Questõessobre Maquiavel e O Príncipe

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UFPR 2018 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Quando se conquistam Estados habituados a reger-se por leis próprias e em liberdade, há três modos de manter a sua posse: primeiro, arruiná-los; segundo, ir habitá-los; terceiro, deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando um governo de poucos, que se conserve amigos. [...] Quem se torna senhor de uma cidade tradicionalmente livre e não a destrói será destruído por ela. Tais cidades têm sempre por bandeira, nas rebeliões, a liberdade e suas antigas leis, que não esquecem nunca, nem com o correr do tempo, nem por influência dos benefícios recebidos. Por muito que se faça, quaisquer que sejam as precauções tomadas, se não se promovem o dissídio e a desagregação dos habitantes, não deixam eles de se lembrar daqueles princípios e, em toda oportunidade, em qualquer situação, a eles recorrem [...]. Assim, para conservar uma república conquistada, o caminho mais seguro é destruí-la ou habitá-la pessoalmente.

                 (MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 21-22.)


Com base nessa passagem, extraída da obra O Príncipe, de Maquiavel, assinale a alternativa correta

A
O poder emanado do príncipe deve ter a capacidade de não apenas levar a cabo os planos de expansão de seu próprio governo, mas sobretudo criar condições para que esse poder mantenha-se de forma plena e garanta a legitimidade da própria dominação.
B
A passagem refere-se em especial às repúblicas que ainda não passaram por um processo de amadurecimento de suas instituições democráticas. Repúblicas que dependem de orientação externa e de outras nações na formação da sua própria identidade política, a fim de suplantar o ódio típico dessas repúblicas.
C
Para Maquiavel, “habitar” a república conquistada é uma possibilidade mais condizente com a posição do Príncipe. Considerando que o autor tinha laços com o pensamento humanista, “destruir” uma república conquistada implicaria lançar mão da força militar, com a qual Maquiavel não concordava.
D
No mundo moderno e contemporâneo, o Príncipe, garantidor da ordem e da segurança pública, pode e deve intervir com o argumento de preservar as instituições democráticas e republicanas, mesmo que para isso seja necessário o uso da força.
E
O Príncipe pode, por meio de pleito eleitoral, plebiscito ou consulta popular, agir em nome do povo e garantir a soberania de seu Estado. Pode invadir as nações que coloquem em risco a sua própria liberdade. Pode combater o ódio das outras repúblicas, e que essa nação seja destruída ou habitada pelo Príncipe, a fim de assegurar a ordem democrática.
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UNICAMP 2015 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Quanto seja louvável a um príncipe manter a fé, aparentar virtudes e viver com integridade, não com astúcia, todos o compreendem; contudo, observa-se, pela experiência, em nossos tempos, que houve príncipes que fizeram grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.

(Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 73-85.)

A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é correto afirmar que:

A
O jogo das aparências e a lógica da força são algumas das principais artimanhas da política moderna explicitadas por Maquiavel.
B
A prudência, para ser vista como uma virtude, não depende dos resultados, mas de estar de acordo com os princípios da fé.
C
Os princípios e não os resultados é que definem o julgamento que as pessoas fazem do governante, por isso é louvável a integridade do príncipe.
D
A questão da manutenção do poder é o principal desafio ao príncipe e, por isso, ele não precisa cumprir a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja.
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UNESP 2011 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política são práticas distintas.

        “A política arruína o caráter", disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro" da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do século passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver".

                                                                                                                    (Veja, 02.03.2011. Adaptado.)

A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo


A
considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo, sendo simpático à repressão militar sobre populações civis.
B
foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo de manifestação de autoritarismo por parte dos governantes.
C
foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels.
D
foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade cristã como base da vida política.
E
refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente pragmáticos.
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PUC - Campinas 2015 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

O texto de Adalberto Cruz e Silva faz referência ao humanista Nicolau Maquiavel, que escreveu O príncipe, espécie de manual de como governar. Nessa obra ele


A
formulou a concepção da bondade natural humana e sua capacidade de criar um governo capaz de construir mesmo a felicidade da população.
B
defendeu que a vontade do povo deve expressar-se sempre mediante o voto e essa vontade deve prevalecer sobre qualquer outra consideração.
C
considerava que a principal obrigação do governante era manter o poder e a segurança e, para isso, devia fazer uso de todos os meios.
D
afirmava que os governos têm por finalidade respeitar os direitos naturais e, caso não o façam, cabe à sociedade civil o direito de se rebelar.
E
negava o direito dos governantes de se autoaplicar o princípio do direito divino, e de outras prerrogativas fundamentadas em preconceitos.
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ENEM 2012 - Filosofia - Maquiavel e O Príncipe, A Política

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Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao

A
valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
B
rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
C
afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.
D
romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
E
redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.