"Na manhã de 29 de novembro de 1807 circulou a informação de que a Rainha Maria I, o Príncipe Regente João e toda a corte portuguesa estavam fugindo para a colônia brasileira sob a proteção da Marinha Britânica".
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a Historia de Portugal e Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007, p. 45-49.
Sobre a fuga da família real portuguesa para o Brasil, considere as seguintes afirmações.
I. Além de fugir de Napoleão, a transferência para o Brasil era também importante em virtude da possibilidade de melhor explorar os recursos naturais e conquistar mão de obra.
II. Os planos de mudança da Corte Portuguesa para o Brasil apareciam sempre que o território brasileiro era ameaçado de invasão por outros países europeus.
Sobre as afirmações acima, assinale o correto.
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a Historia de Portugal e Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007, p. 45-49.
Sobre a fuga da família real portuguesa para o Brasil, considere as seguintes afirmações.
I. Além de fugir de Napoleão, a transferência para o Brasil era também importante em virtude da possibilidade de melhor explorar os recursos naturais e conquistar mão de obra.
II. Os planos de mudança da Corte Portuguesa para o Brasil apareciam sempre que o território brasileiro era ameaçado de invasão por outros países europeus.
Sobre as afirmações acima, assinale o correto.
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — Ambas são verdadeiras.
Tema central: a transferência da Família Real portuguesa para o Brasil (1807–1808). É um evento-chave para entender a reorganização política e econômica do Império português — fuga por pressão napoleônica, proteção britânica e mudança de foco administrativo e comercial para a Colônia.
Resumo teórico: a saída da Corte teve causa imediata (a invasão napoleônica a Portugal) e motivações estratégicas mais amplas. A presença da Corte no Rio fortalecia o controle sobre recursos, favoreceu a abertura dos portos às nações amigas (Decreto de 24/01/1808) e consolidou decisões para explorar e administrar melhor a colônia. Havia, ainda, medidas para garantir mão de obra e assegurar a economia açucareira e mineradora — preservando interesses metropolitanos.
Fontes: Laurentino Gomes (1808), decretos régios de 1808 (abertura dos portos), e estudos de historiadores como Isabel Lustosa e outros sobre a transferência e seus antecedentes. Essas obras mostram tanto o caráter urgente da fuga quanto os objetivos econômicos por trás da medida.
Justificativa da resposta (por que A): - Afirmação I: verdadeira — além do fator militar, a vinda da Corte buscou garantir o controle direto sobre riquezas coloniais, dinamizar o comércio imperial e manter formas de exploração (incl. mão de obra escrava) que sustentavam a economia lusitana. A abertura dos portos e a instalação de órgãos administrativos no Rio confirmam esse interesse econômico. - Afirmação II: verdadeira em sentido histórico — a ideia de deslocar a instituição régia para o Ultramar reaparecia em momentos de crise internacional. Embora 1807 seja o caso mais decisivo, a possibilidade de transferência era considerada sempre que havia risco severo à segurança monárquica ou ameaças no teatro europeu e atlântico; portanto, planos de contingência surgiam em tais conjunturas.
Análise das alternativas incorretas: - B (Ambas falsas): contraria o conjunto documental e interpretativo que mostra motivos econômicos e medidas administrativas posteriores à vinda da Corte. - C (I verdadeira, II falsa) e D (I falsa, II verdadeira): rejeitadas porque minimizam um dos elementos comprovados — tanto os motivos econômicos (I) quanto a recorrência de planos em crises (II) têm respaldo historiográfico.
Dica de interpretação para provas: identifique termos absolutos como “sempre” e coloque-os no contexto: aqui “sempre que” deve ser entendido como “em ocasiões de ameaça severa” (ou seja, em crises reais), não como rotina formal permanente. Cruzar o enunciado com eventos e decretos de 1808 ajuda a confirmar as respostas.
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