No Ocidente europeu medieval, a palavra latina “servus” designava a maior parte dos trabalhadores rurais, cuja condição se diferenciava da condição dos escravos da Antiguidade Romana. Na época feudal, esses trabalhadores

Resposta correta: Alternativa D

Tema central: trata-se da condição do servus (servo) na Europa medieval — o trabalhador rural não era um escravo romano, mas um camponês juridicamente não livre, vinculado à terra e ao senhor senhorial. Compreender essa distinção é essencial para questões sobre feudalismo e sociedade rural.

Resumo teórico (claro e progressivo): no regime senhorial, o senhor detinha direitos sobre a terra (dominium) e os camponeses que a cultivavam prestavam serviços e pagavam rendas. Os servos recebiam parcelas de terra para seu uso (tenure, mansos, gleba) e, em troca, cumpriam corveias (trabalho obrigatório), taxas e outros encargos. Havia limitação da liberdade pessoal: não podiam abandonar a terra livremente e estavam sujeitos a obrigações legais e econômicas do senhor. Fontes clássicas: Marc Bloch, Feudal Society; François-Louis Ganshof, Feudalism; estudos de história agrária medieval.

Justificativa da alternativa D: D descreve com precisão o sistema senhorial: o servo recebia faixas de terra para cultivar (manso/tenência) e, em contrapartida, prestava trabalho gratuito ao senhor e cumpria outras obrigações (corveias, banalidades, dízimos e censos). Essa relação de troca — terra por serviços/rendas — é a marca do servilismo medieval.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta. As “cartas de franquia” libertavam cidades ou individuos em circunstâncias específicas, mas não aboliram as corveias de forma geral para os servos rurais; muitas obrigações senhoriais persistiram por séculos.

B — incorreta. Ao contrário do escravo, o servo não podia ser livremente vendido como mercadoria; ele estava ligado à parcela de terra. A venda podia ocorrer junto com a propriedade do terreno, mas não como negociação pessoal independente do lote.

C — incorreta. Embora o cristianismo influenciasse valores sociais (caridade, ideal de justiça), não houve difusão clerical que garantisse mobilidade social generalizada aos servos — a estrutura senhorial restringia fortemente essa mobilidade.

Estratégia para provas: atente às palavras-chave: “servus” vs. “escravo”, “vinculado à terra”, “serviços gratuitos/obrigatórios”. Desconfie de alternativas que confundam cidade com campo (cartas de franquia) ou que atribuam mobilidade ampla sem evidências.

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