Analise as afirmações a seguir.
I - O pronome “lo”, no segundo parágrafo, substitui a expressão “prazer de ler”, do mesmo parágrafo;
o pronome “los”, no terceiro parágrafo, retoma a palavra “livros”, do mesmo parágrafo.
II - Os vocábulos “compartilhá-los” e “perdê-los” recebem acento gráfico com base na mesma regra
ortográfica; o mesmo ocorre com “empréstimo” e” vítima”.
III - Se o vocábulo “leitura”, no segundo parágrafo, fosse substituído por “arte”, as condições para a
ocorrência de crase seriam mantidas.
Quais são corretas?
O prazer e o risco de emprestar um livro
“Empresto até dinheiro, mas não me peça meus livros.” Perdi a conta de quantas vezes ouvi amigos
repetirem essa frase e muitas de suas variações. Alguns diziam o mesmo sobre os CDs, quando o CD ainda
existia. O mundo mudou. As coleções de CDs acumulam poeira e, hoje em dia, é difícil achar alguém que
queira pegar um deles emprestado. Para os leitores, a vida mudou pouco. Nunca vi alguém pedir um Kindle
emprestado. Mas enquanto tivermos livros impressos - e os temos aos montes -, nos veremos frequentemente
diante dessa questão: emprestar ou não emprestar?
A decisão de emprestar um livro é em sua natureza um gesto de amor à leitura. O prazer de ler é tão
grande que precisamos compartilhá-lo. Nada mais frustrante do que terminar uma história incrível e não ter
com quem conversar sobre ela. Emprestar um livro é buscar companhia num mundo em que os leitores
infelizmente ainda são minoria.
Quem é contra o empréstimo de livros costuma ter um argumento forte para justificar sua postura: por
mais que confiemos em quem pediu o livro emprestado, há uma enorme chance de que o livro não seja
devolvido. O mundo fora da estante é perigoso. Mesmo ambientes aparentemente seguros escondem
armadilhas. Já fui vítima de uma delas. Pouco depois do lançamento de A visita cruel do tempo, de Jennifer
Egan, deixei meu exemplar com um colega de trabalho. Ele gostou tanto do romance quanto eu. Animados
com a nossa conversa, outros colegas se interessaram pela obra. O livro passou de mão em mãos e o perdi
de vista. Não posso dizer que o revés foi inesperado. Outros livros tiveram um destino parecido. Continuo a
emprestar livros, mesmo correndo o risco de perdê-los. Gosto de saber que meu exemplar de A visita cruel dotempo foi parar nas mãos de um leitor misterioso, em vez de acumular poeira em minha estante. [...] (adaptado).
VENTICINQUE, Danilo. Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/04/o-prazer-e-o-risco-debemprestar-um-livrob.html>.
Acesso em: 5 abr. 2014
O prazer e o risco de emprestar um livro
“Empresto até dinheiro, mas não me peça meus livros.” Perdi a conta de quantas vezes ouvi amigos repetirem essa frase e muitas de suas variações. Alguns diziam o mesmo sobre os CDs, quando o CD ainda existia. O mundo mudou. As coleções de CDs acumulam poeira e, hoje em dia, é difícil achar alguém que queira pegar um deles emprestado. Para os leitores, a vida mudou pouco. Nunca vi alguém pedir um Kindle emprestado. Mas enquanto tivermos livros impressos - e os temos aos montes -, nos veremos frequentemente diante dessa questão: emprestar ou não emprestar? A decisão de emprestar um livro é em sua natureza um gesto de amor à leitura. O prazer de ler é tão grande que precisamos compartilhá-lo. Nada mais frustrante do que terminar uma história incrível e não ter com quem conversar sobre ela. Emprestar um livro é buscar companhia num mundo em que os leitores infelizmente ainda são minoria.
Quem é contra o empréstimo de livros costuma ter um argumento forte para justificar sua postura: por mais que confiemos em quem pediu o livro emprestado, há uma enorme chance de que o livro não seja devolvido. O mundo fora da estante é perigoso. Mesmo ambientes aparentemente seguros escondem armadilhas. Já fui vítima de uma delas. Pouco depois do lançamento de A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan, deixei meu exemplar com um colega de trabalho. Ele gostou tanto do romance quanto eu. Animados com a nossa conversa, outros colegas se interessaram pela obra. O livro passou de mão em mãos e o perdi de vista. Não posso dizer que o revés foi inesperado. Outros livros tiveram um destino parecido. Continuo a emprestar livros, mesmo correndo o risco de perdê-los. Gosto de saber que meu exemplar de A visita cruel dotempo foi parar nas mãos de um leitor misterioso, em vez de acumular poeira em minha estante. [...] (adaptado).
VENTICINQUE, Danilo. Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/04/o-prazer-e-o-risco-debemprestar-um-livrob.html>.
Acesso em: 5 abr. 2014
Gabarito comentado
Gabarito: E
Tema central: A questão aborda aspectos fundamentais da gramática normativa, com foco em colocação pronominal, acentuação gráfica e uso da crase. Também exige interpretação textual para identificar pronomes referenciais.
Análise detalhada das afirmações:
I – Correta. O pronome “lo”, em compartilhá-lo, retoma “prazer de ler”. Já “los”, em perdê-los, remete a “livros”. Essa coesão pronominal é essencial para a clareza textual. Essa relação precisa entre referente e pronome é um dos pilares da coesão textual, como destaca Celso Cunha.
II – Correta. As formas “compartilhá-los” e “perdê-los” recebem o mesmo acento gráfico segundo a regra: quando o verbo termina em “r”, “s” ou “z” e recebe pronome “o(s)” ou “a(s)”, elimina-se a consoante final e usa-se acento circunflexo. Exemplos: “perder + os = perdê-los”. Já “empréstimo” e “vítima” são palavras proparoxítonas e, pela regra geral, todas as proparoxítonas são acentuadas (Gramática de Bechara). Logo, ambas seguem regras ortográficas idênticas no grupo.
III – Correta. A troca de “leitura” por “arte” mantém a crase: “amor à leitura” → “amor à arte”. A crase surge da fusão da preposição “a” (exigida por “amor”) com o artigo feminino “a” (que antecede substantivos femininos). Como ambos são femininos e aceitam artigo, a condição permanece, segundo Celso Cunha & Lindley Cintra.
Estrategicamente: Observe sempre o referente dos pronomes no texto, a origem do acento gráfico em verbo + pronome e, ao analisar crase, pense se o novo substantivo feminino também aceitaria artigo.
Alternativas incorretas: Todas as alternativas que excluem algum item estão erradas porque cada afirmação é comprovadamente correta de acordo com a norma-padrão da língua (confirme em Bechara e Cunha & Cintra).
DICA DE PROVA: Fique atento a pronomes, acentuação em verbos com enclítico e às estruturas fixas que exigem crase. Detecte no texto os referentes antes de responder!
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