Questão ffd3615a-f0

Prova:Esamc 2019

Disciplina:Atualidades

Assunto:Economia Internacional na Atualidade, Economia na Atualidade, América Latina na Atualidade

Pequim é o grande credor da Venezuela. Ao longo da última década, emprestou-lhe quase 62 bilhões de dólares (233 bilhões de reais, pelo câmbio atual), segundo a Base de Dados do Financiamento China – América Latina do Diálogo Interamericano e Universidade de Boston. Uma soma que representa aproximadamente 40% do financiamento que Pequim concedeu a toda a América Latina. A maior parte é composta por créditos pagáveis em petróleo. E aproximadamente um terço, 20 bilhões (75 bilhões de reais), ainda está pendente de devolulução.

(China e Venezuela: uma relação baseada em dívidas. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/25/internacional/1548438622_696886.html. Acesso em: 09 mar. 2019, às 22h10)

Sobre as relações entre China e Venezuela, é correto afirmar que:

A China, como principal país socialista da atualidade, investe na Venezuela como forma de garantir a Revolução Permanente, princípio trotskista muito presente no nascimento do Partido Comunista Chinês.

A China, como grande potência global, faz investimentos em diversos países do mundo. O caso venezuelano é diferente por duas razões principais: as reservas de petróleo do país, e sua postura anti- estadunidense.

A Venezuela, como grande produtor agrícola, sempre foi parceira econômica da China. Depois do Brasil, a Venezuela é a maior exportadora de alimentos para o país asiático.

A Venezuela, como espelho chinês na América, sempre foi privilegiada nas relações econômicas, mesmo causando mais prejuízos do que lucros. A criação da OPEP, na década de 1970 está ligada ao sino-socialismo.

Ambos os países, como potências industriais socialistas, foram muito próximos durante a década de 1990, o que até hoje é evidenciado pelos acordos econômicos estabelecidos entre seus governos.

Gabarito comentado

Cassio Pimenta Monitor do Qconcursos

Tema central: A questão aborda a relação geopolítica e econômica entre China e Venezuela no contexto atual, destacando os interesses estratégicos chineses na América Latina, especialmente relativos ao petróleo e à postura política anti-EUA do governo venezuelano.

Explicação Didática: Nas Relações Internacionais, o conceito de realismo ofensivo (John Mearsheimer) esclarece que grandes potências, como a China, buscam ampliar sua influência e garantir recursos estratégicos – no caso, o petróleo venezuelano. A Venezuela se torna assim um parceiro fundamental por dois fatores centrais:

Reservas de petróleo: entre as maiores do mundo.
Postura antiestadunidense: desde Chávez, o governo venezuelano busca alianças fora da esfera de influência dos EUA.

Esses dois elementos justificam o forte investimento chinês no país, indo além de meros interesses ideológicos e focando em vantagens geopolíticas e econômicas.

Justificativa da alternativa correta (B): A alternativa B está correta por sintetizar, de forma objetiva, os dois principais motivos para o investimento chinês: riqueza petrolífera da Venezuela e seu distanciamento dos EUA. Essa análise dialoga com a geopolítica energética e o realismo ofesivo, principais conceitos para compreensão do tema.

Análise das alternativas incorretas:

A: Associa China ao trotskismo (Revolução Permanente), mas o país nunca adotou esse princípio, sendo guiado pelo pragmatismo e o socialismo à chinesa.
C: Afirma que Venezuela é grande exportadora agrícola para a China, o que é falso – sua pauta exportadora é centrada em petróleo, não alimentos.
D: Erra ao afirmar que a OPEP foi criada nos anos 1970 (criada em 1960) e associa, sem respaldo, ao sino-socialismo.
E: A aproximação política e econômica relevante ocorreu nos anos 2000, não nos anos 1990, além disso Venezuela não se coloca como “potência industrial socialista”.

Estratégias de interpretação: Evite generalizações (“sempre”, “espelho”) e conferira dados de contexto histórico e setores econômicos destacados nas alternativas.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!