Os acordos e as discussões sobre a definição das fronteiras
no sul do Brasil estenderam-se do período colonial ao Brasil
independente. Vários tratados, muitos deles não cumpridos,
foram assinados entre Portugal e Espanha, visando estabelecer
os limites entre as duas possessões no estuário do rio da Prata.
Com a Revolta dos Farrapos no Rio Grande do Sul, entre 1835
e 1845, a questão das fronteiras na região voltou à ordem do
dia, devido
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a questão trata da política de fronteiras no sul do Brasil durante a Revolta dos Farrapos (1835–1845) e da influência das relações políticas e militares entre os revoltosos e os países vizinhos, em especial o Uruguai.
Resumo teórico: após o período colonial permaneceram controvérsias sobre os limites no estuário do Prata (tratados como Madrid/1750 e San Ildefonso/1777 tentaram fixá‑los). No século XIX, a instabilidade regional — incluindo a Guerra Grande no Uruguai — fez com que a questão fronteiriça reaparecesse. Os farrapos buscaram apoio externo e houve intercâmbio político‑militar com grupos uruguaios, o que alarmou o Império e reativou preocupações sobre soberania e segurança das fronteiras.
Justificativa da alternativa A: a alternativa aponta corretamente que o reaparecimento do tema se deu por causa das relações políticas e militares dos revoltosos com países do cone sul, principalmente o Uruguai. Isso é histórico: os farrapos estabeleceram contatos e, por vezes, apoio logístico com facções uruguaias (no contexto da Guerra Grande), criando risco de intervenção e modificações territoriais. Portanto, a preocupação imperial era com alianças externas que pudessem legitimar ou fortalecer a República Rio‑Grandense.
Análise das alternativas incorretas:
B — incorreta: não houve uma política imperial de “extinção da economia do charque” direcionada a favorecer a pecuária uruguaia como causa da renovação das discussões fronteiriças. A crise do charque existia por concorrência, mas não explica a questão diplomático‑militar evocada no enunciado.
C — incorreta: mistura elementos verossímeis (importância econômica do charque) com uma conclusão exagerada (ameaça direta de anexação uruguaia). O problema central era político‑militar e diplomaticamente ligado às alianças, não apenas à pauta de exportações.
D — incorreta: não houve intervenção armada argentina visando “garantir a República Gaúcha”. A Argentina estava envolvida em suas próprias lutas internas e na Guerra Grande uruguaia, mas não atuou com esse objetivo específico.
E — incorreta: não houve formalmente uma união alfandegária entre Argentina e Uruguai com o governo rebelde gaúcho; havia acordos pontuais e apoios, mas não uma união aduaneira que explicasse o retorno do tema das fronteiras.
Estratégia de prova: ao ler enunciados sobre fronteiras e revoltas, foque nos atores mencionados (revoltosos, países vizinhos) e no tipo de relação (política, militar, econômica). Elimine alternativas que confundam causa e efeito ou que proponham soluções institucionais que não constam no contexto histórico.
Fontes e leituras recomendadas: obras de referência sobre a Revolta dos Farrapos e a diplomacia sul‑americana; ver também Boris Fausto, História do Brasil, e estudos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro sobre a região platina.
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