“[...] com seus 10 a 15 mil habitantes, a
Pompeia dos anos 70 d.C. apresentava-se como
uma cidadezinha provinciana enriquecida. Possuía
uma agricultura desenvolvida, que alguns autores
consideram capitalista devido à sua orientação para
o mercado. No campo, predominavam fazendas
escravistas voltadas para a produção de
mercadorias, trigo, azeite e, principalmente, vinhos
de diversas qualidades: populares, aromatizados,
para aperitivo, medicinais, para citar apenas
alguns. A criação de gado e a floricultura também
eram praticadas no campo. As principais
manufaturas encontravam-se concentradas no
interior do recinto urbano: fábricas de cerâmica,
construção civil, tinturarias, lavanderias,
manufaturas têxteis e de confecções, de conservas
de peixe e panificadoras. Embora não possamos
falar em revolução industrial, não cabe dúvida que
a urbanização ligava-se ao papel articulador do
mercado numa economia baseada no consumo de
massa.”
FUNARI, Pedro Paulo A. A vida quotidiana na Roma antiga.
São Paulo: Annablume, 2003. p.54-55.
No fragmento acima, Pedro Paulo de Abreu Funari
se refere a
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa B
Tema central: identificação de contexto histórico a partir de sinais no texto: população, estrutura produtiva (latifúndios escravistas, vinicultura, manufaturas urbanas) e referência implícita à cidade romana destruída pela erupção do Vesúvio. Saber relacionar indicadores socioeconômicos e cronológicos é essencial em questões de História Geral.
Resumo teórico: No Alto Império Romano (século I d.C.) cidades como Pompeia tinham 10–20 mil habitantes, economia articulada ao mercado (vinho, azeite, cerâmica, conservas), trabalho escravo e manufaturas urbanas. A urbanização não significa Revolução Industrial, mas uma economia de mercado em escala mediterrânea. Fontes: Funari, P. P. A. A vida quotidiana na Roma antiga (2003); cartas de Plínio, o Jovem, sobre a erupção de 79 d.C.
Justificativa da alternativa correta (B): O enunciado descreve precisamente Pompeia: população reduzida, produção vinícola variada, oficinas de cerâmica, tinturarias e panificadoras — características clássicas de uma cidade romana do Império. A menção à destruição pela erupção do Vesúvio liga o quadro histórico a 79 d.C., confirmando a alternativa B como a correta.
Análise das incorretas:
A) Medievalidade e transição feudal → Incorreto: o texto refere-se a economia escravista e a produções típicas do Império Romano; no feudalismo a lógica é senhorial/servil, não “fábricas” urbanas nem produção mercantil em escala mediterrânea.
C) Colônia inglesa na América → Incorreto: referências a vinhos variados, cerâmica e latifúndios escravistas urbanos remete ao Mediterrâneo antigo, não ao contexto colonial anglo-americano (cronologia, produtos e estruturas sociais divergentes).
D) Cidade industrial europeia da Revolução Industrial → Incorreto: o texto destaca explicitamente que “não podemos falar em revolução industrial”; as manufaturas citadas são artesanais/urbanas antigas, não vinculadas às máquinas ou à revolução técnica do século XVIII–XIX.
Dica de interpretação: Procure no enunciado palavras-chave (população, escravidão, tipos de produção, “não revolução industrial”) e cruze com cronologias básicas: escravidão e vinicultura em escala mercantil identificam o mundo romano; industrialização remete à modernidade.
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