“A colonização dependeu menos da nacionalidade do colonizador e mais do seu tipo de
colonização implantado” Boris Fausto. História do Brasil. op. cit. p.89.
De acordo com o trecho de Boris Fausto, sobre a colonização brasileira pelos holandeses é
correto afirmar que:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: interpretação do papel dos holandeses em Pernambuco sob Maurício de Nassau — o foco é no "tipo de colonização" (administração, políticas econômicas e culturais) mais do que na nacionalidade do colonizador, conforme Boris Fausto.
Resumo teórico: A presença holandesa (1630–1654) vinculou-se à Companhia das Índias Ocidentais (WIC) e ao regime de plantation açucareiro. Maurício de Nassau (1637–1644) implantou uma administração relativamente autônoma e mais pragmática e desenvolvimentista: melhora de infraestruturas, estímulo às artes e às ciências, tolerância religiosa prática e negociação com elites locais para garantir produção e paz social. Fontes: Boris Fausto, História do Brasil; Charles R. Boxer, The Dutch in Brazil.
Por que A está correta: A afirma que Nassau buscou pacificação e governou com colaboração dos luso-brasileiros, adotando políticas menos exclusivamente exploratórias e com viés modernizador — concorda com a historiografia que o descreve como administrador que tentou conciliar interesses locais e da WIC, promovendo obras urbanas, incentivo econômico e certa autonomia administrativa.
Análise das alternativas incorretas:
B — Errada. A afirmação sobre forte atuação da Inquisição durante a dominação holandesa é imprecisa. Os holandeses foram relativamente tolerantes (principalmente com judeus e protestantes) e a Inquisição portuguesa não atuou com a mesma força durante o controle holandês.
C — Errada. Afirma que houve difícil aceitação por parte das terras em “absorver caracteres portugueses” — a realidade mostra negociação e colaboração entre Nassau e elites luso-brasileiras; não foi uma simples rejeição passiva às políticas holandesas.
D — Errada. A Batalha dos Guararapes (1648–49) é central para a expulsão holandesa, mas a ideia de que holandeses haviam construído previamente um “conceito de nacionalidade” local é anacrônica e exagerada; os holandeses não criaram entre a população um projeto nacional holandês.
E — Errada. Embora Nassau tenha estimulado cultura e prestígio local, dizer que ele “imprimiu o imaginário de uma nação puramente brasileira” e aumentou prestígio frente à WIC é exagero: sua política era administrativa e cultural, não nacionalista, e seu relacionamento com a WIC acabou tensionado.
Dicas de prova: foque em palavras-chave como “tipo de colonização”, “políticas” e “colaboração”. Evite leituras anacrônicas (p. ex. 'nação' no sentido moderno) e verifique coerência entre sujeito histórico (Maurício/Nassau) e instituições (WIC, elites locais).
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





