Punks, patricinhas, emos, metaleiros, surfistas, straight edges e tantas outras tribos, comunidades ou
movimentos que circulam pelas ruas das grandes cidades brasileiras nos ajudam a refletir sobre o dilema
que George Simmel já havia apontado como característico da modernidade: ser único ou pertencer a um
grupo, querer ser reconhecido como indivíduo e também como parte de um todo maior. As tribos
prometem, de certo modo, singularização e pertencimento: cada membro é diferente dos que não fazem
parte de seu grupo e ao mesmo tempo é igual aos outros membros da tribo. A sociabilidade urbana,
marcada pelo anonimato, possibilita que as pessoas se reinventem, se recriem, se reorganizem e socializem
da forma que escolherem. Bem-comportadas ou rebeldes, as tribos ostentam padrões estéticos que se
opõem às tendências mais amplas da sociedade. Isso transforma os indivíduos identificados em cada uma
delas em consumidores de produtos que os singularizam como membros de uma comunidade particular.
Existe, portanto, uma intenção que parte dos adeptos das tribos. Por outro lado, aqueles que não se
identificam com uma tribo urbana ou não aceitam os padrões propostos por ela podem rotular, estigmatizar
seus integrantes e até alimentar uma dinâmica de discriminação e preconceito contra eles. (BOMENY.
Helena, et al. Tempos Modernos, tempos de sociologia: Ensino Médio. São Paulo: Editora do Brasil, 2013.
p. 271).
Partindo-se da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa CORRETA.
Punks, patricinhas, emos, metaleiros, surfistas, straight edges e tantas outras tribos, comunidades ou movimentos que circulam pelas ruas das grandes cidades brasileiras nos ajudam a refletir sobre o dilema que George Simmel já havia apontado como característico da modernidade: ser único ou pertencer a um grupo, querer ser reconhecido como indivíduo e também como parte de um todo maior. As tribos prometem, de certo modo, singularização e pertencimento: cada membro é diferente dos que não fazem parte de seu grupo e ao mesmo tempo é igual aos outros membros da tribo. A sociabilidade urbana, marcada pelo anonimato, possibilita que as pessoas se reinventem, se recriem, se reorganizem e socializem da forma que escolherem. Bem-comportadas ou rebeldes, as tribos ostentam padrões estéticos que se opõem às tendências mais amplas da sociedade. Isso transforma os indivíduos identificados em cada uma delas em consumidores de produtos que os singularizam como membros de uma comunidade particular. Existe, portanto, uma intenção que parte dos adeptos das tribos. Por outro lado, aqueles que não se identificam com uma tribo urbana ou não aceitam os padrões propostos por ela podem rotular, estigmatizar seus integrantes e até alimentar uma dinâmica de discriminação e preconceito contra eles. (BOMENY. Helena, et al. Tempos Modernos, tempos de sociologia: Ensino Médio. São Paulo: Editora do Brasil, 2013. p. 271).
Partindo-se da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa CORRETA.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: tribos urbanas e o dilema moderno entre singularização e pertencimento. A questão trabalha conceitos de sociologia da cultura: identificação social, estilo como marca de grupo e processos de estigmatização/preconceito.
Resumo teórico (claro e progressivo):
George Simmel já abordou a tensão da modernidade entre ser indivíduo e integrar um coletivo (ver "The Metropolis and Mental Life", 1903). Tribos urbanas são formas contemporâneas de subculturas que oferecem singularidade (diferenciação) e pertencimento ao mesmo tempo — tema tratado também por autores como Dick Hebdige ("Subculture: The Meaning of Style") e por materiais didáticos como Bomeny et al. (Tempos Modernos, tempos de sociologia).
Justificativa da alternativa correta (C):
O enunciado afirma que membros de tribos exibem padrões estéticos que os distinguem e que "aqueles que não se identificam ... podem rotular, estigmatizar seus integrantes e até alimentar uma dinâmica de discriminação e preconceito". Logo, pertencer a uma tribo urbana de fato implica o risco de sofrer preconceito e discriminação. Isso torna a alternativa C coerente com o texto.
Análise das alternativas incorretas:
- A (errada): Afirma que tribos reproduzem padrões tradicionais. O texto diz o contrário: tribos ostentam padrões que se opõem às tendências mais amplas.
- B (errada): Nega relação entre intenção e participação. O texto explicita que há intenção por parte dos adeptos ao usar estilos que os singularizam — portanto existe relação.
- D (errada): Diz que a sociedade urbana não possibilita mudanças. O texto destaca justamente a sociabilidade urbana como espaço de reinvenção e reorganização.
- E (errada): Afirma aceitação pacífica de todos os comportamentos. Contrapõe-se ao trecho que menciona rotulação, estigma e discriminação.
Estratégia de prova: Busque palavras-chave no enunciado (por ex.: "opõem", "intenção", "rotular", "discriminação"). Elimine alternativas que contradizem explicitamente esses termos. Em textos sociológicos, atente para conceitos de subcultura, estigma e modernidade — eles costumam indicar a resposta.
Referências sugeridas: George Simmel, "The Metropolis and Mental Life" (1903); Dick Hebdige, "Subculture" (1979); BOMENY et al., Tempos Modernos, tempos de sociologia (2013).
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






