TEXTO 10

Em um cenário ideal, o derivado de petróleo deveria ter sido barrado antes de chegar à areia e entrar pelos rios. Entretanto, se o óleo já chegou à costa, a limpeza deve ser feita na maior velocidade na tentativa de evitar que ele volte para o mar com o movimento das marés.

Disponível em:<https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50131560> . Acesso em: 14 nov. 2019 (adaptado).

Assinale a afirmativa CORRETA sobre a informação contida no TEXTO 10.

Estudos comprovaram que o óleo vazado não provocará danos em alto mar e em águas profundas, uma vez que todo ele foi levado pelas águas superficiais para o litoral e depositado nas praias.

Estudos de monitoramento, por parte da Marinha do Brasil, comprovaram a impossibilidade das manchas de óleo atingirem praias do Sudeste brasileiro, levadas pelas correntes marinhas.

O óleo que chegou à costa brasileira trata-se de petróleo bruto, resultante do vazamento de oleodutos venezuelanos, cuja manutenção, realizada pela estatal PDVZA, não detectou sua deterioração.

O episódio gerou a criação de uma importante cadeia de trabalho voluntário para a limpeza das praias, que atuou desde o início, devidamente equipada, de modo que garantiu a integridade da saúde dos participantes.

O derramamento de óleo provocou risco de contaminação de espécies marinhas e fluviais, importantes na alimentação e cuja produção constitui a base econômica de milhares de famílias.

Gabarito comentado

Joao Vitor Reis Monitor do Qconcursos

Tema central da questão: Desastres ambientais por derramamento de óleo — impactos ambientais e socioeconômicos.

O derramamento de óleo no litoral brasileiro em 2019 foi um dos piores desastres ambientais da história recente do Brasil, atingindo extensas áreas da costa nordestina, com graves consequências para o meio ambiente e as populações locais. O tema exige compreender as consequências de eventos como esse para a biodiversidade e para a economia regional, especialmente para comunidades que dependem da pesca artesanal.

Justificativa da alternativa correta (E):

A alternativa E é a correta porque descreve os principais riscos e impactos documentados pela literatura científica e por órgãos ambientais: o óleo provoca risco de contaminação de espécies marinhas e fluviais, prejudicando tanto o meio ambiente quanto a base econômica e alimentar de milhares de famílias.

Ecossistemas afetados: O óleo atinge praias, estuários, manguezais e recifes, locais de reprodução e alimentação de animais aquáticos.
Espécies contaminadas: Peixes, moluscos e crustáceos são contaminados, o que causa queda na oferta de alimentos e pode trazer riscos à saúde pública.
Base econômica: A pesca artesal e o comércio de pescado são fonte de renda de milhares de famílias, vulneráveis à contaminação ambiental.

Fontes como relatórios do IBAMA, estudos acadêmicos (ex: “O grande desastre esquecido”, da UFMG) embasam essas informações.

Análise das alternativas incorretas:

A) Equivocada. O óleo causa danos tanto em águas profundas quanto superficiais; há processos de dispersão, bioacumulação e impacto na fauna em diferentes níveis do mar.
B) Falsa generalização. Apesar do Nordeste ter sido mais afetado, registros oficiais apontam chegada de óleo ao Sudeste (ex: Espírito Santo), contrariando a afirmação.
C) Especulativa e imprecisa. Embora o petróleo tenha similaridade com o venezuelano, não há comprovação formal de causa em oleodutos da estatal PDVSA.
D) Idealização irreal. Muitos voluntários atuaram sem equipamentos adequados, havendo diversos relatos de exposição tóxica e riscos à saúde.

Estratégias de interpretação e dicas:

Evite alternativas com generalizações (“impossibilidade”, “todo o óleo”), pois raramente refletem a complexidade dos desastres ambientais.
Fique atento a afirmações categóricas sem respaldo em fontes oficiais.
Ao lidar com questões ambientais, relacione sempre impactos ecológicos e socioeconômicos.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!