Questõessobre República de 1954 a 1964
Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas
escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais do que recebem,
que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar
sol a sol para a grandeza deste país. Aqui estão os meus amigos trabalhadores, na presença
das mais significativas organizações operárias e lideranças populares deste país. Àqueles
que reclamam do Presidente da República uma palavra tranquilizadora para a Nação, o
que posso dizer-lhes é que só conquistaremos a paz social pela justiça social. A maioria dos
brasileiros já não se conforma com uma ordem social imperfeita, injusta e desumana.
João Goulart, em comício no Rio de Janeiro, 13/03/1964.
Adaptado de jornalggn.com.br.
No evento conhecido como Comício da Central do Brasil, o Presidente João Goulart proferiu
discurso em que reafirmava algumas das propostas de seu governo, atendendo a demandas de
organizações sindicais.
A proposta desse governo mais diretamente associada à promoção da justiça social foi:
A construção de Brasília pode ser considerada a principal
meta do Plano de Metas [...]. Para alguns analistas, a nova
capital seria o elemento propulsor de um projeto de identidade
nacional comprometido com a modernidade, cuja face mais
visível seria a arquitetura modernista de Oscar Niemeyer e
Lúcio Costa. Ao mesmo tempo, no entanto, a interiorização
da capital faria parte de um antigo projeto de organização
espacial do território brasileiro, que visava ampliar as fronteiras econômicas rumo ao Oeste e alavancar a expansão
capitalista nacional.
(Marly Motta. “Um presidente bossa-nova”. In: Luciano Figueiredo (org.).
História do Brasil para ocupados, 2013.)
O texto expõe dois significados da construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek. Esses dois significados relacionam-se, pois
A construção de Brasília pode ser considerada a principal meta do Plano de Metas [...]. Para alguns analistas, a nova capital seria o elemento propulsor de um projeto de identidade nacional comprometido com a modernidade, cuja face mais visível seria a arquitetura modernista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Ao mesmo tempo, no entanto, a interiorização da capital faria parte de um antigo projeto de organização espacial do território brasileiro, que visava ampliar as fronteiras econômicas rumo ao Oeste e alavancar a expansão capitalista nacional.
(Marly Motta. “Um presidente bossa-nova”. In: Luciano Figueiredo (org.).
História do Brasil para ocupados, 2013.)
O texto expõe dois significados da construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek. Esses dois significados relacionam-se, pois
Leia atentamente o seguinte excerto: “[...] a luta pela anistia envolveu amplos setores da sociedade e, em 1978, com o apoio da Igreja Católica, da OAB e da ABI foi fundado o CBA (Comitê Brasileiro pela Anistia), no Rio de Janeiro. [...] a campanha tomou fôlego em torno da bandeira da ‘anistia ampla, geral e irrestrita’, passando a ser incluída nas plataformas de lutas de todos os movimentos sociais. [...]”.
HABERT, Nadine. A década de 70: apogeu e crise da ditadura militar brasileira. São Paulo: Ática, 1996
Sobre esse movimento pela anistia, é correto afirmar que
Leia atentamente o seguinte excerto: “[...] a luta pela anistia envolveu amplos setores da sociedade e, em 1978, com o apoio da Igreja Católica, da OAB e da ABI foi fundado o CBA (Comitê Brasileiro pela Anistia), no Rio de Janeiro. [...] a campanha tomou fôlego em torno da bandeira da ‘anistia ampla, geral e irrestrita’, passando a ser incluída nas plataformas de lutas de todos os movimentos sociais. [...]”.
HABERT, Nadine. A década de 70: apogeu e crise da ditadura militar brasileira. São Paulo: Ática, 1996
Sobre esse movimento pela anistia, é correto afirmar que
Sobre o Brasil e Santa Catarina, da década de 1960 aos dias atuais, é CORRETO afirmar que:
Brasília, assim como a UFSC, é cinquentenária. A função geopolítica de abrigar os órgãos do
Estado brasileiro determinou o conjunto urbanístico da capital do Brasil.
Sobre o Brasil e Santa Catarina, da década de 1960 aos dias atuais, é CORRETO afirmar que:
Brasília, assim como a UFSC, é cinquentenária. A função geopolítica de abrigar os órgãos do
Estado brasileiro determinou o conjunto urbanístico da capital do Brasil.
