Os europeus estavam convencidos de que a África seria um grande mercado para os produtos de sua indústria a partir do momento que se civilizasse, isto é, que adotasse as crenças, os valores e os modos de vida dominantes na Europa. Contavam para isso com a ação dos missionários cristãos e dos comerciantes europeus.

(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.)

O texto expõe a combinação de estratégias e interesses europeus na colonização da África, a partir do final do século XVIII. Entre essas estratégias, é correto citar

Alternativa correta: C

Tema central: o enunciado trata das estratégias europeias de colonização da África (final do século XVIII / XIX), destacando a combinação entre ação missionária, expansão comercial e discursos de superioridade cultural. Para responder é preciso reconhecer conceitos de imperialismo, missionarismo e racismo científico.

Resumo teórico: A expansão imperial europeia apoiou-se em três pilares interligados: interesses econômicos (mercados e matérias‑primas), ações culturais/religiosas (missionários que "civilizavam") e justificativas ideológicas (doutrinas de superioridade racial e civilizacional). A Conferência de Berlim (1884–85) organizou a partilha formal do continente, enquanto missionários e comerciantes preparavam o terreno cultural e econômico. Fontes úteis: Alberto da Costa e Silva (A África explicada aos meus filhos, 2008); discussões sobre imperialismo em John Darwin e análises do discurso colonial em Edward Said (Orientalism).

Por que a alternativa C é correta: ela menciona catequização (atividade missionária) e a difusão de discursos de supremacia racial e cultural. Essas práticas foram centrais para justificar e viabilizar a incorporação de territórios africanos ao sistema colonial: os missionários promoviam a conversão e a "civilização", enquanto ideologias racistas legitimavam dominação política e econômica.

Análise das alternativas incorretas:

A: Falsa — a colonização não visava respeitar tradições locais; ao contrário, buscava substituir práticas e integrar populações aos valores europeus.

B: Falsa — embora tenha havido negociação com alguns líderes locais, o objetivo não era promover democracia; sim estabelecer controle econômico e político europeu.

D: Falsa e excessiva — houve violência e guerras coloniais, mas não o emprego sistemático de "armas de destruição em massa" como estratégia característica da expansão colonial dessa época.

E: Falsa — o sincretismo ocorria de modo complexo e muitas vezes resistente, mas os colonizadores não o endossavam formalmente; o foco era a conversão cristã e o estabelecimento de laços comerciais e administrativos, não a promoção diplomática igualitária.

Dica de interpretação: procure palavras-chave no enunciado ("missionários", "civilizasse", "mercado") que apontam para ação missionária + justificação ideológica. Elimine alternativas que invertam a relação de poder (respeito, democracia, endosso) ou que introduzam elementos exagerados e anacrônicos (armas de destruição em massa).

Fontes citadas: Alberto da Costa e Silva, A África explicada aos meus filhos (2008); Conferência de Berlim (1884–85); Edward Said, Orientalism (1978).

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