Questõesde IF-PE

1
Foram encontradas 28 questões
1ed85065-e3
IF-PE 2025 - Português - Uso da Vírgula

Analise o uso das vírgulas no período a seguir.


Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo: — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.


Considerando o uso de vírgulas no português escrito padrão,

A questão refere-se ao texto a seguir.

No dia em que o gato falou

      Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!

      A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

      Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

     — Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
   
    — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

     — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.

     Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

     — Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.


Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.


FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
A
a terceira e a quarta vírgulas marcam a intercalação do vocativo.
B
a terceira e a quarta vírgula separam o verbo do complemento.
C
as duas primeiras vírgulas marcam a intercalação do aposto.
D
as duas primeiras vírgulas separam o sujeito do predicado.
E
as duas primeiras vírgulas marcam pausa respiratória.
1ed59c3f-e3
IF-PE 2025 - Português - Morfologia - Pronomes, Pronomes pessoais oblíquos

Leia o trecho a seguir.


O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu experimento científico, a dama gentil e senil procurou forçá-lo [1]. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateu-lhe [2] mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou.


No trecho, os pronomes 1 e 2 

A questão refere-se ao texto a seguir.

No dia em que o gato falou

      Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!

      A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

      Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

     — Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
   
    — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

     — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.

     Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

     — Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.


Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.


FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
A
retomam informações distintas, complementando o sentido dos verbos.
B
antecipam informações distintas, funcionando como sujeito dos verbos.
C
antecipam as mesmas informações, funcionando como sujeito dos verbos.
D
retomam as mesmas informações, complementando o sentido dos verbos.
E
acrescentam as mesmas informações, complementando o sentido dos verbos.
1ed2b855-e3
IF-PE 2025 - Português - Ortografia

São palavras acentuadas pelas regras das oxítonas:

A questão refere-se ao texto a seguir.

No dia em que o gato falou

      Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!

      A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

      Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

     — Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
   
    — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

     — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.

     Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

     — Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.


Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.


FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
A
siamês, ânsia e prédio.
B
até, forçá-lo e também.
C
métodos, sílabas e ânimo.
D
terrível, raciocínio e inteligência.
E
compreensível, cérebro e autocrítica.
1ec73dbf-e3
IF-PE 2025 - Português - Morfologia

A conjunção “Mas”, em destaque no trecho, liga

Para responder à questão, analise o trecho a seguir.


Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateu-lhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia do estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

— Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

A
orações, introduzindo uma adição.
B
períodos, introduzindo uma adição.
C
orações, introduzindo uma oposição.
D
períodos, introduzindo uma oposição.
E
períodos, introduzindo uma explicação. 
1ec1b899-e3
IF-PE 2025 - Português - Morfologia - Verbos

No segundo parágrafo, há a presença dominante de verbos no pretérito

A questão refere-se ao texto a seguir.

No dia em que o gato falou

      Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!

      A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

      Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

     — Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
   
    — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

     — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.

     Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

     — Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.


Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.


FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
A
perfeito do indicativo.
B
perfeito do subjuntivo.
C
imperfeito do indicativo.
D
imperfeito do subjuntivo.
E
mais que perfeito do indicativo.
1ebc0179-e3
IF-PE 2025 - Português - Morfologia - Verbos

No primeiro parágrafo, os verbos utilizados representam, em conjunto,

A questão refere-se ao texto a seguir.

No dia em que o gato falou

      Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!

      A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

      Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

     — Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
   
    — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

     — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.

     Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

     — Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.


Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.


FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
A
apenas ações sucessivas. 
B
apenas estados rotineiros
C
ações e estados rotineiros.
D
ações e estados sucessivos.
E
ações e estados simultâneos.
4f5e8f3d-33
IF-PE 2019 - Geografia - Produção e consumo no Brasil, Fontes de energia e recursos naturais, Energia


A FIGURA 8 refere-se a uma alternativa energética cuja exploração tem sido crescente no Brasil nas últimas décadas. Indique, a seguir, a associação CORRETA entre a fonte de energia representada e a sua característica correspondente.

A
Eólica/renovável
B
Geotérmica/fóssil.
C
Eólica/fóssil.
D
Solar/renovável.
E
Geotérmica/não renovável
4f66eb37-33
IF-PE 2019 - Geografia - Cartografia, Projeções e Representações

TEXTO 9
Existem mapas que remontam ao ano 6.000 a. C. O primeiro mapa-múndi foi publicado em 1569, pelo belga Mercator, que utilizou uma projeção para representar a superfície esférica da Terra sobre uma superfície plana. Esse tipo de mapa é o mais comumente utilizado hoje e denomina-se planisfério. O globo é a representação mais fiel da superfície terrestre, pois, apesar de não ser rico em detalhes, possui forma semelhante à da Terra. Todo bom mapa deve conter quatro elementos principais: título, escala, coordenadas geográficas e legenda. Eles asseguram a leitura e a interpretação precisas das informações.

