Com a deposição de João Goulart (Jango) e a
implantação da ditadura militar, houve uma
reaproximação da política externa brasileira com os
Estados Unidos.
“Em maio de 1959, JK recebeu Fidel Castro no Rio de
Janeiro e homenageou o líder da Revolução Cubana. Em
junho, no ato mais espetaculoso de seu governo, JK
rompeu negociações com o Fundo Monetário
Internacional (FMI), afirmando que o Brasil não era
‛mais o parente pobre relegado à cozinha’. Era o início de
uma política externa ‛desalinhada’ da dos Estados Unidos
– que acabou desembocando no golpe militar de 1964.
Com a posse de Jânio Quadros, em 1961, o Brasil
manteria a mesma postura da era JK. Jânio não apenas se
recusou a apoiar o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba
como – além de enviar Jango à China e à Alemanha
Oriental e saudar o astronauta soviético Gagárin – voltou
a homenagear Fidel e concedeu ao guerrilheiro Che
Guevara, em Brasília, a mais alta insígnia nacional: a
Ordem do Cruzeiro do Sul.” (FOLHA DE S. PAULO.
História do Brasil. Os 500 anos do país em uma obra
completa, ilustrada e atualizada. São Paulo: Publifolha
1997, p. 245). Com base nesse fragmento e em seus
conhecimentos sobre a História do Brasil Republicano,
assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: entendimento da mudança da política externa brasileira no contexto da Guerra Fria — antes do golpe (períodos JK e Jânio) houve momentos de “desalinhamento” em relação aos EUA; após a deposição de Jango (1964) a ditadura militar aproximou-se politicamente dos Estados Unidos.
Resumo teórico e contextualização: o golpe de 1964 instalou um regime militar que, em nome do anticomunismo, alinhou-se às posições dos EUA na América Latina. Isso se traduziu em cooperação militar, apoio diplomático nas instâncias internacionais e repúdio a regimes ou movimentos de inspiração socialista (ex.: hostilidade ao governo cubano). A política externa conhecida como “alinhada” reflete esse realinhamento dentro da lógica da Guerra Fria.
Justificativa da resposta correta: a alternativa afirma que, com a deposição de Jango e a ditadura, houve reaproximação com os EUA — o que é historicamente verdadeiro. Exemplos que sustentam essa conclusão: intensificação da cooperação militar, recebimento de apoio político-econômico dos EUA, e participação brasileira em ações regionais anticomunistas ao longo das décadas de 1960–1970. Autoridades acadêmicas como Thomas E. Skidmore e organismos de pesquisa (CPDOC/FGV) tratam esse período como de alinhamento pró‑estadunidense no plano internacional.
Análise da alternativa incorreta (E): a alternativa “Errado” estaria equivocada porque ignora o salto político-ideológico ocorrido após 1964; em vez de manter o “desalinhamento” dos anos JK/Jânio, o novo regime buscou legitimidade e assistência no bloco ocidental, aproximando-se dos EUA.
Dica de resolução de questões: identifique os marcadores temporais (1964) e o contexto (Guerra Fria). Pergunte-se: quem controlava a política externa após o evento? Compare as ações concretas (alianças, diplomacia, acordos) com o enunciado — isso evita confundir posturas anteriores (JK/Jânio) com a postura da ditadura.
Fontes sugeridas: Thomas E. Skidmore, obras sobre Brasil republicano; CPDOC/FGV — dossiês sobre 1964 e política externa; artigos sobre América Latina na Guerra Fria.
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