Leia a reportagem publicada acerca de problemas ocorridos em Salvador-BA.

As equipes de resgate já trabalham há mais de 18 horas na Comunidade do Barro Branco, na periferia de Salvador. Eles procuram sobreviventes em um desabamento de uma encosta sobre seis casas durante a madrugada.

A terra deslizou enquanto as famílias dormiam. Nem os vizinhos nem o Corpo de Bombeiros sabem dizer quantas pessoas ainda podem estar soterradas. [...] No bairro do Bom Juá (foto), que fica na periferia, a terra deslizou e cinco pessoas morreram. O temporal durou mais de dez horas e transformou Salvador em um caos. Parte da capital baiana ficou alagada e com trânsito travado. Muitas casas ficaram inundadas e as famílias perderam tudo. Em toda a cidade, foram mapeadas mais de 600 áreas de risco e 55 encostas ameaçam deslizar.

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As consequências das chuvas torrenciais na capital da Bahia expressam uma sobreposição da evolução histórica da cidade e da segregação do espaço. O fator que explica a catástrofe nas áreas periféricas dessa cidade é

a atração da cidade de Salvador, graças a sua dinâmica econômica, que trouxe numeroso contingente de população, que ocupou edificações dos programas sociais do governo federal, construídos em locais de menor valor.

o processo histórico de crescimento desordenado do espaço urbano de Salvador, primeira capital brasileira, que ocupou áreas de menor valor imobiliário, cujo contexto favorece ocorrências de deslizamentos e de enchentes.

o papel histórico exercido por Salvador que possibilitou o avanço de infraestruturas necessárias à reprodução do capital moderno que, por questões econômicas e políticas, incentivou a ocupação de áreas aptas à urbanização.

o papel polarizador da capital Salvador que, desde sua fundação, atraiu contingentes populacionais de todas as regiões do país, que ocuparam as encostas da Serra do Mar, pouco aptas à construção civil.

a polarização exercida por Salvador na rede de cidades do Nordeste, o que permitiu a atração do capital moderno e a migração da zona da mata piauiense e cearense, cujos moradores, expulsos pelas prolongadas estiagens, ocuparam áreas pouco aptas à construção civil.

Gabarito comentado

Giulia FernandesMonitor do Qconcursos

A ocorrência de desastres naturais em áreas urbanas, como as penetrações de encostas e enchentes, é um tema complexo que envolve uma série de fatores interligados, incluindo questões históricas, socioeconômicas, ambientais e de planejamento urbano. No caso de Salvador, a tragédia decorrente das chuvas torrenciais nas áreas periféricas destaca a vulnerabilidade das comunidades em regiões de risco, ressaltando a importância de entender a evolução da cidade ao longo do tempo e suas consequências para a população mais vulnerável. O crescimento desordenado, a ocupação irregular de áreas de encostas e a falta de infraestrutura adequada são elementos que contribuem para agravar os impactos dos eventos climáticos extremos.

Ao analisar as alternativas na questão, é evidente que a alternativa B se destaca como a resposta correta. O processo histórico de crescimento desordenado do espaço urbano de Salvador, ocupando áreas de menor valor imobiliário, cria um ambiente propício para ocorrências de penetrações e enchentes, aumentando a vulnerabilidade das áreas periféricas da cidade. Dados do IBGE e estudos sobre a urbanização de Salvador reforçam a influência desse fator na explicação das tragédias observadas após as chuvas intensas na região.

Alternativa A: Incorreta. A atração da cidade de Salvador devido à sua dinâmica econômica e a ocupação de edificações dos programas sociais do governo federal não são os principais fatores explicativos das tragédias ocorridas nas áreas periféricas após as chuvas torrenciais.

Alternativa B: Correta. O processo histórico de crescimento desordenado do espaço urbano de Salvador, ocupando áreas de menor valor imobiliário, é um fator crucial na explicação das tragédias nas áreas periféricas após as chuvas intensas.

Alternativa C: Incorreta. O papel histórico exercido por Salvador na promoção da infraestrutura e urbanização não é o fator principal que explica as catástrofes nas áreas periféricas da cidade.

Alternativa D: Incorreta. O papel polarizador de Salvador na atração de contingentes populacionais não é o fator determinante para as tragédias nas áreas periféricas após as chuvas intensas.

Alternativa E: Incorreta. A polarização exercida por Salvador na rede de cidades do Nordeste não é o principal fator explicativo das consequências das chuvas torrenciais nas áreas periféricas da cidade.

A compreensão dos fatores que contribuem para a vulnerabilidade das áreas periféricas diante de desastres naturais é essencial para implementar medidas eficazes de prevenção e mitigação. A resposta correta destaca o crescimento desordenado do espaço urbano como um dos principais fatores explicativos das tragédias ocorridas após as chuvas torrenciais.

Resposta: B

Gabarito do Professor: B

Referências bibliográficas:

Ministério do Desenvolvimento Regional. Atlas Brasil: Vulnerabilidade a Desastres Naturais. Disponível em: <https://www.mi.gov.br/>. Acesso em 4 de mar. de 2024.

Prefeitura Municipal de Salvador. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador. Disponível em: <https://www.sucom.ba.gov.br/>. Acesso em 4 de mar. de 2024.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estatísticas sobre o crescimento urbano e ocupação do solo em Salvador. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em 4 de mar. de 2024.