Nas últimas décadas, o modelo tradicional de família sofreu profundas alterações. Crianças acostumaram-se a ter duas casas por causa do divórcio dos pais. Mães e pais solteiros começaram a tornar-se comuns. Mulheres entraram no mercado de trabalho e passaram a sustentar suas casas. Casais homossexuais saíram do armário e adotaram filhos... Nos próximos 20 anos, segundo vários pesquisadores, a tendência é que esses novos modelos familiares se consolidem. Todos eles.
Tendo por base as informações apresentadas e as análises sociológicas contemporâneas sobre a instituição Família, é correto afirmar:
Nas últimas décadas, o modelo tradicional de família sofreu profundas alterações. Crianças acostumaram-se a ter duas casas por causa do divórcio dos pais. Mães e pais solteiros começaram a tornar-se comuns. Mulheres entraram no mercado de trabalho e passaram a sustentar suas casas. Casais homossexuais saíram do armário e adotaram filhos... Nos próximos 20 anos, segundo vários pesquisadores, a tendência é que esses novos modelos familiares se consolidem. Todos eles.
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa B
Tema central: A questão trata da transformação da família na modernidade e dos fatores sociais que explicam novos arranjos familiares (divórcio, uniões homoafetivas, mães solo, dupla residência de crianças etc.). Exige compreender que famílias mudam por transformações sociais — especialmente nas relações de gênero — e não por um simples “enfraquecimento” da instituição.
Resumo teórico (sintético): Sociologia contemporânea vê a família como uma instituição dinâmica, sujeita a mudanças por urbanização, aumento da escolaridade feminina, entrada da mulher no mercado de trabalho, alteração nas normas de gênero, individualização e avanços em direitos civis. Autores importantes: Anthony Giddens (The Transformation of Intimacy, 1992) e Ulrich Beck (Risk Society) discutem a individualização; Kath Weston (Families We Choose, 1991) aborda famílias escolhidas. Dados empíricos (IBGE/PNAD) relacionam queda da fecundidade a educação, contracepção e inserção feminina no trabalho, não apenas ao “enfraquecimento” da família.
Por que a alternativa B é correta: A alternativa afirma que transformações nas relações de gênero influenciaram os novos modelos familiares. Isso é consistente com a literatura: a redefinição de papéis masculino/feminino, a autonomia feminina (educação e trabalho) e a luta por igualdade possibilitaram arranjos como mães chefes de família, adiamento do casamento, coabitação, uniões homoafetivas e adoções. Logo, trata-se de um dos fatores causais reais e bem documentados.
Análise das alternativas incorretas:
A — Afirma relação causal direta: “baixa fecundidade é decorrente do enfraquecimento da família.” Incorreto: a queda da fecundidade resulta de múltiplos fatores (educação feminina, métodos contraceptivos, urbanização, custo de filhos), não de um simples enfraquecimento institucional.
C — Diz que as mudanças demonstram que a família está enfraquecida. Incorreto: a visão majoritária é de transformação/pluralização e não de desaparecimento; a família se reconfigura em formas diversas, mantendo funções sociais (reprodução, socialização, apoio afetivo).
D — Afirma que associação de amigos não pode ser considerada família. Incorreto: conceitos contemporâneos de “família de escolha” reconhecem que laços não parentais podem cumprir funções familiares (afeto, cuidado, coabitação), especialmente em contextos onde laços biológicos não são suficientes.
Estratégia para provas: Prefira alternativas que indiquem fatores sociais complexos (como gênero, trabalho, educação) e desconfie de enunciados absolutos ou causais simplistas. Procure autores e dados empíricos que respaldem a afirmação.
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