O TEXTO 9 aborda informações acerca de uma importante área do conhecimento, fundamental para a Ciência Geográfica na representação do espaço geográfico. Essa área é a

A
astronomia.
B
demografia.
C
cartografia.
D
geologia.
E
pedologia.
4f735c92-33
IF-PE 2019 - Atualidades - Desastres Naturais e Humanos na Atualidade

TEXTO 10

Em um cenário ideal, o derivado de petróleo deveria ter sido barrado antes de chegar à areia e entrar pelos rios. Entretanto, se o óleo já chegou à costa, a limpeza deve ser feita na maior velocidade na tentativa de evitar que ele volte para o mar com o movimento das marés.

Disponível em:<https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50131560> . Acesso em: 14 nov. 2019 (adaptado).

Assinale a afirmativa CORRETA sobre a informação contida no TEXTO 10.

A
Estudos comprovaram que o óleo vazado não provocará danos em alto mar e em águas profundas, uma vez que todo ele foi levado pelas águas superficiais para o litoral e depositado nas praias.
B
Estudos de monitoramento, por parte da Marinha do Brasil, comprovaram a impossibilidade das manchas de óleo atingirem praias do Sudeste brasileiro, levadas pelas correntes marinhas.
C
O óleo que chegou à costa brasileira trata-se de petróleo bruto, resultante do vazamento de oleodutos venezuelanos, cuja manutenção, realizada pela estatal PDVZA, não detectou sua deterioração.
D
O episódio gerou a criação de uma importante cadeia de trabalho voluntário para a limpeza das praias, que atuou desde o início, devidamente equipada, de modo que garantiu a integridade da saúde dos participantes.
E
O derramamento de óleo provocou risco de contaminação de espécies marinhas e fluviais, importantes na alimentação e cuja produção constitui a base econômica de milhares de famílias.
4f59823b-33
IF-PE 2019 - História - Guerra Fria e seus desdobramentos, História Geral, Queda do Socialismo Real

Na IMAGEM 1, vemos uma das várias fotografias que registraram a queda do muro de Berlim, em 1989. Para os países do leste europeu, esse fato representou

A
o declínio da Comunidade dos Estados Independentes.
B
o colapso do bloco socialista.
C
o surgimento da “Cortina de Ferro”.
D
a unificação da Iugoslávia.
E
a criação da Tchecoslováquia.
4f1858c4-33
IF-PE 2019 - Matemática - Aritmética e Problemas, Porcentagem

Três amigas − Ana, Simone e Marília − resolveram abrir uma loja para vender roupas e bolsas. Elas procuraram um especialista para obter informações sobre como tabelar os preços de suas mercadorias. O especialista informou o seguinte:

(1) se a venda fosse em dinheiro, o valor da mercadoria deveria ser aumentado em 30% em relação ao preço de compra, que é a chamada margem de lucro.
(2) se a venda fosse em cartão de débito, após o aumento de 30%, elas deveriam acrescentar a taxa de 3% cobrada pela administradora da máquina.
(3) se a venda fosse em cartão de crédito, após o aumento de 30%, elas deveriam acrescentar a taxa de 5% cobrada pela administradora da máquina.

Então, se elas compraram uma bolsa por R$120,00, qual deve ser o preço dessa bolsa para uma venda no cartão de crédito?

A
R$163,80
B
R$161,80
C
R$162,80
D
R$160,80
E
R$164,80
4f20ab6c-33
IF-PE 2019 - Biologia - Relações ecológicas, Ecologia e ciências ambientais

TEXTO 4

Alguns corais possuem uma relação ecológica com algas zooxantelas, que dão coloração ao coral. Quando o coral perde essas algas, fica branqueado. As zooxantelas vivem dentro dos corais, sendo responsáveis por suprir suas necessidades energéticas. As algas também são beneficiadas pelo coral, que, além de protegê-las, fornece-lhes gás carbônico e nutrientes inorgânicos.

Branqueamento de corais. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2019 (adaptado).

Podemos afirmar que a relação ecológica descrita no TEXTO 4 é denominada

A
colônia.
B
mutualismo.
C
inquilinismo.
D
comensalismo.
E
antibiose.
4f33138e-33
IF-PE 2019 - Biologia - Platelmintos e Nematódeos, Identidade dos seres vivos

TEXTO 5
Muitas parasitoses são consequência da falta de saneamento básico, inclusive nas grandes cidades. Os parasitas podem estar na água contaminada, nas verduras mal lavadas, nos alimentos crus, até nos bichos de estimação. No Brasil, elas afetam 36% da população. Isso é mais do que uma em cada três pessoas. E, entre as crianças, mais da metade (55%). Entre as parasitoses mais comuns, podemos destacar: giardíase, ascaridíase, ancilostomose, oxiurose e teníase. A médica explica que o tratamento é simples, mas diz que muita gente nem vai ao médico porque não reconhece os sintomas. Os principais são dor de barriga, barriga inchada, enjoos, diarreia, perda de peso.

Verminose afeta 36% da população − entre as crianças, mais da metade. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2019 (adaptado).

