O projeto português de promover a ocupação e o desenvolvimento da colônia por meio das capitanias
hereditárias não atingiu os seus objetivos por razões diversas. Identifique entre as opções abaixo aquela
que apresenta as capitanias bem sucedidas e a justificativa para a prosperidade do empreendimento na
ótica dos portugueses.
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
1. Tema central: o enunciado trata das capitanias hereditárias — sistema português (1534) para colonizar o Brasil — e pede identificar as poucas capitanias bem‑sucedidas segundo a ótica metropolitana. É fundamental entender que a análise exige foco na lógica econômica portuguesa: quais atividades geravam lucro exportável?
2. Resumo teórico: As capitanias foram doadas a donatários para exploração e povoamento. A maior parte fracassou por falta de recursos, hostilidade indígena, isolamento e ausência de mercados. Exceções obtiveram êxito quando implementaram uma economia voltada para exportação: notadamente a agroindústria açucareira (engenhos, monocultura da cana, trabalho escravo africano), que garantia retornos e integração ao mercado atlântico.
3. Fontes sugeridas: manuais de História do Brasil e obras clássicas sobre o período (ex.: Caio Prado Júnior; Sérgio Buarque de Holanda) e artigos acadêmicos sobre colonização portuguesa e economia açucareira. Para provas, consulte também bibliografias indicadas por editais e compêndios de história colonial.
4. Justificativa da alternativa B: Pernambuco tornou‑se o centro da produção açucareira no Nordeste, com solos e clima favoráveis, implantação de engenhos e uso intensivo de mão de obra escrava — elementos valorizados por Portugal por gerarem exportação. São Vicente (região de Santos/São Paulo) foi uma das primeiras capitanias a obter sucessos iniciais, também ligados à produção de açúcar e ao comércio costeiro. Assim, ambas representam capitais bem‑sucedidas na óptica metropolitana por produzirem bens exportáveis e lucros.
5. Por que as outras alternativas estão incorretas?
A — Espírito Santo e São Tomé: Espírito Santo não foi destaque econômico no período das capitanias; "São Tomé" é confuso (ilha africana) e não representa capitania brasileira próspera. Pegadinha: nomes parecidos, mas não correspondem ao eixo açucareiro.
C — Ceará e Maranhão: a pecuária só se consolidou mais tarde e em áreas específicas; não foi o motor de riqueza exportável imediato que justificaria sucesso metropolitano das capitanias iniciais.
D — Rio Grande e Itamaracá: não há fundamento de que essas capitanias tenham prosperado por abastecerem outras com escravos indígenas. O tráfico atlântico de escravos africanos tornou‑se predominante; além disso, essas capitanias não foram as mais prósperas.
E — Bahia de Todos os Santos e Porto Seguro: Salvador (Bahia) tornou‑se capital administrativa, mas Porto Seguro foi apenas local de chegada de Cabral; a justificativa mistura funções e lugares indevidamente. A fórmula “sede do poder metropolitano” não explica prosperidade econômica das capitanias no sentido pedido.
Dica de prova: identifique termos‑chave do enunciado ("ótica dos portugueses", "prosperidade"): pense em economia de exportação (açúcar). Use eliminação rápida: descarte opções com nomes errados ou justificativas anacrônicas.
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