Questão ffdade34-b0
Prova:UEA 2012
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Na segunda metade do século XVII os rigores da política de restrições se acentuam de forma sensível. Tudo deveria fazer-se pelo Reino, que assim canalizava para si toda a nossa atividade comercial. Portugal se erigia em intermediário necessário dos nossos negócios externos. Sua maior fonte de lucros proveio do sistema de companhias privilegiadas, adotadas por essa época. Criou-se a primeira em 1647. Em 1682 é incorporada outra companhia, com maiores privilégios ainda, para o Estado do Maranhão. Sucessivamente vão aparecendo outras e outras companhias: Geral do Grão-Pará, Geral do Comércio de Pernambuco e Paraíba etc.

(Caio Prado Júnior. Evolução política do Brasil e outros estudos, 1961. Adaptado.)

Segundo o argumento e os dados apresentados por Caio Prado Júnior, as companhias

A
projetaram o Brasil como centro político e decisório do Império da Metrópole portuguesa.
B
aceleraram o processo de ruptura política e social da colônia com a Metrópole portuguesa.
C
tiveram como finalidade primeira evitar a ocupação holandesa da capitania de Pernambuco.
D
favoreceram os desenvolvimentos comerciais, sociais e culturais da colônia do Brasil.
E
permitiram à Metrópole o exercício de um controle mais estrito sobre a economia da colônia.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: política econômica colonial no século XVII — sistema de companhias privilegiadas e o fortalecimento do pacto colonial/mercantilista. É necessário entender que essas companhias eram órgãos criados pela Metrópole para controlar, monopolizar e fiscalizar o comércio colonial.

Resumo teórico: No contexto mercantilista, Portugal adotou companhias de comércio (monopólios e privilégios) para canalizar toda a atividade externa da colônia ao Reino, garantindo receitas, controle das rotas e exclusividade de comércio. Fonte relevante: Caio Prado Júnior, Evolução Política do Brasil; estudos sobre pacto colonial e mercantilismo.

Justificativa da alternativa E: O texto indica que “tudo deveria fazer-se pelo Reino” e que Portugal se tornou “intermediário necessário” por meio das companhias. Logo, essas empresas permitiram à Metrópole exercer controle mais estrito sobre a economia colonial — centralizando transações, cobrando impostos e estabelecendo monopólios. Por isso a E é correta.

Análise das incorretas:

A: Errada — as companhias reforçaram o papel subalterno da colônia ao ampliar o controle metropolitano, não transformaram o Brasil em centro decisório do Império.

B: Errada — ao contrário de acelerar ruptura, as medidas visavam integrar e controlar melhor a colônia; tensionamentos existiram, mas a função imediata foi fortalecer o domínio português.

C: Errada — a ocupação holandesa ocorreu nas décadas anteriores (anos 1620–1650); as companhias tinham finalidade fiscal e comercial, não primordialmente militar/defensiva.

D: Errada — embora tenham organizado o comércio, as companhias restringiram concorrência local e favoreceram interesses da Metrópole, não o desenvolvimento autônomo da colônia.

Dica de interpretação: foque em palavras-chave do enunciado (ex.: “canalizava para si”, “privilegiadas”, “intermediário”), que indicam monopólio e controle metropolitano — principal pista para escolher a E.

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