Questõesde Esamc 2013

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Foram encontradas 74 questões
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Esamc 2013 - Matemática - Áreas e Perímetros, Geometria Plana, Triângulos

Na figura a seguir, o triângulo ABC é equilátero, o ângulo mede 120º, AD = 2 cm e CD = 4 cm. Nessas condições, pode-se afirmar que a área do quadrilátero ABCD é igual a:



A
2 √3 cm2
B
3 √3 cm2
C
4 √3 cm2
D
5 √3 cm2
E
6 √3 cm2
4a852b63-dc
Esamc 2013 - Matemática - Áreas e Perímetros, Geometria Plana

Os gráficos de x2 + y2 ≤ 4, y ≥ x + 1, y ≥ 0 e x ≤ 0 definem com os eixos coordenados uma região de área igual a:

A
π − 0,5
B
π − 1
C
2π − 0,5
D
2π − 1
E
4π − 0,5
4a762c07-dc
Esamc 2013 - Matemática - Geometria Espacial, Cilindro

A figura abaixo ilustra um sólido formado por cilindros de altura igual a h. O cilindro de maior base tem raio igual a r. A partir do segundo cilindro (da esquerda para direita), o raio da base é 75% do raio da base do cilindro imediatamente anterior.



À medida que o número de cilindros aumenta, o volume do sólido formado se aproxima, cada vez mais, de:

A


B


C


D


E


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Esamc 2013 - Matemática - Circunferências e Círculos, Geometria Plana



O gráfico acima pode ser representado por:

A
(x – 1)2 + (y – 1)2 = 1
B
|x – 1|2 + |y – 1|2 = 1
C
(|x| – 1)2 + (|y| – 1)2 = 1
D
(x –|1|)2 + (y –|1|)2 = 1
E
|(x – 1)2 + (y – 1)2| = 1
4a6b11ce-dc
Esamc 2013 - Matemática - Análise Combinatória em Matemática

Leonardo tem como meta acumular R$ 1.000.000,00. Para tanto, Leonardo vem poupando, anualmente, os valores de R$ 1,00, R$ 2,00, R$ 4,00, R$ 8,00, R$ 16,00 e assim sucessivamente. Desta forma, para atingir sua meta, Leonardo precisará de, pelo menos,


(use, se necessário, log2 = 0,301).

A
5 anos
B
10 anos
C
15 anos
D
20 anos
E
25 anos
4a6ef147-dc
Esamc 2013 - Matemática - Trigonometria, Funções Trigonométricas e Funções Trigonométricas Inversas

A temperatura da água de um tanque de criação de alevinos, quando não artificialmente controlada, varia de acordo com a seguinte função matemática: F(t) = 21 − 4 . cos , sendo t o tempo em horas medido a partir das 6h da manhã de cada dia. Sabe-se que a temperatura ideal para a espécie criada é de 23°C. Supondo que não haja um controle artificial da água, a temperatura ideal, em cada dia, será atingida às:

A
2h e 10h
B
8h e 16h
C
10h e 20h
D
14h e 22h
E
10h e 22h
4a7ca5d8-dc
Esamc 2013 - Matemática - Probabilidade

Escolhendo-se ao acaso uma das diagonais de um decágono regular, a probabilidade de que essa diagonal passe pelo centro da circunferência que o circunscreve é:

A
1/7
B
1/5
C
2/7
D
2/5
E
5/7
4a795fe1-dc
Esamc 2013 - Matemática - Circunferências e Círculos, Geometria Plana, Ângulos - Lei Angular de Thales

Através de um ponto Q de uma circunferência de centro O e diâmetro , traça-se o diâmetro e duas cordas e . Se é perpendicular a e o ângulo mede 30º, o ângulo mede :


A
10o
B
20o
C
30o
D
40o
E
50o
4a5af128-dc
Esamc 2013 - Matemática - Álgebra, Produtos Notáveis e Fatoração

A equação abaixo, se resolvida em , admite S como conjunto solução.




