligadas à natureza.
b516ddca-e6
CÁSPER LÍBERO 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Sagarana, de João Guimarães Rosa, é correto afirmar que a grande novidade do narrador reside no modo de ele:

A
construir frases muito cultas.
B
alternar períodos longos e curtos.
C
inventar metáforas.
D
fazer inúmeras citações literárias.
E
enfrentar a palavra.
b519e373-e6
CÁSPER LÍBERO 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica correta mente uma característica de Sagarana, de Jo io Guimarães Rosa:

A
a separação entre narrativa e lírica.
B
a imersão profunda na religiosidade cristã.
C
o mimetismo entre o culto e o folclórico.
D
a modernidade que se afasta das velhas tradições.
E
o mergulho no surrealismo.
f9b962d8-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica corretamente os três adjetivos que vêm marcando a leitura e a fortuna crítica de Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade, desde sua publicação original em 1951:

A
Luminoso, estoico, poroso.
B
Dissoluto, crepuscular, vertiginoso.
C
Maduro, clássico, filosófico.
D
Místico, transcendente, fantasmagórico.
E
Político, singular, movediço.
f9be337c-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica corretamente as duas obras da tradição literária às quais o poema “A máquina do mundo”, que integra Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade, faz alusão:

A
Odisseia, de Homero; Hamlet, de William Shakespeare.
B
Vila Rica, de Claudio Manuel da Costa; A divina comédia, de Dante Alighieri. 
C
Cancioneiro, Petrarca; Vila Rica, de Claudio Manuel da Costa.
D
A divina comédia, de Dante Alighieri; Os lusíadas, de Luis de Camões.
E
Os lusíadas, de Luis de Camões; Fausto, de Goethe.
f9af24a4-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a expressão que, em Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, diz respeito às origens do protagonista:

A
Pia de gafieira.
B
Batalha de confete.
C
Deus asteca.
D
Caixão de ouro.
E
Drácula de Madureira.
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CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, é correto afirmar que:

A
O dramaturgo extrai da trama linear a matéria de sua tragédia. Não existe praticamente necessidade de cenário. O diálogo é ação, a ação é diálogo, a linguagem e a trama se respiram mutuamente.
B
O dramaturgo trabalha com o processo metafísico da violência, da vontade de poder, mostrando a impossibilidade do homem de, pelo furor destrutivo, chegar a salvar-se.
C
Embora o autor a classifique como farsa, a peça preserva as características clássicas do gênero trágico, cujos diálogos deixam-se contaminar intimamente pela inspiração lírica.
D
A condição de ex-contínuo do protagonista representa a inermidade da condição humana, a sua essencial pobreza, a sua humildade constitutiva. E é com voracidade que ele se dispõe ao banquete da vida, com dentes afiados e rancor no coração.
E
O fracionamento do diálogo, sua total sujeição à temática da obra, a não ser pelas pequenas e rápidas intromissões de frases irrelevantes que ocorrem nos diálogos cotidianos, é um dos pontos altos da peça.
f9a767f6-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica corretamente o tema que confere unidade às narrativas de Contos novos, de Mario de Andrade:

A
Uma consciência de classe muito rudimentar
B
As contradições que se manifestam em uma sociedade em transição.
C
A idolatria da autoridade, a dialética entre senhor e servo.
D
O homem disfarçado, o homem desdobrado em ser e aparência.
E
Os impulsos dúbios inconfessáveis.
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CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Contos novos, de Mario de Andrade, é correto afirmar:

A
Em O poço o choque entre o fazendeiro e os camaradas, no frio feroz do inverno, toma, aos poucos, feições dramáticas que culminam em uma situação trágica, irreversível.
B
Vestida de preto aborda momentos que têm início na infância do narrador e terminam com sua velhice.
C
Tempo da camisolinha evoca a infância do protagonista e a perda de sua inocência, vivida como uma “expulsão do paraíso”.
D
O protagonista de Primeiro de maio é o pobre 35, carregador da Estação da Luz, que decide não comemorar o grande feriado dos operários por se sentir desamparado por seus colegas de trabalho.
E
Em Atrás da catedral de Ruão, a protagonista, uma professora de francês, vive um estado patológico de isolamento e fuga do convívio dos outros.
f9a455e7-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Sagarana, de João Guimarães Rosa.

