Questão edccf52f-df
Prova:UFRN 2009
Disciplina:História
Assunto:Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil

O fragmento textual abaixo remete a uma conjuntura da história brasileira no século XIX. “Quando se sabe que muitas das antigas queixas das províncias se voltavam contra a centralização monárquica, pode parecer estranho o surgimento de tantas revoltas nesse período. Afinal de contas, [se] procurava dar alguma autonomia às Assembléias Provinciais e organizar a distribuição de rendas entre o governo central e as províncias. Ocorre porém que, agindo nesse sentido, [...] acabaram incentivando as disputas entre elites regionais pelo controle das províncias cuja importância crescia. Além disso, o governo perdera a aura de legitimidade que bem ou mal tivera enquanto um imperador esteve no trono”.

FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: EDUSP, Imprensa Oficial do Estado, 2002. p. 89.

Nesse fragmento, o historiador Boris Fausto refere-se às

A
rebeliões regenciais, que se opunham à pretensão de D. Pedro I de unir as coroas portuguesa e brasileira, o que implicaria a recolonização do Brasil por Portugal.
B
revoltas militares decorrentes do fortalecimento do Exército após a Guerra do Paraguai, um dos principais fatores para que se abreviasse o regime monárquico brasileiro.
C
rebeliões de independência que eclodiram em Minas Gerais e na Bahia após a chegada da Família Real, em 1808, e que ameaçaram seriamente a unidade política nacional.
D
revoltas provinciais, após a renúncia do Imperador D. Pedro I, em 1831, que significaram uma ameaça à centralização do poder e à unidade política do Império.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: o texto trata das revoltas provinciais ocorridas durante a Regência (após a abdicação de D. Pedro I em 1831), quando medidas de descentralização e a perda de legitimidade imperial estimularam conflitos regionais.

Resumo teórico: com a renúncia de D. Pedro I (1831) instalou‑se a Regência. Para apaziguar tensões foram criadas ou reforçadas as Assembleias Provinciais e, em 1834, o Ato Adicional ampliou autonomia provincial. Isso, porém, intensificou a disputa entre elites locais e fragilizou a autoridade central, provocando revoltas importantes — ex.: Cabanagem (Pará), Farroupilha/Ragamuffin (RS), Balaiada (MA), Sabinada (BA). (Fonte: Boris Fausto, História concisa do Brasil; Ato Adicional de 1834.)

Por que a alternativa D é correta: o fragmento fala exatamente do processo de descentralização e da perda de “aura de legitimidade” do poder imperial, fenômenos característicos da Regência que explicam as revoltas provinciais da década de 1830. A descrição casa com a interpretação consagrada em Fausto e outros historiadores.

Análise das alternativas incorretas:

A — confunde períodos e motivações: refere‑se a suposta oposição à união das coroas por D. Pedro I e recolonização, narrativa incorreta para o contexto do trecho, que aponta a crise regencial pós‑1831.

B — desloca o foco para o pós‑Guerra do Paraguai (década de 1870) e acusações sobre fortalecimento militar; embora o Exército tenha crescido, essa explicação refere‑se a fatores do fim do Império (1889), não ao processo de 1830–1840 citado no texto.

C — mistura eventos da vinda da Família Real (1808) com rebeliões de independência; as rebeliões citadas não correspondem ao quadro descrito no trecho, nem têm o efeito de “provocar disputas entre elites provinciais” detalhado pelo autor.

Dica de interpretação: busque no enunciado palavras‑chave (Assembléias Provinciais, perda de legitimidade, período após abdicação) e relacione a cronologia: abdicação 1831 → Regência → Ato Adicional 1834 → revoltas provinciais.

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