Sobre S, é correto afirmar que:

A

é igual a

B
tem infinitos elementos
C
tem apenas dois elementos
D
tem apenas um elemento
E
é o conjunto vazio
4a672ac3-dc
Esamc 2013 - Matemática - Álgebra, Problemas

Oito times disputam as quatro vagas para a etapa seguinte de um campeonato de futebol. Sabe-se que todos os times enfrentam-se uma única vez e que, em caso de vitória, cada time ganha dois pontos; no caso de empate, ganha um ponto e, na derrota, não ganha ponto. Para garantir a passagem para a próxima etapa, um time precisa somar, pelo menos,

A
9 pontos
B
10 pontos
C
11 pontos
D
12 pontos
E
13 pontos
4a63022d-dc
Esamc 2013 - Matemática - Geometria Plana, Triângulos

O triângulo ABC tem lados com medidas AB = 6, AC = 7 e BC = 8. Sua mediana AM mede:

A


B


C


D


E


4a5ed734-dc
Esamc 2013 - Matemática - Álgebra, Problemas

Carlos vendeu um imóvel da família e repartiu todo o dinheiro recebido igualmente entre seus filhos e sobrinhos. Se não tivesse incluído seus três sobrinhos na divisão, cada filho teria recebido R$ 5.000,00 a mais. Por outro lado, se tivesse incluído sua neta no rateio, cada filho e sobrinho teria recebido R$ 1.000,00 a menos. Carlos vendeu o imóvel por:

A
R$ 30.000,00
B
R$ 45.000,00
C
R$ 60.000,00
D
R$ 75.000,00
E
R$ 90.000,00
4a5715af-dc
Esamc 2013 - Matemática - Probabilidade

Em uma barraquinha de festa junina, os participantes são premiados quando acertam a “toca” em que o coelho entrará. Suponha que existam cinco “tocas” diferentes e que o coelho sempre escolha uma das cinco para entrar. Se João participar quatro vezes da brincadeira, apostando sempre em uma única “toca”, a probabilidade de ele ser premiado em pelo menos uma ocasião está entre:

A
10% e 25%
B
25% e 40%
C
40% e 55%
D
55% e 70%
E
70% e 85%
4a52948e-dc
Esamc 2013 - Matemática - Estatística

Em cada linha da tabela abaixo, a média aritmética dos números contidos nas colunas A e B deve ser igual à média aritmética dos números contidos nas três colunas: A, B e C.



O valor de x que satisfaz a condição descrita acima é:

A


B


C


D


E


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Esamc 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na boa poesia, temas universais costumam atingir a máxima realização formal. Muitas vezes esses temas também são encontrados em ditados populares. O poema transcrito apresenta o mesmo tema de:

Texto para a questão:


Tecendo a Manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
(João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra)
A
Uma andorinha só não faz verão.
B
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
C
Pau que nasce torto morre torto.
D
A vingança é um prato que se come frio.
E
À noite, todos os gatos são pardos.
4a4ad406-dc
Esamc 2013 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Uma das características da poesia é o uso de imagens metafóricas. No excerto do poema de João Cabral transcrito acima, as imagens elaboradas representam:

Texto para a questão:


Tecendo a Manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
(João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra)
A
a descrição realista da meticulosa linguagem dos galos para se precaverem dos perigos que cercam o galinheiro.
B
a necessidade de trabalho em conjunto para que a união leve a uma atitude significativa.
C
o valor que a religião assume quando se discutem melhorias do mundo capitalista industrial.
D
o valor da luta por melhores condições sociais, o que deve ser elaborado a partir de protestos individuais.
E
a sugestão de que a manhã, ao contrário da noite, é o momento correto para as reivindicações dos mais pobres.
4a45cd17-dc
Esamc 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No conto, o personagem não recebe um nome próprio, é designado pelo número “35”. Levando em consideração a crítica social que o trecho parece revelar, assinale a alternativa que apresente relação verdadeira entre o tema do conto e a data que o nome do personagem parece fazer referência:

Texto para a questão.


    No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar.

    Os outros carregadores mais idosos meio que tinham caçoado do bobo, viesse trabalhar que era melhor, trabalho deles não tinha feriado. Mas o 35 retrucava com altivez que não carregava mala de ninguém, havia de celebrar o dia deles. E agora tinha o grande dia pela frente.