As transformações ocorridas entre meados do século XIX e as primeiras sete décadas do século XX foram fundamentais para a sociedade brasileira. No contexto desses eventos, criou-se, no ano de 1960, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que comemora seu cinquentenário neste ano de 2010. Além da formação acadêmica e profissional de milhares de jovens, a UFSC tem contribuído, através de concepções sempre inovadoras, para o bem-estar da sociedade catarinense e brasileira.
O professor Alcino Salazar, secretário
de justiça da Guanabara, declarou a
O Globo que a extensão do voto ao
analfabeto é perigosa concessão aos
inimigos do regime democrático,
fundado na verdade e na pureza do
princípio da representação.
Adaptado de O Globo, 21/02/1964.
Em sua mensagem ao Congresso Nacional em
15 de março de 1964, o presidente João Goulart
escreveu: “Outra discriminação inaceitável atinge
milhões de cidadãos que, embora investidos de
todas as responsabilidades (...) e integrados à força
de trabalho, com seu contingente mais numeroso,
são impedidos de votar por serem analfabetos”.
ALEIXO, J. C. B; KRAMER, Paulo. Os analfabetos e o voto:
da conquista da alistabilidade ao desafio da elegibilidade.
Senatus, Brasília, outubro/2000.
As declarações do professor Alcino Salazar e do presidente João Goulart foram feitas em um
momento de polarização na sociedade brasileira, que culminou na instauração do regime
autoritário em 31 de março de 1964.
Ambas as declarações expressavam, naquele momento, visões antagônicas relacionadas à
seguinte dimensão da cidadania:
O professor Alcino Salazar, secretário de justiça da Guanabara, declarou a O Globo que a extensão do voto ao analfabeto é perigosa concessão aos inimigos do regime democrático, fundado na verdade e na pureza do princípio da representação.
Adaptado de O Globo, 21/02/1964.
Em sua mensagem ao Congresso Nacional em 15 de março de 1964, o presidente João Goulart escreveu: “Outra discriminação inaceitável atinge milhões de cidadãos que, embora investidos de todas as responsabilidades (...) e integrados à força de trabalho, com seu contingente mais numeroso, são impedidos de votar por serem analfabetos”.
ALEIXO, J. C. B; KRAMER, Paulo. Os analfabetos e o voto:
da conquista da alistabilidade ao desafio da elegibilidade.
Senatus, Brasília, outubro/2000.
As declarações do professor Alcino Salazar e do presidente João Goulart foram feitas em um momento de polarização na sociedade brasileira, que culminou na instauração do regime autoritário em 31 de março de 1964.
Ambas as declarações expressavam, naquele momento, visões antagônicas relacionadas à seguinte dimensão da cidadania:
O governo do presidente Juscelino Kubitschek
(1956–1961) foi marcado por otimismo e euforia,
apoiado em ideais modernos e industrializantes.
Sob o lema “50 anos em 5”, esse presidente apresentou
seu Plano de Metas, que consistia, principalmente, em
Leia a charge abaixo:
A charge faz crítica à política industrial do presidente
Leia a charge abaixo:
A charge faz crítica à política industrial do presidente
Sobre o governo de Juscelino Kubitschek no Brasil, são feitas as seguintes afirmações:
I. Governou com base em um Plano de Metas, que favoreceu o crescimento do setor industrial.
II. A meta síntese de seu governo foi a construção de Brasília, através da Novacap.
III. Foi marcado pela estabilidade política e nenhuma tentativa golpista.
IV. Priorizou o desenvolvimento da indústria nacional, em detrimento das multinacionais.
V. Foi considerado nacionalista e marcado pela neutralidade em relação à Guerra Fria.
Estão corretas as afirmações:
Sob a presidência de Juscelino Kubitschek (1955-
1961), a nação brasileira assistiu à criação de Brasília,
- considerada, pela UNESCO, patrimônio cultural da
humanidade - e vivenciou:
Na década de 1950, o presidente Juscelino Kubitschek
adotou uma política de desenvolvimento econômico que
ficou conhecida como Plano de Metas.