Entres as doenças destacadas no TEXTO 5, podemos afirmar que

A
a ascaridíase é causada pelo contato dos pés com solo contaminado.
B
todas são causadas por vermes, pela ingestão de alimentos contaminados.
C
a principal forma de contaminação, na ancilostomose, é a ingestão de vegetais mal lavados.
D
a teníase é causada pela ingestão de carnes contaminadas.
E
todas são causadas pela ingestão de água contaminada.
4f3fed1c-33
IF-PE 2019 - Biologia - Principais doenças endêmicas no Brasil, Qualidade de vida das populações humanas

TEXTO 6

Por quase duas semanas, a aposentada Maria Luiza Miranda, de 57 anos, frequentou a UPA diariamente. Os sintomas começaram com fortes dores de cabeça, no corpo e vômito. “De primeira eu não queria vir porque achei que era só uma gripe, mas aí o exame mostrou que um grupo de células do meu sangue estavam muito baixas. O médico até falou que já era pra eu estar internada, pois corria o risco de ter contraído dengue hemorrágica, mas não tinha vaga”, comentou.

Além de risco de morte, dengue é rotina de idas e vindas para exames. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2019 (adaptado).

Podemos afirmar que o grupo de células que estava sendo examinado na aposentada Maria Luiza Miranda, mencionado no TEXTO 6, refere-se

A
às hemácias.
B
às plaquetas.
C
aos leucócitos.
D
aos eritrócitos.
E
aos neutrófilos.
4f2935e2-33
IF-PE 2019 - Biologia - Mitose, Meiose, Moléculas, células e tecidos

As FIGURAS 5, 6 e 7 mostram diferentes situações nas quais ocorre a divisão celular nos organismos vivos.




Com relação aos tipos de divisão celular que ocorrem nos processos ilustrados pelas FIGURAS 5, 6 e 7, é CORRETO afirmar que ocorre

A
meiose em 6; mitose em 5 e 7.
B
meiose em 5, 6 e 7.
C
mitose em 6; meiose em 5 e 7.
D
mitose em 5; meiose em 6 e 7.
E
mitose em 5 e 6; meiose em 7.
4f47bc69-33
IF-PE 2019 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

TEXTO 7
HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL

O símbolo máximo que ficará desta fortuna fácil e ainda mais facilmente dissipada é o Teatro Municipal de Manaus. É claro que, desfeito o castelo de cartas em que se fundava toda esta prosperidade fictícia e superficial, nada sobraria dela. Em poucos anos, a riqueza amazonense se desfará em fumaça. Sobrarão apenas ruínas.
PRADO JR., Caio. História econômica do Brasil. 38. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 240-241 (adaptado).

A obra de Caio Prado Jr., como o próprio título já adianta, trata da história econômica do Brasil. Com base no fragmento apresentado no TEXTO 7, a qual importante produto de exportação brasileiro, durante a República Oligárquica (1895-1930), o autor está se referindo?

A
Algodão.
B
Café.
C
Açúcar.
D
Borracha.
E
Cacau.
4f102dae-33
IF-PE 2019 - Matemática - Funções, Função de 1º Grau

Na tentativa de incentivar os alunos da Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental II, a Coordenação criou uma gincana em que os estudantes respondiam a perguntas sobre vários assuntos. Numa dessas rodadas da gincana, o professor de Matemática propôs a seguinte pergunta:

“Ao quadrado de um número x, você adiciona 7 e obtém sete vezes o número x, menos 3. Quais são as raízes dessa equação?”

A resposta CORRETA desse problema é

A
2 e – 5.
B
– 2 e – 5.
C
– 2 e 5.
D
2 e 5.
E
a equação não tem raiz real.
4f027d9f-33
IF-PE 2019 - Matemática - Geometria Plana, Triângulos

André estava esperando a condução escolar quando percebeu que, pela posição do sol, um poste projetava uma sombra de comprimento “x”, conforme a FIGURA 3. Pesquisando na internet, ele descobriu que aquele tipo de poste tinha 10 metros de altura. Como ele estava estudando Trigonometria na escola, tentou descobrir o comprimento da sombra (representado pela letra “x”), o qual é de, aproximadamente, (Dados: Tg α = 0,75)

FIGURA 3

A
17 metros.
B
16 metros.
C
13 metros.
D
14 metros.
E
15 metros.
4f097f49-33
IF-PE 2019 - Matemática - Geometria Plana, Polígonos Regulares

Em determinado ano, as moedas de R$0,25 tinham, numa de suas faces, um polígono regular com 7 lados, como se pode ver na FIGURA 4.
FIGURA 4


Quanto vale a soma dos ângulos internos desse polígono de 7 lados?

A
1.160°
B
900°
C
1.180°
D
1.260°
E
1.620°
4ee9778d-33
IF-PE 2019 - Matemática - Aritmética e Problemas, Médias

O Sr. José tem um escritório de contabilidade, onde trabalham 20 pessoas com vários graus de escolaridade diferentes. Sua neta, Ana, terminou o Curso de Ciências Contábeis e vai ser sócia do avô no escritório. O Sr. José apresentou à neta a seguinte tabela com a distribuição dos salários dos funcionários.


Com os dados disponíveis no QUADRO 1, conclui-se que o salário médio do escritório é

A
R$1.475,00.
B
R$1.775,00.
C
R$1.675,00.
D
R$1.575,00.
E
R$1.875,00.