O acordo de paz imposto pelas grandes potências vitoriosas da I Guerra Mundial (EUA, Grã-Bretanha, França, Itália) à Alemanha ficou conhecido como:
“Era um objetivo absurdo, que trazia em si a derrota e que arruinou vencedores e vencidos; que
empurrou os derrotados para a revolução e os vencedores para a bancarrota e a exaustão física. Em
1940 a França foi atropelada com ridícula facilidade e rapidez por forças alemãs inferiores e aceitou
sem hesitação a subordinação a Hitler porque o país havia sangrado até quase a morte em 1914-8. A
Grã-Bretanha jamais voltou a ser a mesma após 1918, porque o país arruinara sua economia travando
uma guerra que ia muito além de seus recursos. Além disso, a vitória total, ratificada por uma paz
punitiva, imposta, arruinou as escassas possibilidades existentes de restaurar alguma coisa que
guardasse mesmo fraca semelhança com uma Europa estável, liberal, burguesa, como reconheceu de
imediato o economista John Maynard Keynes. Se a Alemanha não fosse reintegrada na economia
europeia, isto é, se não se reconhecesse e aceitasse o peso econômico do país dentro dessa
economia, não poderia haver estabilidade. Mas essa era a última consideração na mente dos que
tinham lutado para eliminar a Alemanha”.
Fonte: HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos: o breve do século XX: 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995, p. 38.
“Era um objetivo absurdo, que trazia em si a derrota e que arruinou vencedores e vencidos; que empurrou os derrotados para a revolução e os vencedores para a bancarrota e a exaustão física. Em 1940 a França foi atropelada com ridícula facilidade e rapidez por forças alemãs inferiores e aceitou sem hesitação a subordinação a Hitler porque o país havia sangrado até quase a morte em 1914-8. A Grã-Bretanha jamais voltou a ser a mesma após 1918, porque o país arruinara sua economia travando uma guerra que ia muito além de seus recursos. Além disso, a vitória total, ratificada por uma paz punitiva, imposta, arruinou as escassas possibilidades existentes de restaurar alguma coisa que guardasse mesmo fraca semelhança com uma Europa estável, liberal, burguesa, como reconheceu de imediato o economista John Maynard Keynes. Se a Alemanha não fosse reintegrada na economia europeia, isto é, se não se reconhecesse e aceitasse o peso econômico do país dentro dessa economia, não poderia haver estabilidade. Mas essa era a última consideração na mente dos que tinham lutado para eliminar a Alemanha”.
Fonte: HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos: o breve do século XX: 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995, p. 38.
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A — Tratado de Versalhes
1. Tema central e relevância
A questão trata da paz imposta após a Primeira Guerra Mundial e de seus efeitos políticos e econômicos na Europa — especialmente a imposição de condições punitivas à Alemanha. Esse conhecimento é recorrente em provas de História Geral porque conecta política internacional, economia e as causas da Segunda Guerra Mundial.
2. Resumo teórico e contextualização
O Tratado de Versalhes (1919) foi o acordo principal que encerrou a I Guerra Mundial entre as potências aliadas e a Alemanha. Incluiu cláusulas que impuseram: reparações financeiras elevadas, perda de territórios, limitação militar e a cláusula de culpa de guerra (art. 231). Economistas e historiadores — como John Maynard Keynes — criticaram o caráter punitivo do tratado por causar instabilidade econômica e alimentar ressentimentos que favoreceram a radicalização (fonte: Keynes, The Economic Consequences of the Peace; Hobsbawm, A Era dos Extremos).
3. Por que a alternativa A está correta
O enunciado refere-se explicitamente a uma “paz punitiva” imposta à Alemanha e ao consequente colapso econômico e político europeu — descrição que corresponde ao Tratado de Versalhes. A menção à necessidade de reintegrar economicamente a Alemanha também dialoga diretamente com críticas contemporâneas ao tratado.
4. Análise das alternativas incorretas
B — Tratado de Methuen: acordo comercial anglo-português (1703) sem relação com a I Guerra Mundial.
C — Tratado de Tordesilhas: acordo ibérico de 1494 que dividiu as terras ultramarinas entre Portugal e Espanha — contexto totalmente distinto (Era dos Descobrimentos).
D — Tratado de Latrão: acordos de 1929 entre Itália e a Santa Sé, tratando do status do Vaticano, não de uma paz pós‑guerra europeia ampla.
E — Tratado de Madri: existem vários tratados chamados “de Madri” em contextos anteriores e posteriores; nenhum refere‑se à paz punitiva de 1919 dirigida à Alemanha.
5. Estratégia para resolver a questão
Procure palavras-chave no enunciado: “paz punitiva”, “reparações”, “culpa” e referência direta às consequências para a Alemanha após 1918 — essas indicam o Tratado de Versalhes. Elimine opções anacrônicas ou de área temática distinta (comercial, religioso, colonial).
Fontes recomendadas: Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos; John Maynard Keynes, The Economic Consequences of the Peace; texto do Tratado de Versalhes (1919).
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