Sob o lema “50 anos em 5”, esse plano se caracterizou pela
A escritora Zélia Gattai, em seu livro “Chão de meninos”, narra que acompanhou a visita dos filósofos franceses Simone de
Beauvoir e Jean-Paul Sartre ao Brasil, em 1960. Segundo a escritora, naquela época, ainda havia fotos da seleção de futebol
vitoriosa na Copa do Mundo de 1958 espalhadas nas casas, nos botequins e restaurantes por onde os visitantes passaram.
Sinal de orgulho para os brasileiros!
Naquele momento, afirma Gattai: “vivíamos a euforia da vitória, que coroava o clima de entusiasmo e de otimismo criado
pelas realizações do governo democrático e progressista de Kubitschek”.
Refletindo sobre as informações apresentadas, é correto concluir que o governo mencionado
Observe o gráfico abaixo, a respeito da
história da distribuição de renda no Brasil
entre 1927 e 1975.
Fonte:<http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/29/economia/1446146892_ 377075.html> .
Acesso em: 04 out. 2016
Considere as seguintes afirmações.
I - O processo econômico do governo de JK,
caracterizado pelo chamado nacional-desenvolvimentismo, ocasionou o maior
índice de desigualdade na distribuição de
renda do período.
II - O golpe civil-militar que depôs o
presidente João Goulart reverteu a
tendência histórica iniciada desde o
Estado Novo, desencadeando um
aumento da concentração de renda entre
os mais ricos no país.
III- O neoliberalismo assumido pelo governo
militar durante o período conhecido como
“milagre econômico”, caracterizado pelo
não intervencionismo estatal na
economia, foi responsável pela perda do
poder aquisitivo dos mais ricos.
Quais estão corretas?
Observe o gráfico abaixo, a respeito da história da distribuição de renda no Brasil entre 1927 e 1975.
Fonte:<http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/29/economia/1446146892_ 377075.html>
Considere as seguintes afirmações.
I - O processo econômico do governo de JK, caracterizado pelo chamado nacional-desenvolvimentismo, ocasionou o maior índice de desigualdade na distribuição de renda do período.
II - O golpe civil-militar que depôs o presidente João Goulart reverteu a tendência histórica iniciada desde o Estado Novo, desencadeando um aumento da concentração de renda entre os mais ricos no país.
III- O neoliberalismo assumido pelo governo militar durante o período conhecido como “milagre econômico”, caracterizado pelo não intervencionismo estatal na economia, foi responsável pela perda do poder aquisitivo dos mais ricos.
Quais estão corretas?
As intervenções urbanas, na cidade do Rio de Janeiro, marcaram o século XX carioca. Dentre elas, podemos
destacar a Reforma Pereira Passos e o Plano Agache. Na
década de 1960, entretanto, a cidade teve uma intervenção
que modificava em muito a sua condição anterior.
São denominações correspondentes ao plano de intervenção da década de 1960 e à condição diferente da cidade
nessa mesma época:
As intervenções urbanas, na cidade do Rio de Janeiro, marcaram o século XX carioca. Dentre elas, podemos destacar a Reforma Pereira Passos e o Plano Agache. Na década de 1960, entretanto, a cidade teve uma intervenção que modificava em muito a sua condição anterior.
São denominações correspondentes ao plano de intervenção da década de 1960 e à condição diferente da cidade nessa mesma época:
Durante o governo de JK, a política desenvolvimentista para o progresso brasileiro fundamentou-se sobre a
conexão entre desenvolvimento e interiorização. São correspondentes ao processo de desenvolvimento e ao instrumento de interiorização:
O período mais crítico do governo Jango Goulart ocorreu após o Comício da Central do Brasil quando o anúncio
de suas políticas alvoroçou os meios militares e as camadas
médias urbanas, que entenderam que essas políticas abriam
caminho para o socialismo no Brasil, talvez até para o comunismo.
No dia 13 de março de 1964, uma dessas políticas foi anunciada, em faixas e nas falas dos oradores, como:
Em julho de 1959, em uma palestra no Clube Militar, no Rio de Janeiro, o presidente Juscelino Kubitschek expôs alguns
aspectos de seu arrojado Plano de Metas, por ele apelidado de “50 anos em 5”.
Esse conjunto de medidas integrava um projeto de desenvolvimento nacional que:
Em julho de 1959, em uma palestra no Clube Militar, no Rio de Janeiro, o presidente Juscelino Kubitschek expôs alguns aspectos de seu arrojado Plano de Metas, por ele apelidado de “50 anos em 5”.
