Questõessobre Arcadismo
O texto 1 possui traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma característica
evidente nesta estrofe é:
Texto 1
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”
(Tomás Antonio Gonzaga)
Ao lado de Cláudio Manoel da Costa, Silva Alvarenga
e Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga é um
dos nomes mais representativos do arcadismo
brasileiro. No entanto, além de poeta, Gonzaga
escreveu um conjunto de sátiras ao Governador de
Minas Gerais, Luís da Cunha Menezes. Como se
chamam essas sátiras?
A linguagem orgânica, cientificista, com termos advindos da
química, causou estranhamento na crítica da época. O estilo
de Augusto dos Anjos não se enquadrou nem mesmo dentro
das escolas às quais ele era contemporâneo, a saber:
Recusando as regras, os modelos e as normas, seus autores defendem a total liberdade criadora. Aos gêneros estanques opõem a sua mistura, conforme o livre-arbítrio do
escritor; à ordem clássica, a aventura; ao equilíbrio racional,
a anarquia, o caos; ao universalismo estético, o individualismo; ao Cosmos, o “eu” particular; o seu ego constitui a única
paisagem que lhe interessa, de tal forma que a Natureza se
lhe afigura mera projeção do seu mundo interior.
(Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)
O comentário do crítico Massaud Moisés refere-se aos autores do seguinte movimento literário:
Recusando as regras, os modelos e as normas, seus autores defendem a total liberdade criadora. Aos gêneros estanques opõem a sua mistura, conforme o livre-arbítrio do escritor; à ordem clássica, a aventura; ao equilíbrio racional, a anarquia, o caos; ao universalismo estético, o individualismo; ao Cosmos, o “eu” particular; o seu ego constitui a única paisagem que lhe interessa, de tal forma que a Natureza se lhe afigura mera projeção do seu mundo interior.
(Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)
O comentário do crítico Massaud Moisés refere-se aos autores do seguinte movimento literário:
Se, na Europa, este movimento é um protesto cultural, se
o “mal do século”, a saudade do paraíso perdido são as consequências da industrialização e da ascensão da burguesia;
no Brasil, onde a sociedade do Império compreende apenas
grandes proprietários escravocratas e uma burguesia nascente, o movimento, produto de importação, corresponde a
uma afirmação nacionalista.
(Paul Teyssier. Dicionário de literatura brasileira, 2003. Adaptado.)
O movimento a que o texto se refere é o
Se, na Europa, este movimento é um protesto cultural, se o “mal do século”, a saudade do paraíso perdido são as consequências da industrialização e da ascensão da burguesia; no Brasil, onde a sociedade do Império compreende apenas grandes proprietários escravocratas e uma burguesia nascente, o movimento, produto de importação, corresponde a uma afirmação nacionalista.
(Paul Teyssier. Dicionário de literatura brasileira, 2003. Adaptado.)
O movimento a que o texto se refere é o
Numere os parênteses, obedecendo a seguinte convenção:
1. Barroco
2. Arcadismo
3. Romantismo
( ) Exacerbação do sentimento, envolto numa visão de amor idealista.
( ) Visão dualista do universo, refletida numa linguagem essencialmente antitética.
( ) Expressão constante e quase monótona da fugacidade da vida.
( ) Ênfase na incorrespondência amorosa das tiranas donzelas.
( ) Sobre a exaltação da beleza feminina, superior aos elementos da natureza.
De cima para baixo, a resposta é:
Numere os parênteses, obedecendo a seguinte convenção:
1. Barroco
2. Arcadismo
3. Romantismo
( ) Exacerbação do sentimento, envolto numa visão de amor idealista.
( ) Visão dualista do universo, refletida numa linguagem essencialmente antitética.
( ) Expressão constante e quase monótona da fugacidade da vida.
( ) Ênfase na incorrespondência amorosa das tiranas donzelas.
( ) Sobre a exaltação da beleza feminina, superior aos elementos da natureza.
De cima para baixo, a resposta é:
O texto 1 possui traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma característica
evidente nesta estrofe é:
Texto 1
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”
(Tomás Antonio Gonzaga)
Assinale a alternativa que não se refere ao Arcadismo:
“Eu, feliz, olhei minha Sa-Maria Andreza; fogo de amor verbigrácia. Mão na mão, eu lhe dizendo – na
outra o rifle empunhado - Vamos dormir abraçados”...
De acordo com a leitura da frase que integra o conto “Luas-de-mel”, podemos afirmar que Guimarães
Rosa filiou-se à tendência do:
Assinale a alternativa que não se refere ao Arcadismo:
Podemos relacionar os períodos literários com marcos
históricos de nossa trajetória política e social. É natural
que possamos juntar os dois itens, pois a produção
literária, como outras de caráter cultural, assume as
formas que predominam no contexto político-social em
que acontecem. Assim:
As obras artísticas são marcadas por seu tempo
histórico e mostram, assim, os valores humanos,
estéticos e estilísticos da arte de cada época. Tais
características, entretanto, dificilmente serão
inteiramente novas ou originais, ou por causa da
interação (entre tempos e entre artistas) ou por reação
ao novo, quando o artista revisita o passado para se
opor ao presente. Acerca das relações entre estilos de
época e entre autores e suas obras na literatura
brasileira, analise as afirmativas a seguir.