[...]

    Abriu o jornal. Havia logo um artigo muito bonito, bem pequeno, falando na nobreza do trabalho, nos operários que eram também os “operários da nação”, é isso mesmo. O 35 se orgulhou todo comovido. Se pedissem pra ele matar, ele matava roubava, trabalhava grátis, tomado dum sublime desejo de fraternidade, todos os seres juntos, todos bons... Depois vinham as notícias. Se esperavam “grandes motins” em Paris, deu uma raiva tal no 35. E ele ficou todo fremente, quase sem respirar, desejando “motins” (devia ser turumbamba) na sua desmesurada força física, ah, as ruças de algum... polícia? polícia. Pelo menos os safados dos polícias.

    Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo a Polícia proibira comícios na rua e passeatas, embora se falasse vagamente em motins de tarde no Largo da Sé. Mas a polícia já tomara todas as providências, até metralhadoras, estavam em cima do jornal, nos arranha-céus, escondidas, o 35 sentiu um frio. O sol brilhante queimava, banco na sombra? Mas não tinha, que a Prefeitura, pra evitar safadez dos namorados, punha os bancos só bem no sol. E ainda por cima era aquela imensidade de guardas e polícias vigiando que nem bem a gente punha a mão no pescocinho dela, trilo. Mas a Polícia permitiria a grande reunião proletária, com discurso do ilustre Secretário do Trabalho, no magnífico pátio interno do Palácio das Indústrias, lugar fechado! A sensação foi claramente péssima. Não era medo, mas por que que a gente havia de ficar encurralado assim! é! E pra eles depois poderem cair em cima da gente, (palavrão)! Não vou! não sou besta! Quer dizer: vou sim! desaforo! (palavrão), socos, uma visão tumultuaria, rolando no chão, se machucava mas não fazia mal, saíam todos enfurecidos do Palácio das Indústrias, pegavam fogo no Palácio das Indústrias, não! a indústria é a gente, “operários da nação” pegavam fogo na igreja de São Bento mais próxima que era tão linda por “drento”, mas pra que pegar fogo em nada!

(Mário de Andrade. “Primeiro de Maio” in Contos novos)

A
Movimento da Aliança Nacional Libertadora.
B
Revolução Constitucional de São Paulo.
C
Proclamação da República.
D
Promulgação do Ato Institucional no 5.
E
Movimento das Diretas Já.
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Esamc 2013 - Português - Interpretação de Textos, Uso das reticências, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Pontuação

“Se pedissem pra ele matar, ele matava roubava, trabalhava grátis, tomado dum sublime desejo de fraternidade, todos os seres juntos, todos bons...”. No trecho acima, o desejo de fraternidade do personagem 35 é amplificado pelo uso

Texto para a questão.


    No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar.

    Os outros carregadores mais idosos meio que tinham caçoado do bobo, viesse trabalhar que era melhor, trabalho deles não tinha feriado. Mas o 35 retrucava com altivez que não carregava mala de ninguém, havia de celebrar o dia deles. E agora tinha o grande dia pela frente.

[...]

    Abriu o jornal. Havia logo um artigo muito bonito, bem pequeno, falando na nobreza do trabalho, nos operários que eram também os “operários da nação”, é isso mesmo. O 35 se orgulhou todo comovido. Se pedissem pra ele matar, ele matava roubava, trabalhava grátis, tomado dum sublime desejo de fraternidade, todos os seres juntos, todos bons... Depois vinham as notícias. Se esperavam “grandes motins” em Paris, deu uma raiva tal no 35. E ele ficou todo fremente, quase sem respirar, desejando “motins” (devia ser turumbamba) na sua desmesurada força física, ah, as ruças de algum... polícia? polícia. Pelo menos os safados dos polícias.

    Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo a Polícia proibira comícios na rua e passeatas, embora se falasse vagamente em motins de tarde no Largo da Sé. Mas a polícia já tomara todas as providências, até metralhadoras, estavam em cima do jornal, nos arranha-céus, escondidas, o 35 sentiu um frio. O sol brilhante queimava, banco na sombra? Mas não tinha, que a Prefeitura, pra evitar safadez dos namorados, punha os bancos só bem no sol. E ainda por cima era aquela imensidade de guardas e polícias vigiando que nem bem a gente punha a mão no pescocinho dela, trilo. Mas a Polícia permitiria a grande reunião proletária, com discurso do ilustre Secretário do Trabalho, no magnífico pátio interno do Palácio das Indústrias, lugar fechado! A sensação foi claramente péssima. Não era medo, mas por que que a gente havia de ficar encurralado assim! é! E pra eles depois poderem cair em cima da gente, (palavrão)! Não vou! não sou besta! Quer dizer: vou sim! desaforo! (palavrão), socos, uma visão tumultuaria, rolando no chão, se machucava mas não fazia mal, saíam todos enfurecidos do Palácio das Indústrias, pegavam fogo no Palácio das Indústrias, não! a indústria é a gente, “operários da nação” pegavam fogo na igreja de São Bento mais próxima que era tão linda por “drento”, mas pra que pegar fogo em nada!

(Mário de Andrade. “Primeiro de Maio” in Contos novos)

A
das reticências (“bons...”), questionando a sinceridade e autenticidade do desejo de união com outros trabalhadores de personalidades diferentes.
B
da aliteração (“matava”, “roubava”, “trabalhava”), atribuindo à prosa um valor sentimental típico da linguagem poética.
C
da oração subordinada adverbial consecutiva (“se pedissem pra ele matar”), conferindo ao período valor formal comparável ao sentimento do personagem.
D
de ironia (“trabalhava grátis”), sugerindo que os sentimentos do personagem eram ambíguos e, por isso, mais intensos que o dos demais carregadores.
E
da gradação (“matava”, “roubava”, “trabalhava grátis”), confirmando que o personagem seria capaz de qualquer ação para alcançar o desejo almejado.
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Esamc 2013 - Português - Interpretação de Textos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

Para mostrar ao leitor os conflitos do personagem, o narrador usa o discurso indireto-livre, corretamente exemplificado em:

Texto para a questão.


    No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar.

    Os outros carregadores mais idosos meio que tinham caçoado do bobo, viesse trabalhar que era melhor, trabalho deles não tinha feriado. Mas o 35 retrucava com altivez que não carregava mala de ninguém, havia de celebrar o dia deles. E agora tinha o grande dia pela frente.

[...]

    Abriu o jornal. Havia logo um artigo muito bonito, bem pequeno, falando na nobreza do trabalho, nos operários que eram também os “operários da nação”, é isso mesmo. O 35 se orgulhou todo comovido. Se pedissem pra ele matar, ele matava roubava, trabalhava grátis, tomado dum sublime desejo de fraternidade, todos os seres juntos, todos bons... Depois vinham as notícias. Se esperavam “grandes motins” em Paris, deu uma raiva tal no 35. E ele ficou todo fremente, quase sem respirar, desejando “motins” (devia ser turumbamba) na sua desmesurada força física, ah, as ruças de algum... polícia? polícia. Pelo menos os safados dos polícias.

    Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo a Polícia proibira comícios na rua e passeatas, embora se falasse vagamente em motins de tarde no Largo da Sé. Mas a polícia já tomara todas as providências, até metralhadoras, estavam em cima do jornal, nos arranha-céus, escondidas, o 35 sentiu um frio. O sol brilhante queimava, banco na sombra? Mas não tinha, que a Prefeitura, pra evitar safadez dos namorados, punha os bancos só bem no sol. E ainda por cima era aquela imensidade de guardas e polícias vigiando que nem bem a gente punha a mão no pescocinho dela, trilo. Mas a Polícia permitiria a grande reunião proletária, com discurso do ilustre Secretário do Trabalho, no magnífico pátio interno do Palácio das Indústrias, lugar fechado! A sensação foi claramente péssima. Não era medo, mas por que que a gente havia de ficar encurralado assim! é! E pra eles depois poderem cair em cima da gente, (palavrão)! Não vou! não sou besta! Quer dizer: vou sim! desaforo! (palavrão), socos, uma visão tumultuaria, rolando no chão, se machucava mas não fazia mal, saíam todos enfurecidos do Palácio das Indústrias, pegavam fogo no Palácio das Indústrias, não! a indústria é a gente, “operários da nação” pegavam fogo na igreja de São Bento mais próxima que era tão linda por “drento”, mas pra que pegar fogo em nada!

