Questõesde CESMAC 2017

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Foram encontradas 169 questões
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CESMAC 2017 - Português - Problemas da língua culta, Crase

As normas que regulam o uso culto da sintaxe portuguesa foram integralmente seguidas na seguinte alternativa:

Nós sempre fomos invisíveis. O povo indígena, os povos indígenas, sempre foram invisíveis para o mundo. Aquele ser humano que passa fome, que passa sede, que é massacrado, perseguido, morto lá na floresta, nas estradas, nas aldeias. Esse não existe. Para o mundo aqui fora, existe aquele indígena exótico: o que usa cocar, colar, que dança, que canta. Coisa para turista ver. Mas aquele outro que está lá na aldeia, esse sofre de uma doença que é a doença de ser invisível. De desaparecer. Ele quase não é visto. Tanto para o mundo do Direito, principalmente para o mundo do Direito, como ser humano. Ele desaparece. Ele se afoga nesse mar de burocracia, no mar de teorias da academia, ele é afogado no meio das palavras. Quando a academia, os estudiosos, entendem mais de indígena, de índio, que o próprio índio? Ele é individualizado pela própria academia

Almires Martins. Disponível em:
http://alice.ces.uc.pt/news/?p=4203. (Acesso: 23 02 2016). 
A
Para o mundo aqui fora, sempre houveram aqueles índios exóticos, que usa cocar, que dança, que canta.
B
Aquele outro índio, que está restrito à uma tribo qualquer das muitas que existem, não aparece, é invisível.
C
Nenhuma das histórias de índios chegou à preferência das salas de leitura da escola e das academias.
D
Alguma das academias mostram interesse por investigar a vida dos índios e o que faz bem à ela?
E
Quando haviam estudiosos interessados pela vida dos indígenas, começamos à compensar o tempo em que eles ficaram no esquecimento.
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CESMAC 2017 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Último sopro do romantismo brasileiro, a poesia “condoreira”, inspirada nos versos do poeta francês Victor Hugo, além de expressar sentimentos liberais e abolicionistas, se caracteriza por ser altissonante, hiperbólica, e por lançar mão dos recursos à antítese e à apóstrofe. Entre os nomes que produziram uma poesia condoreira, podemos assinalar o nome de qual poeta?

A
Gonçalves Dias.
B
João Cabral de Melo Neto.
C
Mário de Andrade.
D
Olavo Bilac.
E
Castro Alves.
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CESMAC 2017 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Machado de Assis escreveu nove romances. Dentre eles, Dom, Casmurro. Neste, um narrador — Bento Santiago — rememora e discorre sobre a sua infância e juventude, sobre o casamento com Capitu, a velhice e a solidão. Ainda sobre esse romance é podemos afirmar:

1) Dona Glória era a mãe de Bentinho.
2) Bentinho era muito namorador na infância.
3) Capitu pertencia a uma família de ricos proprietários de terra.
4) José Diaz era um agregado da família de Bentinho.
5) O filho de Bentinho e Capitu se chamava Ezequiel.

Estão corretas apenas:

A
1, 4 e 5
B
1, 2 e 3
C
1, 2 e 4
D
2, 3 e 5
E
3, 4 e 5
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CESMAC 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Os sertões, de Euclides da Cunha, foi publicado em 1902 e desde então se firmou como um dos mais importantes livros de interpretação do Brasil. Obra dividida em três partes — A Terra, O Homem e A Luta —, a obra de Euclides fixou por definitivo na imaginação dos brasileiros o sertão como um espaço geográfico seco, místico e avesso ao mundo moderno. Ainda sobre a obra de Euclides, é correto afirmar o que segue.

A
O livro retrata a Guerra das Emboabas.
B
O livro retrata a Guerra de Canudos.
C
O livro retrata a Guerra da Confederação do Equador.
D
O livro retrata a Guerra dos Mascates.
E
O livro retrata a Guerra dos Farrapos.
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CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise o seguinte trecho: “o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo”. Nesse trecho, mantendo seu modo de ver a cena descrita, o autor recorre:

TEXTO 1


Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’ (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar talhos e salvar essa vida? (...)