A
“Este livro é um mosaico de indagações, resultantes da convivência em constante tensão de elementos contraditórios e aparentemente incompatíveis. Em suas páginas, pares antagônicos como bem e mal, passado e presente, carne e espírito se tensionam e retensionam a cada instante”. (Eduardo Coutinho)
B
“Estonteado pela multiplicidade dos temas, a polifonia dos tons, o formigar de caracteres, o fervilhar de motivos, o leitor naturalmente há de, no fim do volume, tentar uma classificação das narrativas. (...) A instantâneos mal esboçados de estados de alma sucedem densas microbiografias; a patéticos atos de drama, rápidas cenas divertidas; incidentes banais do dia a dia alternam com episódios lírico-fantásticos”. (Paulo Rónai)
C
“As imagens da coisa dentro da coisa funcionam como um padrão que se repete analogicamente em todos os níveis da natureza, que nossa experiência e tradição cultural estão habituados a separar: nos homens, nos animais, nos elementos naturais, nos seres inanimados. Logicamente, o padrão reiterado em todos os níveis da natureza revela a analogia imanente a todos eles e se traduz em panteísmo. Literariamente, o padrão é um operador que veicula, mostrando e sugerindo ‘sensivelmente’, essa analogia e esse panteísmo”. (Walnice Nogueira Galvão).
D
“A harmonia final das tensões opostas, dos contrários aparentemente inconciliáveis que se repudiam, mas que geram, pela sua oposição recíproca, uma forma superior e mais completa, é a dominante da erótica de Guimarães Rosa. Nela o amor espiritual é o esplendor, a refulgência do amor físico, aquilo em que a sensualidade se transforma, quando se deixa conduzir pela força impessoal e universal de eros”. (Benedito Nunes)
E
“...Guimarães Rosa retorna, em grande estilo, à concepção do contista-contador, para o qual a verdade está na narração e na descrição, para o qual as facadas, os casos de amor, os estouros de boiada e os crepúsculos têm valor eterno, acima de quaisquer outros. Por outro lado, como ficou sugerido, a região deixando de ser, para ele, a simples localização da história, com funções de pitoresco e anedótico, passa a verdadeira personagem, tanta é a persistência e a profundidade com que vem invocados a sua flora, a sua fauna, o seu relevo”. (Antonio Candido).
f99fce9b-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Sagarana, de João Guimarães Rosa, é correto afirmar que:

A
Trata-se de um conjunto de narrativas de apelo universal pelo alcance e pela coesão de que elas são feitas. Nelas a língua portuguesa, densa e vigorosa, atinge o ideal da expressão literária regionalista, sendo talhada no veio da linguagem popular e disciplinada dentro das tradições clássicas.
B
Os temas que unem os contos são a alegria e o amor. O primeiro surge como uma forma de comunhão cósmica, não por certeza da transcendência, mas justamente por ignorá-la. Já o segundo é uma maneira de, simultaneamente, contrariar e reconhecer o mistério envolvente.
C
As histórias compõem ao mesmo tempo uma profissão de fé e uma arte poética em que o narrador, através de rodeios, voltas e perífrases, por meio de alegorias e parábolas, analisa o seu gênero, o seu instrumento de expressão, a natureza da sua inspiração, a finalidade da sua arte, de toda arte.
D
Há nos contos três elementos estruturais que lhe apoiam a composição: a terra, o homem e a luta. Uma obsessiva presença física do meio; uma sociedade cuja pauta e destino dependem dele; como resultado, o conflito entre os homens.
E
O realismo mágico, tônica fundamental dessa obra de aspectos multiformes, faz com que o escritor transfigure os temas da vida cotidiana em símbolos que participam da fantasia e do mito. A combinação da realidade crua com a rapsódia sertaneja empresta à obra uma força singular dificilmente analisável.
fe774ef3-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, é correto afirmar:

A
A atmosfera criada pela obsedante paixão da verdade, da personagem central (o bicheiro), é das profundezas submarinhas, onde os seres vivem num quase estatismo e cujos movimentos lerdos e pacientes são sempre uma perigosa ameaça.
B
Dona Guigui é a personagem trágica por excelência, isto é, a que vive lucidamente a sua tragédia. Ela a compreende, no seu plano superindividual. Os fatos e os sentimentos humanos passam por ela – ou ela passa por eles – sem que seja afetada.
C
O apelido do protagonista resume toda a dimensão social da peça, que retrata uma sociedade sem segurança material ou mental, corroída pelo dinheiro e pela fricção com que as ideias se transmitem entre pessoas desprovidas de dinheiro. Uma sociedade injusta na qual uma família apodrece dentro da ordem capitalista.
D
Morto, o protagonista aparece no segundo ato, durante o velório, mas sua presença é soterrada pela atividade estrepitosa do repórter e do detetive, que lá foram para envolver a amante do bicheiro em uma farsa sinistra. O escândalo que ambos fazem acaba por lançar o morto num segundo plano.
E
A peça promove o encontro entre o mito e o subúrbio. Boca de Ouro, sendo um autêntico rei do jogo do bicho, brasileiríssimo e suburbano, é, ao mesmo tempo, o leão onipotente que cada um alimenta nas testas de sua fantasia profunda, todo força, além da morte, do risco, da solidão e do abandono.
fe33b9b4-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Sagarana, de João Guimarães Rosa, é correto afirmar:

A
Em “O burrinho pedrês”, Lalino é um típico malandro que não aprecia o trabalho, apenas a boa vida. Abandona o serviço na estrada de ferro e vai, no lombo do animal que batiza o conto, para o Rio de Janeiro, largando sua mulher, Ritinha, na região. No retorno, a encontra casada com o espanhol Ramiro. Torna-se cabo eleitoral do Major Anacleto, que, graças a ele, ganha a eleição. Laio, como também é conhecido, reconcilia-se com sua mulher no fim do conto.
B
“Corpo fechado” conta a história de dois primos, Ribeiro e Argemiro, contagiados pela malária que se espalhou pela região. Os dois estão solitários, já que parte da população morrera e os demais fugiram, entre os quais a mulher de Ribeiro, Luísa. Argemiro, percebendo a iminência da morte e desejando ter a consciência tranquila, confessa o interesse pela esposa do primo, que reage à confissão e expulsa o primo de suas terras.
C
Em “A volta do marido pródigo”, Turíbio flagra sua mulher, Silvana, com o ex-militar Cassiano Gomes. Ao procurar vingar sua honra, confunde-se e acaba matando o irmão de Cassiano Gomes. Turíbio foge para o sertão e é perseguido pelo ex-militar. Cassiano adoece e, antes de morrer, ajuda um capiau chamado Vinte-e-um, que passava por dificuldades financeiras. Turíbio volta para casa e é surpreendido por Vinte-e-um, que o executa para vingar seu benfeitor.
D
“Duelo” conta a visita de Emílio à fazenda de seu tio, candidato às eleições. Lá o jovem se apaixona por sua prima Maria Irma, mas não é correspondido. Ela se interessa por Ramiro, noivo de outra moça. Emílio finge-se enamorado de outra mulher. O plano falha, mas a prima apresenta-lhe sua futura esposa, Armanda. Maria Irma casa-se com Ramiro Gouveia.
E
Em “São Marcos”, o narrador-personagem José é supersticioso, mas mesmo assim zomba dos feiticeiros do Calango-Frito, em especial de João Mangolô. O protagonista recita por zombaria uma oração para Aurísio Manquitola e é duramente repreendido por banalizar uma prece tão poderosa. Certo dia, fica subitamente cego e passa a se orientar por cheiros e ruídos. Perdido e desesperado, recita a oração. Guiando-se pela audição e pelo olfato, descobre o caminho certo: a cafua de João Mangolô. Lá, irado, tenta estrangular o feiticeiro e, ao retomar a visão, percebe que o negro havia colocado uma venda nos olhos de um retrato seu para vingar-se das constantes zombarias.
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CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Contos novos, de Mario de Andrade, é correto afirmar:

