Questão e185426a-f6
Prova:UFC 2009
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Os escravos urbanos, em grande parte, exerciam atividades que permitiam sua livre circulação. Comparando-os com os escravos rurais, podemos concluir corretamente sobre a condição escrava que:

A
as escravas urbanas, por se ocuparem dos lares, contavam com a proteção e ajuda de suas senhoras.
B
os escravos rurais sofriam menor número de penalidades, pois pouco conviviam com seus senhores.
C
as crianças nascidas de escravos urbanos tinham sua liberdade assegurada em razão dos lucros que seus pais davam aos donos.
D
os escravos, independente de sua atividade, se igualavam, pois deviam obediência forçada a um senhor e eram privados de autonomia e liberdade.
E
os escravos rurais e urbanos tiveram suas vidas melhoradas após a formação dos primeiros quilombos, pois os senhores passaram a temer as fugas e revoltas.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: compreende-se a diferença entre as experiências de escravos urbanos e rurais e a condição jurídico-social comum a ambos — isto é, apesar de variações nas tarefas e na circulação, ambos eram juridicamente propriedade e privados de autonomia.

Resumo teórico: os escravos urbanos podiam ter maior mobilidade (trabalhos de ofício, comércio, serviços domésticos) e relações mais estreitas com terceiros, o que às vezes favorecia possibilidades de ganho próprio, alforrias e contatos sociais. Já os rurais, nas fazendas e engenhos, viviam sob supervisão rígida, disciplinados por rotina laboral e castigos físicos. No entanto, a condição legal de escravo era a mesma: eram considerados bens do senhor, sem direitos civis plenos (ver Emília Viotti da Costa; João José Reis; Flávio dos Santos Gomes). A abolição só se efetivou com a Lei Áurea (1888).

Por que a letra D está correta: ela afirma que, independentemente da atividade, todos os escravos deviam obediência forçada a um senhor e eram privados de autonomia e liberdade — descrição que corresponde à essência do status escravagista. A diferença entre urbano e rural era de grau e rotina, não de natureza jurídica.

Análise das alternativas erradas:

A — exagera: algumas escravas domésticas tinham relações pessoais com as senhoras, mas isso não garantia proteção generalizada; eram vulneráveis a violência e abuso. (Falsa generalização).

B — incorreta: a convivência com o senhor nem sempre reduzia penalidades; punições eram exercidas tanto no campo quanto na cidade; a afirmação inverte a relação causal.

C — falsa: filhos de escravos não tinham liberdade assegurada por “lucros” dos pais; a escravidão era hereditária até a abolição, salvo casos de manumissão.

E — ingênua: a formação de quilombos pressionou alguns senhores, mas não houve melhora generalizada e imediata das condições de vida de todos os escravos; quilombos foram resistência, não política de proteção patronal.

Dica de interpretação: desconfie de alternativas que transformam exceções (proteções, manumissões) em regra. Busque distinguir entre condição legal (igual para todos) e condições de vida (variáveis).

Fontes sugeridas: Emília Viotti da Costa, João José Reis, Flávio dos Santos Gomes; Lei Áurea (1888).

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