O açúcar foi a atividade mais rentável para a metrópole portuguesa e seus investidores nos primeiros
tempos da colônia. A escolha de tal produto decorreu:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: a formação da economia açucareira no Brasil colonial — por que o açúcar tornou‑se a atividade mais rentável no início da colonização e quais fatores permitiram esse modelo.
Resumo teórico: o ciclo do açúcar (séc. XVI–XVII) foi guiado por dois fatores essenciais: demanda alta e preços elevados no mercado europeu e a existência de know‑how agrícola e tecnológico trazido pelos portugueses, que já produziam açúcar em ilhas atlânticas (Madeira). Esses fatores aliados ao estabelecimento do latifúndio, do engenho (moenda, casas de purgar, fornos) e do uso massivo de mão de obra escrava africana explicam a alta rentabilidade. (Ver: Fausto, História do Brasil; Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo.)
Por que a alternativa E está certa: o açúcar era caro e muito demandado na Europa; além disso, a Coroa e os investidores portugueses possuíam experiência prévia na produção açucareira (Madeira) e nos processos industriais do engenho, o que facilitou a rápida implantação das plantações no litoral brasileiro. Assim, o sucesso não decorreu de um único elemento isolado, mas da combinação entre mercado favorável e técnica produtiva lusitana.
Análise das alternativas incorretas:
A — "do fim do monopólio por parte da Holanda": incorreta. A Holanda não foi responsável pelo fim de monopólios portugueses; ao contrário, durante a ocupação holandesa em Pernambuco (1624–1654) os holandeses impulsionaram e aprimoraram a produção, mas não criaram o motivo inicial da escolha do açúcar.
B — "do cultivo da cana impulsionar a ocupação do interior": incorreta. A cana‑de‑açúcar consolidou-se sobretudo na faixa litorânea (capitanias, engenhos), não sendo fator direto de ocupação do interior — esta ocorreu mais tarde, por outros ciclos (gado, ouro, bandeiras).
C — "do domínio dos indígenas sobre as técnicas": incorreta. Indígenas colaboraram como mão de obra em fases iniciais, mas não eram detentores da técnica industrial do engenho; a tecnologia e a organização produtiva foram trazidas pelos europeus.
D — "da necessidade de empregar mão de obra qualificada oriunda de Portugal": incorreta. A produção açucareira exigia grande trabalho manual, mas não mão de obra qualificada europeia; recorreu‑se massivamente a trabalhadores escravizados (inic. indígenas, depois africanos), não a técnicos portugueses em escala.
Dica de estratégia para provas: busque sempre as causas múltiplas (econômicas, técnicas e sociais). Identifique no enunciado palavras‑chave como "escolha decorreu" — isso pede causa(s) principal(is). Desconfie de alternativas que atribuem a um único fator quando a explicação histórica é combinada.
Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo.
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