Questõesde ENEM 2014 sobre História
Passada a festa da abolição, os ex-escravos
procuraram distanciar-se do passado de escravidão,
negando-se a se comportar como antigos cativos.
Em diversos engenhos do Nordeste, negaram-se a
receber a ração diária e a trabalhar sem remuneração.
Quando decidiram ficar, isso não significou que
concordassem em se submeter às mesmas condições
de trabalho do regime anterior.
FRAGA, W ; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasileira.
São Paulo: Moderna, 2009 (adaptado).
Segundo o texto, os primeiros anos após a abolição da
escravidão no Brasil tiveram como característica o(a)
Em busca de matérias-primas e de mercados por
causa da acelerada industrialização, os europeus
retalharam entre si a África. Mais do que alegações
econômicas, havia justificativas políticas, científicas,
ideológicas e até filantrópicas. O rei belga Leopoldo II
defendia o trabalho missionário e a civilização dos nativos
do Congo, argumento desmascarado pelas atrocidades
praticadas contra a população.
NASCIMENTO, C. Partilha da África: o assombro do continente mutilado. Revista de
História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 75, dez. 2011 (adaptado).
A atuação dos países europeus contribuiu para que a
África — entre 1880 e 1914 — se transformasse em uma
espécie de grande “colcha de retalhos”. Esse processo foi
motivado pelo(a)
Quando Deus confundiu as línguas na torre de
Babel, ponderou Filo Hebreu que todos ficaram mudos
e surdos, porque, ainda que todos falassem e todos
ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel,
houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das
Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta.
E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudos
e todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto
trabalho serão necessários para que esses mudos falem
e esses surdos ouçam.
VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES, J. H. História viva.
São Paulo: Global, 1985 (adaptado).
No decorrer da colonização portuguesa na América, as
tentativas de resolução do problema apontado pelo padre
Antônio Vieira resultaram na
TEXTO I
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em
Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria.
A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte
espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de
hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de
Carvalho)
TEXTO II
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum
segundo o qual foi D. João VI o responsável pela
unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil
foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma
fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer
um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou
já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)
1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada
da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois
importantes historiadores brasileiros se posicionam
diante de um dos possíveis legados desse episódio para
a história do país. O legado discutido e um argumento
que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para
o segundo estão associados, respectivamente, em:
TEXTO I
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Carvalho)
TEXTO II
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)
1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada
da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois
importantes historiadores brasileiros se posicionam
diante de um dos possíveis legados desse episódio para
a história do país. O legado discutido e um argumento
que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para
o segundo estão associados, respectivamente, em:
A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa
tendência influenciou o escritor cearense José de Alencar,
que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada,
propõe em Iracema uma espécie de mito fundador do
povo brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição
do povo helênico à Guerra de Troia, deflagrada pelo
romance proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a
formação do povo brasileiro aos conflitos entre índios e
colonizadores, atravessados pelo amor proibido entre
uma índia — Iracema — e o colonizador português Martim
Soares Moreno.
DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado).
A comparação estabelecida entre a Ilíada e Iracema
demonstra que essas obras
Os escravos, obviamente, dispunham de poucos
recursos políticos, mas não desconheciam o que se
passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se
das divisões entre estes, selecionaram temas que lhes
interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e
emprestaram significados próprios às reformas operadas
no escravismo brasileiro ao longo do século XIX.
REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil
oitocentista. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000). São Paulo: Senac, 1999.
Ao longo do século XIX, os negros escravizados
construíram variadas formas para resistir à escravidão no
Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no
aproveitamento das
TEXTO I

Abaporu. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 4ago. 2012.
TEXTO II
Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de
aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade.
Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura
indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário
tupi-guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu,
que significa homem que come carne humana, o
antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago
e fundaram o Movimento Antropofágico.
Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).
O movimento originado da obra Abaporu pretendia
se apropriar
TEXTO I

Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário tupi-guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico.
Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).
O movimento originado da obra Abaporu pretendia
se apropriar
Desde 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem registrado certos bem imateriais como patrimônio cultural do país. Entre as manifestações que já ganharam esse status está o ofício das baianas do acarajé. Enfatize-se: o ofício das baianas, não a receita do acarajé. Quando uma baiana prepara o acarajé, há uma série de códigos imperceptíveis para quem olha de fora. A cor da roupa, a amarra dos panos e os adereços mudam de acordo com o santo e com a hierarquia dela no candomblé. O Iphan conta que, registrando o ofício, "esse e outros mundos ligados ao preparo do acarajé podem ser descortinados".KAZ, R. A diferença entre o acarajé e o sanduíche de Bauru. Revista de História da
Biblioteca Nacional, n. 13, out. 2006 (adaptado).
De acordo com o autor, o Iphan evidencia a necessidade de se protegerem certas manifestações históricas para que continuem existindo, destacando-se nesse caso a
As relações do Estado brasileiro com o movimento operário e sindical, bem como as políticas públicas voltadas para as questões sociais durante o primeiro governo da Era Vargas (1930-1945), são temas amplamente estudados pela academia brasileira em seus vários aspectos. São também os temas mais lembrados pela sociedade quando se pensa no legado varguista.
D'ARAÚJO, M. C. Estado, classe trabalhadora e políticas sociais. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
Durante o governo de Getúlio Vargas, foram desenvolvidas ações de cunho social, dentre as quais se destaca a
Quem acompanhasse os debates na Câmara dos
Deputados em 1884 poderia ouvir a leitura de uma
moção de fazendeiros do Rio de Janeiro: “Ninguém no
Brasil sustenta a escravidão pela escravidão, mas não
há um só brasileiro que não se oponha aos perigos da
desorganização do atual sistema de trabalho”. Livres
os negros, as cidades seriam invadidas por “turbas
ignaras”, “gente refratária ao trabalho e ávida de
ociosidade”. A produção seria destruída e a segurança
das famílias estaria ameaçada. Veio a Abolição, o
Apocalipse ficou para depois e o Brasil melhorou (ou
será que alguém duvida?). Passados dez anos do
início do debate em torno das ações afirmativas e do
recurso às cotas para facilitar o acesso dos negros às
universidades públicas brasileiras, felizmente é possível
conferir a consistência dos argumentos apresentados
contra essa iniciativa. De saída, veio a advertência
de que as cotas exacerbariam a questão racial. Essa
ameaça vai completar 18 anos e não se registraram
casos significativos de exacerbação.
GASPARI, E. As cotas e a urucubaca. Folha de S. Paulo, 3 jun. 2009.
O argumento elaborado pelo autor sugere que as
censuras às cotas raciais são
Sempre teceremos panos de seda
E nem por isso vestiremos melhor
Seremos sempre pobres e nuas
E teremos sempre fome e sedeNunca seremos capazes de ganhar tantoQue possamos ter melhor comida.
CHRÉTIEN DE TROYES. Yvain ou le chevalier au lion (1177-1181). Apud MACEDO, J. R.
A mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 1992 (adaptado).
O tema do trabalho feminino vem sendo abordado pelos estudos históricos mais recentes. Algumas fontes são importantes para essa abordagem, tal como o poema
apresentado, que alude à
No sistema democrático de Schumpeter, os únicos participantes plenos são os membros de elites políticas em partidos e em instituições públicas. O papel dos cidadãos ordinários é não apenas altamente limitado, mas frequentemente retratado como uma intrusão indesejada no funcionamento tranquilo do processo "público" de tomada de decisões.
HELD, D. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Paideia, 1987.
O modelo de sistema democrático apresentado pelo texto pressupõe a
No sistema democrático de Schumpeter, os únicos participantes plenos são os membros de elites políticas em partidos e em instituições públicas. O papel dos cidadãos ordinários é não apenas altamente limitado, mas frequentemente retratado como uma intrusão indesejada no funcionamento tranquilo do processo "público" de tomada de decisões.
