Hoje, tudo que chamam de “reformas” constitui de fato um
conjunto de recuos sucessivos em matéria de direitos sociais,
de proteção aos assalariados, com privilégios para os
poderosos e prerrogativas ampliadas para o grande patronato.
Isso provoca no povo uma rejeição de qualquer ideia de
“reforma”, pois ele pressente que em nome dessa palavra
mágica vão lhe pedir novos sacrifícios.
DION, Jack. A esquerda esqueceu do povo (entrevista). In: Carta Capital.
Ano XXI. Nº 850.
O texto retrata a visão de uma corrente político-ideológica, que
tende a exercer o controle sobre a sociedade, denominada de
Gabarito comentado
Resposta correta: C — Neoliberalismo
Tema central: compreensão de uma corrente político‑ideológica associada a políticas que promovem reduções de direitos sociais, flexibilização das proteções trabalhistas e transferência de vantagens ao grande capital — ou seja, as “reformas” de caráter neoliberal.
Resumo teórico: o neoliberalismo defende a primazia do mercado, desregulamentação, privatizações, austeridade fiscal e enfraquecimento das proteções sociais e trabalhistas. Autores-chave: Milton Friedman (Capitalism and Freedom) e David Harvey (A Brief History of Neoliberalism). No Brasil, exemplos concretos foram a reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017) e a reforma da previdência (Emenda Constitucional 103/2019), associadas à agenda de redução de gastos e flexibilização.
Por que a alternativa C é a correta? O enunciado fala em “recuos sucessivos em matéria de direitos sociais”, perda de proteção aos assalariados e vantagens para o grande patronato — descrição clássica das consequências das políticas neoliberais. A rejeição popular às “reformas” também reflete a percepção de transferir sacrifícios para a maioria enquanto beneficia elites econômicas.
Análise das alternativas incorretas:
A — Comunismo: é uma ideologia que preconiza propriedade coletiva e ampliação dos direitos sociais — o oposto do que o texto descreve.
B — Democracia: é um regime político (sistema de governo), não uma corrente que, por si só, implica recuos de direitos sociais; democracias podem adotar políticas neoliberais, mas a palavra “democracia” não corresponde ao conjunto de práticas descritas.
D — Aristocracia: refere‑se ao governo por uma elite hereditária; não descreve especificamente políticas econômicas de desregulamentação e redução de direitos sociais modernas.
E — Socialismo: busca justamente ampliar direitos sociais e proteção dos trabalhadores, portanto contraria a ideia de “recuos sucessivos” apresentada.
Estratégia para gabaritar: ao ler o enunciado, destaque termos como “recuos em direitos sociais”, “proteção aos assalariados” e “prerrogativas para o grande patronato” — conecte essas consequências a ideologias/políticas conhecidas. Elimine alternativas que sejam antonímicas (socialismo/comunismo) ou catégories (democracia) que não respondem ao traço econômico indicado.
Fontes e leituras recomendadas: Milton Friedman, Capitalism and Freedom; David Harvey, A Brief History of Neoliberalism; textos legais citados (Lei nº 13.467/2017; EC 103/2019) como estudos de caso.
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