Desde que, adulto, comecei a escrever romance, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos de nosso posto.

(Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Globo: Porto Alegre. 1978). Fragmento.  

A
ao predomínio de se ter uma interpretação literal da linguagem.
B
ao expediente de se entender o sentido das palavras por analogia.
C
à tentativa de desmerecer as condições da vida social da época.
D
à mentalidade elitista de ver a escrita como um sistema superior à fala.
E
à alusão a comportamentos sociais fora da ética mais própria do cotidiano.
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CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O Texto 2 sintoniza com as concepções sociais que propõem:

Nós sempre fomos invisíveis. O povo indígena, os povos indígenas, sempre foram invisíveis para o mundo. Aquele ser humano que passa fome, que passa sede, que é massacrado, perseguido, morto lá na floresta, nas estradas, nas aldeias. Esse não existe. Para o mundo aqui fora, existe aquele indígena exótico: o que usa cocar, colar, que dança, que canta. Coisa para turista ver. Mas aquele outro que está lá na aldeia, esse sofre de uma doença que é a doença de ser invisível. De desaparecer. Ele quase não é visto. Tanto para o mundo do Direito, principalmente para o mundo do Direito, como ser humano. Ele desaparece. Ele se afoga nesse mar de burocracia, no mar de teorias da academia, ele é afogado no meio das palavras. Quando a academia, os estudiosos, entendem mais de indígena, de índio, que o próprio índio? Ele é individualizado pela própria academia

Almires Martins. Disponível em:
http://alice.ces.uc.pt/news/?p=4203. (Acesso: 23 02 2016). 
A
uma atuação humana em prol da vida natural.
B
a superioridade dos estudos acadêmicos.
C
a aceitação das descobertas científicas.
D
o fim de toda e qualquer discriminação.
E
a defesa da prevenção de doenças raras.
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CESMAC 2017 - Português - Análise sintática, Sintaxe

No fragmento seguinte: “Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror”, o entendimento coerente é de que há nesse fragmento um sentido de:

TEXTO 1


Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’ (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar talhos e salvar essa vida? (...)

Desde que, adulto, comecei a escrever romance, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos de nosso posto.

(Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Globo: Porto Alegre. 1978). Fragmento.  

A
causalidade.
B
condição.
C
comparação.
D
concessão.
E
adição.
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CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para manter a estratégia escolhida para seu texto, o segundo parágrafo do fragmento em análise pode ser entendido como:

TEXTO 1


Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’ (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar talhos e salvar essa vida? (...)

Desde que, adulto, comecei a escrever romance, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos de nosso posto.

(Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Globo: Porto Alegre. 1978). Fragmento.  

A
um aviso, um esclarecimento.
B
um apelo, uma convocação.
C
uma advertência, uma promessa.
D
uma intimidação, uma chantagem.
E
uma promessa, uma ameaça.
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CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um aspecto do Texto 1 que o torna, de certa maneira relevante, e que toca a sensibilidade do leitor, é que o autor:

TEXTO 1


Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam ‘carneado’ (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar talhos e salvar essa vida? (...)

Desde que, adulto, comecei a escrever romance, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos de nosso posto.

(Érico Veríssimo. Solo de clarineta. Tomo I. Globo: Porto Alegre. 1978). Fragmento.  

A
recorre a uma linguagem erudita, fazendo uso de um vocabulário distante das situações informais.
B
permeia ou intercala, entre elementos narrativos, fragmentos de natureza claramente descritiva.
C
vai de uma simples narrativa até uma séria reflexão, pela exploração simbólica de uma cena trivial.
D
concentra a narrativa em um único personagem, assegurando, assim, a concisão esperada para esse tipo de texto.
E
reúne diferentes dados em um cenário apenas e recorre, de forma categórica, à ativação da memória do leitor.