A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808.

NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem

A relação entre metrópole e colônia, regra geral, era hierárquica e de dominação, em que a colônia se submetia às ordens da metrópole sem que houvesse margem significativa para expressões de autonomia. Na América Latina, incluindo a América portuguesa, essa regra era válida. Quando D. João VI veio ao Brasil com toda a corte fugindo das Guerras Napoleônicas, essa relação de subordinação da colônia para com a metrópole desapareceu, pois o governo e as ordens passaram a emanar do próprio território colonial, situação inédita até então no sistema vigente. A vinda da Corte propiciou avanços em vários aspectos na sociedade da Colônia e isso acabou se tornando irreversível, pois não seria fácil retroceder à situação mais precária e de subordinação a Portugal depois de mais de uma década de relativa autonomia. Dessa forma, o que houve foi um enfraquecimento do pacto de dominação metropolitana que colaborou sobremaneira para o processo de Independência do Brasil, a qual ocorreu depois de pouco mais de um ano após o retorno de D. João VI a Portugal. A alternativa correta, portanto, é a letra (B).