Esse conjunto de medidas integrava um projeto de desenvolvimento nacional que:
O fim do governo Jango e o início do regime militar brasileiro
foi marcado, dentre outros aspectos,
Tratava-se agora de construir um ritmo novo.
Para tanto, era necessário convocar todas as forças
vivas da Nação, todos os homens que, com vontade
de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer,
num tempo novo, um novo Tempo. E, à grande
convocação que conclamava o povo para a gigantesca
tarefa, começaram a chegar de todos os cantos da
imensa pátria os trabalhadores: os homens simples
e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos
de pedra, e no calcanho, em carro de boi, em lombo
de burro, em paus-de-arara, por todas as formas
possíveis e imagináveis, em sua mudez cheia de
esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres
e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias;
foram chegando de tantos povoados, tantas cidades
cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus
ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria...
Terra de sol, Terra de luz... Brasil! Brasil! Brasília!
MORAES, V.; JOBIM, A. C. Brasília, sinfonia da alvorada. III — A chegada
dos candangos. Disponível em: www.viniciusdemoraes.com.br.
Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).
No texto, a narrativa produzida sobre a construção
de Brasília articula os elementos políticos e
socioeconômicos indicados, respectivamente, em:
Tratava-se agora de construir um ritmo novo. Para tanto, era necessário convocar todas as forças vivas da Nação, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo. E, à grande convocação que conclamava o povo para a gigantesca tarefa, começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos de pedra, e no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria... Terra de sol, Terra de luz... Brasil! Brasil! Brasília!
MORAES, V.; JOBIM, A. C. Brasília, sinfonia da alvorada. III — A chegada dos candangos. Disponível em: www.viniciusdemoraes.com.br. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).
No texto, a narrativa produzida sobre a construção de Brasília articula os elementos políticos e socioeconômicos indicados, respectivamente, em:
Leia o trecho abaixo.
Como um dos últimos atos de seu governo, Castelo Branco promulgou uma nova Constituição e uma de
suas medidas era desobrigar o governo a investir coeficientes mínimos em educação e saúde. A decisão
resultou na contínua redução do orçamento do MEC [Ministério da Educação e Cultura], que saiu dos
10,6% dos gastos totais da União em 1965 para 4,3% em 1975, e os gastos com Saúde foram de 4,29%
em 1966 para 0,99% do orçamento da União em 1974. Os recursos drenados da Educação e da Saúde
permitiram o reforço dos gastos com investimentos em infraestrutura, como a construção de estradas e
hidrelétricas, que iam se intensificar nos anos posteriores ao governo Castelo. [...] As inversões em
rodovias e hidrelétricas não eram acompanhadas de investimentos em saúde e educação; dados indicam
que o número de desnutridos no país se elevou de 27 milhões em 1961-1963 (38% da população) para
71 milhões de pessoas (67% da população) em 1968-1975.
CAMPOS, Pedro. Estranhas catedrais: as empreiteiras brasileiras e
a ditadura civil-militar, 1964-1988. Niterói: UFF, 2014. p. 338-340.
Sobre a política econômica a qual o texto se refere, é correto afirmar que
Leia o trecho abaixo.
Como um dos últimos atos de seu governo, Castelo Branco promulgou uma nova Constituição e uma de suas medidas era desobrigar o governo a investir coeficientes mínimos em educação e saúde. A decisão resultou na contínua redução do orçamento do MEC [Ministério da Educação e Cultura], que saiu dos 10,6% dos gastos totais da União em 1965 para 4,3% em 1975, e os gastos com Saúde foram de 4,29% em 1966 para 0,99% do orçamento da União em 1974. Os recursos drenados da Educação e da Saúde permitiram o reforço dos gastos com investimentos em infraestrutura, como a construção de estradas e hidrelétricas, que iam se intensificar nos anos posteriores ao governo Castelo. [...] As inversões em rodovias e hidrelétricas não eram acompanhadas de investimentos em saúde e educação; dados indicam que o número de desnutridos no país se elevou de 27 milhões em 1961-1963 (38% da população) para 71 milhões de pessoas (67% da população) em 1968-1975.
CAMPOS, Pedro. Estranhas catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988. Niterói: UFF, 2014. p. 338-340.
Sobre a política econômica a qual o texto se refere, é correto afirmar que