1) O Romantismo de Castro Alves, distante dos
ideais libertários, retoma a retórica jesuítica, de
feição barroca, dos sermões de Pe. Antônio
Vieira.
2) O Parnasianismo pretendeu combater os temas
próprios do Romantismo, calcado em referências
clássicas e buscando a perfeição formal.
3) Os valores defendidos pelo Arcadismo foram
retomados na linguagem fluida, mística e
subjetiva do Simbolismo de Cruz e Sousa.
4) O modernista Graciliano Ramos buscou no
Romantismo de José de Alencar as temáticas
voltadas para o homem em sua relação com o
meio.
5) Com “Macunaíma”, o modernista Mário de
Andrade contrapõe-se ao herói indígena de
Alencar, um modo de posicionar-se criticamente
frente ao nacionalismo ufanista do Romantismo.
Estão corretas, apenas:
2) O Parnasianismo pretendeu combater os temas próprios do Romantismo, calcado em referências clássicas e buscando a perfeição formal.
3) Os valores defendidos pelo Arcadismo foram retomados na linguagem fluida, mística e subjetiva do Simbolismo de Cruz e Sousa.
4) O modernista Graciliano Ramos buscou no Romantismo de José de Alencar as temáticas voltadas para o homem em sua relação com o meio.
5) Com “Macunaíma”, o modernista Mário de Andrade contrapõe-se ao herói indígena de Alencar, um modo de posicionar-se criticamente frente ao nacionalismo ufanista do Romantismo.
Texto 3
O problema da norma culta
Nosso problema linguístico não é a regência desse ou
daquele verbo; não é esta ou aquela concordância verbal;
não são as regras de colocação dos pronomes oblíquos.
Nosso problema linguístico são 5 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que estão fora da escola. Nosso problema são os elevados índices de evasão escolar. Nosso problema é termos ainda algo em torno de 12% de analfabetos na população adulta. Nosso problema é o tamanho do analfabetismo funcional, isto é, a quantidade daqueles que, embora frequentem ou tenham frequentado a escola, não conseguem ler e entender um texto medianamente complexo.
Os estudos sugerem que apenas 25% da população adulta brasileira, perto de 30 milhões de pessoas, conseguem ler e entender um texto medianamente complexo.
Considere o fragmento textual que segue,
retirado de O Ateneu:
“Com a facilidade da sua elocução, fez o
Doutor Cláudio a crítica geral da literatura
brasileira: a galhofa de Gregório de Matos
e Antônio José, a epopéia de Durão,
o idílio da escola mineira, a unção de Souza
Caldas e S. Carlos, a influência de
Magalhães, os ensaios do romance
nacional, a glória de Gonçalves Dias e José
de Alencar.”
POMPÉIA, Raul. O Ateneu. Fortaleza: ABC, 2006. p. 88.
Os dois trechos que aparecem sublinhados
nesse fragmento fazem referência,
respectivamente,
A “pastora” que “faz guerra”, ou seja, que causa o
tormento emocional ao eu lírico, representa o ideal de
mulher na estética árcade. Trata-se de uma mulher
individualizada, emocionalmente forte, independente
e autossuficiente em suas atitudes. Nos poemas do
autor, é comum a aproximação entre a pastora e as
“guerreiras amazonas”, mulheres que, segundo as
lendas, povoavam as matas brasileiras. A recuperação
de figuras lendárias colabora para a exaltação do
passado nacional, o que promove a consolidação de
uma literatura tematicamente brasileira, intenção da
estética árcade.
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
A “terra” é o lugar onde o eu lírico se encontra no
momento em que expressa o temor de que seu estado
emocional se estenda à natureza (“Que para dar
contágio a toda a terra,/ Basta ver o meu rosto
magoado”). A forte religiosidade dos escritores
árcades explica, no poema transcrito, a exaltação da
natureza, pois, segundo a visão bíblica, a “terra” é
sagrada porque deu origem ao homem.
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
O poema apresenta uma estruturação labiríntica,
como demonstra a presença sistemática do
enjambement ou encavalgamento. O enjambement
mostra uma sequência de sintaxe e de sentido que se
encerra em cada verso, tornando-o semanticamente
autônomo. Essa forma de organização dos versos se
deve ao desespero emocional do eu lírico, provocado
pela perda da amada.
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
O eu lírico se utiliza do diálogo cerrado com os
pastores para revelar seu estado interior, que é de
mágoa e martírio. Ele conclama os pastores para que,
contemplando a paisagem (“monte”, “gado”, “serra”,
“terra”), chorem, com ele, a perda de sua amada.
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.