Na década de 1950, o presidente Juscelino Kubitschek adotou uma política de desenvolvimento econômico que ficou conhecida como Plano de Metas.

Sob o lema “50 anos em 5”, esse plano se caracterizou pela

adoção de uma política econômica liberal que preconizava a universalização do acesso à educação básica e a privatização dos serviços essenciais, como fornecimento de água e energia elétrica.

abertura do país ao capital externo, facilitando a instalação de indústrias estrangeiras no país, ao mesmo tempo que manteve o controle estatal sobre a extração, refino e distribuição do petróleo.

oferta de incentivos fiscais para a instalação de fábricas nas regiões menos desenvolvidas do país, como o Norte e o Nordeste, além de combater as desigualdades regionais e erradicar a fome.

aproximação com a União Soviética, no contexto da Guerra Fria, que garantiu os investimentos necessários para a instalação da indústria siderúrgica nacional e a construção de Brasília.

promoção de políticas públicas de acesso aos serviços essenciais como saneamento básico, medicina preventiva e urbanização de favelas, além da redistribuição de renda e da terra.

Gabarito comentado

Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Gabarito: Alternativa B

Tema central: o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek (1956–1961), sintetizado pelo lema “50 anos em 5”, é uma política de desenvolvimento econômico baseada em industrialização acelerada, obras de infraestrutura e atração de capital estrangeiro.

Resumo teórico e contextualização: trata‑se de uma estratégia do desenvolvimentismo e do substitucionismo (IS/IS), em que o Estado promove grandes investimentos em energia, transportes, indústria de base e construção de Brasília, ao mesmo tempo em que facilita a entrada de capitais e empresas estrangeiras para instalar indústrias (automobilística, eletrodomésticos etc.). Importante: o petróleo permanecia sob domínio estatal via Petrobras (criada por lei em 1953 — Lei nº 2.004/1953). Para leitura complementar: Boris Fausto (História do Brasil) e Thomas Skidmore (Brazil: Five Centuries of Change).

Justificativa da alternativa B: a alternativa descreve corretamente dois traços centrais do Plano de Metas: 1) a abertura ao capital externo, que atraiu montadoras e outras indústrias, e 2) a manutenção do controle estatal sobre o petróleo (Petrobras já operava como empresa estatal). Essa combinação — incentivo ao capital estrangeiro para industrialização, com presença forte do Estado em setores estratégicos — corresponde ao núcleo da política jkista.

Análise das alternativas incorretas:

A — Erra ao afirmar privatização de serviços essenciais e ênfase na universalização da educação como marca do Plano. JK foi estadista desenvolvimentista; não houve privatização generalizada de serviços nem era foco exclusivo universalizar ensino básico.

C — Incorreto: embora houvesse políticas regionais em outros momentos, o Plano de Metas priorizou a industrialização do Sudeste e obras de infraestrutura (rodovias, usinas, Brasília); não houve um programa eficaz e prioritário de incentivos massivos ao Norte/Nordeste para erradicar a fome.

D — Falso: o Brasil de JK aproximou‑se mais das economias ocidentais durante a Guerra Fria; os grandes investimentos e tecnologia vieram sobretudo de empresas ocidentais, não da União Soviética.

E — Não corresponde ao foco do Plano: políticas de saneamento, saúde preventiva, urbanização de favelas e reforma agrária ampla não foram o centro do Plano de Metas, que priorizou indústria e infraestrutura, sem grande ênfase em redistribuição de renda/terra.

Dica para prova: ao ver “50 anos em 5” ou “Plano de Metas”, associe imediatamente a industrialização acelerada, obras de infraestrutura e atração de capital estrangeiro, mas também à presença do Estado em setores estratégicos (petróleo).

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