Questõesde USP sobre História do Brasil

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Foram encontradas 45 questões
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USP 2011 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário.
Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado.

Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa,

A
os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis.
B
os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores.
C
o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”.
D
a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas.
E
o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização.
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USP 2011 - História - História do Brasil, Processo de Independência: dos movimentos nativistas à libertação de Portugal

Fui à terra fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas lojas do Brasil.
Maria Graham. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado.

Esse trecho do diário da inglesa Maria Graham refere- se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos

A
do Ato de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul.
B
do Tratado de Methuen, de 1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
C
da abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família real portuguesa à América.
D
do Tratado de Comércio e Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a Inglaterra e eliminou a concorrência hispano- americana.
E
da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.
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USP 2011 - História - Reconstrução Democrática: Governo Collor e o Impeachment, História do Brasil

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta segunda-feira [30/5] que o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello foi apenas um “acidente” na história do Brasil. Sarney minimizou o episódio em que Collor, que atualmente é senador, teve seus direitos políticos cassados pelo Congresso Nacional. “Eu não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Mas acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil”, disse o presidente do Senado.
Correio Braziliense, 30/05/2011.

Sobre o “episódio” mencionado na notícia acima, pode- se dizer acertadamente que foi um acontecimento

A
de grande impacto na história recente do Brasil e teve efeitos negativos na trajetória política de Fernando Collor, o que faz com que seus atuais aliados se empenhem em desmerecer este episódio, tentando diminuir a importância que realmente teve.
B
nebuloso e pouco estudado pelos historiadores, que, em sua maioria, trataram de censurá-lo, impedindo uma justa e equilibrada compreensão dos fatos que o envolvem.
C
acidental, na medida em que o impeachment de Fernando Collor foi considerado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal, o que, aliás, possibilitou seu posterior retorno à cena política nacional, agora como senador.
D
menor na história política recente do Brasil, o que permite tomar a censura em torno dele, promovida oficialmente pelo Senado Federal, como um episódio ainda menos significativo.
E
indesejado pela imensa maioria dos brasileiros, o que provocou uma onda de comoção popular e permitiu o retorno triunfal de Fernando Collor à cena política, sendo candidato conduzido por mais duas vezes ao segundo turno das eleições presidenciais.
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USP 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

É assim extremamente simples a estrutura social da colônia no primeiro século e meio de colonização. Reduz-se em suma a duas classes: de um lado os proprietários rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da população espúria dos trabalhadores do campo, escravos e semilivres. Da simplicidade da infraestrutura econômica – a terra, única força produtiva, absorvida pela grande exploração agrícola – deriva a da estrutura social: a reduzida classe de proprietários e a grande massa, explorada e oprimida. Há naturalmente no seio desta massa gradações, que assinalamos. Mas, elas não são contudo bastante profundas para se caracterizarem em situações radicalmente distintas.

Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil. 20ª ed.
São Paulo: Brasiliense, p.28-29, 1993 [1942].

Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial,

A
só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido sobre indivíduos que porventura fizessem parte de outras.
B
havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam diretamente ligadas a critérios econômicos.
C
todos os membros das classes existentes queriam se transformar em proprietários rurais, exceto os pequenos trabalhadores livres, semilivres ou escravos.
D
diversas classes radicalmente distintas umas das outras compunham um cenário complexo, marcado por conflitos sociais.
E
a população se organizava em duas classes, cujas gradações internas não alteravam a simplicidade da estrutura social.
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USP 2009 - História - História do Brasil, Reconstrução Democrática : Governo Sarney

A partir da redemocratização do Brasil (1985), é possível observar mudanças econômicas significativas no país. Entre elas, a

A
exclusão de produtos agrícolas do rol das principais exportações brasileiras.
B
privatização de empresas estatais em diversos setores como os de comunicação e de mineração.
C
ampliação das tarifas alfandegárias de importação, protegendo a indústria nacional.
D
implementação da reforma agrária sem pagamento de indenização aos proprietários.
E
continuidade do comércio internacional voltado prioritariamente aos mercados africanos e asiáticos.
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USP 2009 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil, Processo de Independência: dos movimentos nativistas à libertação de Portugal

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O texto trata da Revolução pernambucana de 1817. Com relação a esse acontecimento é possível afirmar que os insurgentes

A
pretendiam a separação de Pernambuco do restante do reino, impondo a expulsão dos portugueses desse território.
B
contaram com a ativa participação de homens negros, pondo em risco a manutenção da escravidão na região.
C
dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da Companhia do Grão-Pará e Maranhão.
D
propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e pessoas das camadas populares.
E
implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à livre exploração da terra.
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USP 2009 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

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Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia

A
produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal.
B
foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra.
C
prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da França, da Inglaterra e da Alemanha.
D
foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do contrabando na região do rio da Prata.
E
possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a importação de escravos africanos.
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USP 2009 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que

A
criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro.
B
defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos.
C
foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”.
D
causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.
E
formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português.