Questão e4a4d5df-0b
Prova:UECE 2021
Disciplina:História
Assunto:Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

Atente para o seguinte trecho sobre a origem da palavra “índio”:

“[...] O nascimento desse termo, aplicado às populações americanas, originou-se em um erro do navegador Cristóvão Colombo. [...] ao desembarcar na América, Colombo acreditou ter alcançado sua meta inicial e chegado à Ásia. Passou então a chamar todos os habitantes das ilhas caribenhas nas quais aportou de índios. Apesar desse equívoco ter sido logo percebido pelos europeus, o termo continuou a ser utilizado indiscriminadamente em referência a todos os povos americanos”.

SILVA, K. V.; SILVA, M.H. Dicionário de conceitos históricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2009.

A continuidade do uso do termo “índio” para designar a população que habitava o Brasil antes da chegada do europeu deve-se

A
ao desinteresse da maioria dos colonizadores pela diversidade cultural, devido ao preconceito em relação a indivíduos de cultura indígena.
B
à incapacidade dos dominadores europeus em identificar e registrar as diferenças culturais e etnográficas dos povos americanos.
C
ao fato de que os nativos do novo mundo pertencem a um único grupo étnico que tem cultura e língua comuns.
D
ao respeito às culturas dos povos das Índias orientais que possuem características idênticas às dos nativos brasileiros.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: a pergunta trata da origem e da permanência da palavra “índio” para designar os povos indígenas das Américas e pede que identifique a razão histórica dessa continuidade. É preciso relacionar o erro inicial de Colombo com as atitudes coloniais que naturalizaram termos imprecisos por meio de preconceito, generalização e desvalorização cultural.

Resumo teórico: embora o termo tenha surgido por engano (Colombo acreditou ter chegado às Índias), sua manutenção decorre da postura dos europeus colonizadores: simplificação administrativa, missionária e econômica combinada com preconceito etnocêntrico. Em vez de investigar ou reconhecer a diversidade cultural e linguística dos povos americanos, muitos colonizadores generalizaram e impuseram categorias que facilitaram dominação e exploração. (Ver: SILVA, K. V.; SILVA, M. H., Dicionário de conceitos históricos, Contexto, 2009.)

Por que a alternativa A está certa: ela aponta o desinteresse por reconhecer a diversidade indígena e o preconceito contra culturas indígenas — fatores centrais que explicam por que um termo errado permaneceu. O uso continuado foi social e politicamente conveniente para colonizadores que não valorizavam as diferenças e buscavam categorias amplas para governar e catequizar.

Análise das alternativas incorretas:

B — Afirma "incapacidade" dos europeus em identificar diferenças. Incorreto: os colonizadores muitas vezes reconheceram e registraram diferenças, mas as desprezaram por interesses práticos e ideológicos; não foi falta de percepção, foi negligência e hierarquização cultural.

C — Diz que os nativos formam um único grupo étnico com língua e cultura comuns. Falso: as Américas abrigavam centenas de povos com línguas e culturas distintas — afirmar homogeneidade é erro factual e ideológico.

D — Atribui a continuidade à "respeito" por culturas das Índias orientais com características idênticas. Errado e anacrônico: não houve respeito nem identidade cultural entre indianos das Índias orientais e povos americanos; o termo nasceu de engano e foi imposto por europeu, não por equivalência cultural real.

Dica de prova: procure palavras-chave no enunciado — aqui, “continuidade” e “designar” pedem uma explicação sociocultural (atitude/ideologia), não uma falha técnica de registro ou uma realidade étnica homogênea.

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