A
O mundo dos adultos (e adolescentes) descrito nos sete contos está repleto de dubiedades e disfarces. Disfarces que chegam a um estado patológico de isolamento e fuga do convívio dos outros, caso de “Nélson”, narrado no penúltimo conto.
B
“Atrás da catedral de Ruão” revela a imaturidade do proletário que protagoniza o conto, com consciência de classe muito rudimentar, em cuja mente o leitor penetra por meio do discurso indireto livre muito bem manipulado pelo narrador.
C
Em “Vestida de preto”, o francês das aulas que mademoiselle ministra às três donzelas participa da mascarada e do desmascaramento, criando uma solidariedade secreta de conspiração entre elas.
D
“Tempo de camisolinha” é a história do primeiro beijo do casalzinho de cinco anos. Beijo que deixa o protagonista “completamente puro”, não tivessem os adultos destruído essa pureza, que leva à tragicomédia das simulações.
E
O último conto, “Frederico Paciência”, evoca de novo a infância e a expulsão do paraíso, ao retratar uma criança que tem a cara “enfarinhada dos palhaços” e que sem querer “fecha a porta atrás de si, dando três voltas à chave”.
fe45b9c7-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica corretamente a narrativa de Contos Novos, de Mario de Andrade, a que se refere o crítico Anatol Rosenfeld na seguinte afirmação: “Este conto magistral lança um clarão sobre as cisões e contradições que se manifestam numa sociedade em transição, ainda presa de padrões paternalistas, mas em vias de democratização, urbanização e industrialização”.

A
O peru de Natal
B
O ladrão
C
Nelson
D
Primeiro de maio
E
Tempo da camisolinha
fe5269d4-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar que

A
o impasse, a melancolia e a dissolução – possivelmente relacionados à perda de ideais e utopias revolucionárias – são a tônica da obra.
B
a consciência social, e dela uma espécie de militância por intermédio da poesia, surgem para o poeta como possibilidade de resgatar a consciência política.
C
o retorno às formas clássicas tradicionais, como o soneto e os versos heroicos, caracteriza uma fase do poeta que privilegia a forma em detrimento do conteúdo.
D
o amadurecimento é abordado como a única perspectiva de conhecimento possível diante do contexto político em que a obra foi concebida.
E
o abandono do rigor na arquitetura das formas poéticas denota uma retomada dos preceitos de vanguarda da primeira fase modernista.
fe61591b-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Pintor da soledade nos vestíbulos
de mármore e losango, onde as colunas
se deploram silentes, sem que as pombas
venham trazer um pouco do seu ruflo;

traça das finas torres consumidas
no vazio mais branco e na insolvência
de arquiteturas não arquitetadas,
porque a plástica é vã, se não comove,

ó criador de mitos que sufocam,
desperdiçando a terra, e já recuam
para a noite, e no charco se constelam,

por teus condutos flui um sangue vago,
e nas tuas pupilas, sob o tédio,
é a vida um suspiro sem paixão.



Sobre o poema “A tela contemplada”, presente em Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade, reproduzido acima, é correto afirmar:

A
Drummond retoma princípios e formas clássicas parnasianas para reafirmar o valor da tradição poética em oposição aos versos livres.
B
O eu-lírico, ao ressaltar que “a plástica é vã, se não comove”, defende o movimento estético da “arte pela arte”, vigente na poética da geração modernista de 1945.
C
Drummond questiona, por intermédio da estrutura poética clássica, o esvaziamento de sentido em manifestações artísticas que privilegiam apenas a forma.
D
A estrofe em questão é formada por versos dodecassílabos.
E
Há uma ruptura na estrutura do soneto, uma vez que essa forma é estruturada em quatro estrofes de quatro versos cada.
fe25cf0b-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, que integra Sagarana, de João Guimarães Rosa, é correto afirmar que

A
no momento final, o protagonista vive sua áurea hora. Sem mais precisar fazer uso de sua identidade restaurada, ele atinge sua realização e consegue seu destino: ele vai-se embora do lugarejo, isto é, viaja para outro lugar.
B
a tensão entre o bem e o mal encontra no conto um de seus momentos mais agudos. Na luta com o bando de jagunços do Major Consilva, escamoteada pelo sacrifício, volta a violência da qual queria se livrar Nhô Matraga.
C
no momento da morte, o protagonista terá sua identidade revelada. E nesse momento, o narrador se refere a ela como Bem-Bem. Ele morre então nomeado e identificado ao próprio homem que matou.
D
é pela violência que o protagonista realiza seu destino violento. Mas em coerência com o arcabouço religioso apresentado - a transformação de caráter, a penitência e a conversão –, essa violência pode receber um nome: sacrifício.
E
a cena final tem ingredientes dramáticos: uma lei contra a outra – não há saída. Há a lei do talião (olho por olho, dente por dente), representada por Nhô Augusto convertido, e a lei do coração, ou lei cristã, representada por Joãozinho Bem-Bem.