HELD, D. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Paideia, 1987.
O modelo de sistema democrático apresentado pelo texto pressupõe a

Na charge, identifica-se uma contradição no retorno de parte dos “Voluntários da Pátria” que lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870), evidenciada na

Na charge, identifica-se uma contradição no retorno de parte dos “Voluntários da Pátria” que lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870), evidenciada na
Respeitar a diversidade de circunstâncias entre as pequenas sociedades locais que constituem uma mesma nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das leis internas de cada Estado. As leis municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela assembleia provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo os conselhos da experiência. Então, administrar-se-ia de perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se atingirá de outra sorte.
BASTOS, T. A província (1870) . São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).
O discurso do autor, no período do Segundo Reinado no Brasil, tinha como meta a implantação do
BASTOS, T. A província (1870) . São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).
O discurso do autor, no período do Segundo Reinado no Brasil, tinha como meta a implantação do
A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808.
NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.
Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem
NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.
Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem
TEXTO I
O presidente do jornal de maior circulação do país destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013 (adaptado).
TEXTO II
Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não existe nada de bom quando se aceita uma solução autoritária.
FIC O , C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com. Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado).
Embora enfatizem a defesa da democracia, as visões do movimento político-militar de 1964 divergem ao focarem, respectivamente:
O presidente do jornal de maior circulação do país destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013 (adaptado).
TEXTO II
Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não existe nada de bom quando se aceita uma solução autoritária.
FIC O , C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com. Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado).
Embora enfatizem a defesa da democracia, as visões do movimento político-militar de 1964 divergem ao focarem, respectivamente:
A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que começa a ser construída apenas em 1905, foi criada, ao contrário das outras grandes ferrovias paulistas, para ser uma ferrovia de penetração, buscando novas áreas para a agricultura e povoamento. Até 1890, o café era quem ditava o traçado das ferrovias, que eram vistas apenas como auxiliadoras da produção cafeeira.
CARVALHO, D. F. Café, ferrovias e crescimento populacional: oflorescimento da região noroeste paulista. Disponível em: www.historica.arquivoestado.sp.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
Essa nova orientação dada à expansão ferroviária, durante a Primeira República, tinha como objetivo a
CARVALHO, D. F. Café, ferrovias e crescimento populacional: oflorescimento da região noroeste paulista. Disponível em: www.historica.arquivoestado.sp.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
Essa nova orientação dada à expansão ferroviária, durante a Primeira República, tinha como objetivo a
O problema central a ser resolvido pelo Novo Regime era a organização de outro pacto de poder que pudesse substituir o arranjo imperial com grau suficiente de estabilidade. O próprio presidente Campos Sales esumiu claramente seu objetivo: “É de lá, dos estados, que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam agitadas nas ruas da capital da União. A política dos estados é a política nacional”.
CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).
Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido de
CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).
Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido de
A Praça da Concórdia, antiga Praça Luís XV, é a maior praça pública de Paris. Inaugurada em 1763, tinha em seu centro uma estátua do rei. Situada ao longo do Sena, ela é a intersecção de dois eixos monumentais. Bem nesse cruzamento está o Obelisco de Luxor, decorado com hieróglifos que contam os reinados dos faraós Ramsés II e Ramsés III. Em 1829, foi oferecido pelo vice-rei do Egito ao povo francês e, em 1836, instalado na praça diante de mais de 200 mil espectadores e da família real.
NOBLAT, R. Disponível em: www.oglobo.com. Acesso em: 12 dez. 2012.
A constituição do espaço público da Praça da Concórdia ao longo dos anos manifesta o(a)
NOBLAT, R. Disponível em: www.oglobo.com. Acesso em: 12 dez. 2012.
A constituição do espaço público da Praça da Concórdia ao longo dos anos manifesta o(a)