“A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros combatem, e outros, enfim, trabalham.”
BISPO ADALBERON DE LAON, século XI, apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1984. p. 45-46.
A sociedade do período medievo possuía como uma de suas características a estrutura social extremamente rígida e segmentada. A sociedade dos homens era um reflexo da sociedade divina. Essa estrutura é uma herança da filosofia
BISPO ADALBERON DE LAON, século XI, apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1984. p. 45-46.
A sociedade do período medievo possuía como uma de suas características a estrutura social extremamente rígida e segmentada. A sociedade dos homens era um reflexo da sociedade divina. Essa estrutura é uma herança da filosofia
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa A
Tema central: trata-se da estrutura tripartida da sociedade medieval — oratores, bellatores e laboratores — e de sua origem intelectual. A pista-chave do enunciado é que a sociedade “era reflexo da sociedade divina”, indicando uma explicação de matriz cristã antiga, não uma teoria moderna ou puramente filosófica grega.
Resumo teórico: Na Idade Média, a Patrística (padres da Igreja como Santo Agostinho) fundamentou a visão de mundo cristã que ligava ordem social e ordem divina. Obras como De civitate Dei (Santo Agostinho) e textos patrísticos forneceram modelos de hierarquia e finalidade que legitimavam uma sociedade estratificada. O conceito dos três estados (orantes, combatentes, trabalhadores) aparece em autores medievais e é citado por historiadores como Jacques Le Goff (A civilização do ocidente medieval).
Justificativa da alternativa A: Santo Agostinho e a patrística ofereceram a visão cristã de ordem e hierarquia que legitima a sociedade medieval como reflexo da ordem divina. Por isso, a afirmação do enunciado é herdeira da patrística — logo, a alternativa A é correta.
Análise das alternativas incorretas:
B — Escolástica, de Abelardo: A escolástica (método teológico-filosófico medieval) desenvolveu-se depois e buscou conciliar fé e razão; Abelardo é figura da escolástica, mas a justificativa religiosa hierárquica da sociedade vem antes, da patrística, não da escolástica.
C — Racionalista, de Platão: Platão propôs uma divisão tripartida da alma e uma sociedade ideal na República, porém essa não é a fonte direta da explicação cristã medieval que vincula ordem social à ordem divina; além disso, caracterizar Platão como "racionalista" no sentido moderno é impreciso para o contexto medieval.
D — Dialética, de Hegel: Hegel é filósofo do século XIX; sua dialética é tardia e totalmente anacrônica para explicar uma estrutura social medieval. Portanto, não se aplica.
Dica de interpretação para provas: Procure palavras-chave históricas (ex.: "sociedade divina", "medieval") e relacione-as a correntes intelectuais da Época (patrística → Igreja antiga; escolástica → Alta Idade Média/Universidade; Hegel → moderno). Isso evita armadilhas anacrônicas.
Fontes sugeridas: Santo Agostinho, De civitate Dei; Le Goff, Jacques, A civilização do ocidente medieval (1984).
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