Questão f29cb2b8-6f
Prova:UEG 2010
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Período Entre-Guerras: Totalitarismos

Para Hegel, a razão é a relação interna e necessária entre as leis do pensamento e as leis do real. Assim, ela é a unidade entre a razão subjetiva e a razão objetiva. Hegel denominou essa unidade de espírito absoluto.
Dessa forma, um evento real pode expressar e ser resultado das ideias que o precedem. Um exemplo da objetivação dessas ideias é o seguinte evento:

A
a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, representando os ideais sionistas germânicos.
B
a Queda de Dom Pedro I do trono brasileiro, representando a crise do sistema colonial português..
C
a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, representando o ideal iluminista de igualdade social.
D
a coroação de Dom Pedro II no trono brasileiro, representando a vitória dos ideais puritanos de moral.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa C.

Tema central: trata-se da ideia hegeliana de que a razão (ou Espírito) se objetiva na história — isto é, eventos reais podem ser a expressão institucionalizada de ideias ou princípios que os precedem. Compreender Hegel e relacionar essa teoria a episódios históricos é essencial.

Resumo teórico (claro e progressivo): Hegel (ver: Fenomenologia do Espírito; Filosofia da História) entende a história como processo racional em que o espírito se realiza objetivamente. A objetivação implica que normas, instituições e líderes podem tornar concretas ideias dominantes (por exemplo, racionalidade, igualdade jurídica, secularização).

Justificativa da alternativa C: a subida de Napoleão Bonaparte expressou e institucionalizou muitos ideais trazidos pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa — centralização administrativa, igualdade jurídica perante a lei e reformas racionais do Estado. Prova concreta: o Código Civil Napoleônico (1804) secularizou e uniformizou direitos civis, promovendo princípios legalistas e meritocráticos associados ao Iluminismo. Assim, Napoleão pode ser visto como objetivação de ideias iluministas, alinhando-se ao conceito hegeliano.

Análise das alternativas incorretas:

A: Hitler não representou “ideais sionistas germânicos” — termo contraditório. Hitler promoveu nacionalismo extremo, racismo e antissemitismo, portanto a alternativa contém erro factual e conceitual.

B: a queda/abdicação de Dom Pedro I (1831) decorreu de crises políticas internas, pressão das cortes e conflitos liberais-conservadores; não é adequadamente interpretada como expressão direta da “crise do sistema colonial português” — o Brasil já havia rompido o vínculo colonial em 1822, e a explicação é anacrônica/insuficiente.

D: a coroação de Dom Pedro II não representa a “vitória dos ideais puritanos de moral”; o período imperial brasileiro envolveu arranjos políticos e sociais complexos, não uma simples hegemonia puritana. A associação é imprecisa e ideologicamente desalinhada.

Dica de interpretação para concursos: identifique o conceito filosófico-chave no enunciado (aqui: objetivação da razão) e procure a alternativa que ofereça correspondência histórica plausível e documentada (ex.: reformas legais de Napoleão). Descarte opções com erros factuais ou termos contraditórios.

Fontes sugeridas: Hegel — Fenomenologia do Espírito; Lectures on the Philosophy of History. Sobre Napoleão: estudos sobre o Código Napoleônico e a Revolução Francesa (ex.: análises introdutórias em manuais de História Moderna).

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