(Mário de Andrade. “Primeiro de Maio” in Contos novos)

A
“No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas”.
B
“Estava bem disposto, até alegre”.
C
“Os outros carregadores mais idosos meio que tinham caçoado”.
D
“O 35 se orgulhou todo comovido.”
E
“Não era medo, mas por que que a gente havia de ficar encurralado assim! é!”.
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Esamc 2013 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No conjunto da obra de Mário de Andrade, destaca-se uma quase militância pelo uso, na literatura, de uma língua próxima àquela que se fala nas ruas. Um exemplo de aproximação com a oralidade do cotidiano pode ser encontrado na alternativa:

Texto para a questão.


    No grande dia Primeiro de Maio, não eram bem seis horas e já o 35 pulara da cama, afobado. Estava bem disposto, até alegre, ele bem afirmara aos companheiros da Estação da Luz que queria celebrar e havia de celebrar.

    Os outros carregadores mais idosos meio que tinham caçoado do bobo, viesse trabalhar que era melhor, trabalho deles não tinha feriado. Mas o 35 retrucava com altivez que não carregava mala de ninguém, havia de celebrar o dia deles. E agora tinha o grande dia pela frente.

[...]

    Abriu o jornal. Havia logo um artigo muito bonito, bem pequeno, falando na nobreza do trabalho, nos operários que eram também os “operários da nação”, é isso mesmo. O 35 se orgulhou todo comovido. Se pedissem pra ele matar, ele matava roubava, trabalhava grátis, tomado dum sublime desejo de fraternidade, todos os seres juntos, todos bons... Depois vinham as notícias. Se esperavam “grandes motins” em Paris, deu uma raiva tal no 35. E ele ficou todo fremente, quase sem respirar, desejando “motins” (devia ser turumbamba) na sua desmesurada força física, ah, as ruças de algum... polícia? polícia. Pelo menos os safados dos polícias.

    Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo a Polícia proibira comícios na rua e passeatas, embora se falasse vagamente em motins de tarde no Largo da Sé. Mas a polícia já tomara todas as providências, até metralhadoras, estavam em cima do jornal, nos arranha-céus, escondidas, o 35 sentiu um frio. O sol brilhante queimava, banco na sombra? Mas não tinha, que a Prefeitura, pra evitar safadez dos namorados, punha os bancos só bem no sol. E ainda por cima era aquela imensidade de guardas e polícias vigiando que nem bem a gente punha a mão no pescocinho dela, trilo. Mas a Polícia permitiria a grande reunião proletária, com discurso do ilustre Secretário do Trabalho, no magnífico pátio interno do Palácio das Indústrias, lugar fechado! A sensação foi claramente péssima. Não era medo, mas por que que a gente havia de ficar encurralado assim! é! E pra eles depois poderem cair em cima da gente, (palavrão)! Não vou! não sou besta! Quer dizer: vou sim! desaforo! (palavrão), socos, uma visão tumultuaria, rolando no chão, se machucava mas não fazia mal, saíam todos enfurecidos do Palácio das Indústrias, pegavam fogo no Palácio das Indústrias, não! a indústria é a gente, “operários da nação” pegavam fogo na igreja de São Bento mais próxima que era tão linda por “drento”, mas pra que pegar fogo em nada!

(Mário de Andrade. “Primeiro de Maio” in Contos novos)

A
“já o 35 pulara da cama”.
B
“Os outros carregadores mais idosos meio que tinham caçoado do bobo”.
C
“Depois vinham as notícias”
D
“estava escrito em cima do jornal”.
E
“a Polícia permitiria a grande reunião proletária”.