Questão de5c377a-b8
Prova:UECE 2013
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

“[...] com seus 10 a 15 mil habitantes, a Pompeia dos anos 70 d.C. apresentava-se como uma cidadezinha provinciana enriquecida. Possuía uma agricultura desenvolvida, que alguns autores consideram capitalista devido à sua orientação para o mercado. No campo, predominavam fazendas escravistas voltadas para a produção de mercadorias, trigo, azeite e, principalmente, vinhos de diversas qualidades: populares, aromatizados, para aperitivo, medicinais, para citar apenas alguns. A criação de gado e a floricultura também eram praticadas no campo. As principais manufaturas encontravam-se concentradas no interior do recinto urbano: fábricas de cerâmica, construção civil, tinturarias, lavanderias, manufaturas têxteis e de confecções, de conservas de peixe e panificadoras. Embora não possamos falar em revolução industrial, não cabe dúvida que a urbanização ligava-se ao papel articulador do mercado numa economia baseada no consumo de massa.”

FUNARI, Pedro Paulo A. A vida quotidiana na Roma antiga.
São Paulo: Annablume, 2003. p.54-55.

No fragmento acima, Pedro Paulo de Abreu Funari se refere a

A
uma cidade medieval que vivenciou o lento processo de transição da economia rural e agrícola do feudalismo para uma economia urbana e mercantil da modernidade.
B
uma cidade romana que viveu o seu apogeu no período do Império, com grande pujança econômica e desenvolvimento urbano grandioso, até sua destruição pela erupção vulcânica do monte Vesúvio.
C
uma colônia inglesa na América que se desenvolveu autonomamente em relação a sua metrópole, praticando comércio com áreas vizinhas e diversificando suas atividades econômicas.
D
uma cidade europeia que teve seu desenvolvimento econômico ligado ao processo de industrialização de manufaturas têxteis e de confecções desenvolvidas a partir da evolução técnica oportunizada pela revolução industrial moderna.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta: Alternativa B

Tema central: identificação de contexto histórico a partir de sinais no texto: população, estrutura produtiva (latifúndios escravistas, vinicultura, manufaturas urbanas) e referência implícita à cidade romana destruída pela erupção do Vesúvio. Saber relacionar indicadores socioeconômicos e cronológicos é essencial em questões de História Geral.

Resumo teórico: No Alto Império Romano (século I d.C.) cidades como Pompeia tinham 10–20 mil habitantes, economia articulada ao mercado (vinho, azeite, cerâmica, conservas), trabalho escravo e manufaturas urbanas. A urbanização não significa Revolução Industrial, mas uma economia de mercado em escala mediterrânea. Fontes: Funari, P. P. A. A vida quotidiana na Roma antiga (2003); cartas de Plínio, o Jovem, sobre a erupção de 79 d.C.

Justificativa da alternativa correta (B): O enunciado descreve precisamente Pompeia: população reduzida, produção vinícola variada, oficinas de cerâmica, tinturarias e panificadoras — características clássicas de uma cidade romana do Império. A menção à destruição pela erupção do Vesúvio liga o quadro histórico a 79 d.C., confirmando a alternativa B como a correta.

Análise das incorretas:

A) Medievalidade e transição feudal → Incorreto: o texto refere-se a economia escravista e a produções típicas do Império Romano; no feudalismo a lógica é senhorial/servil, não “fábricas” urbanas nem produção mercantil em escala mediterrânea.

C) Colônia inglesa na América → Incorreto: referências a vinhos variados, cerâmica e latifúndios escravistas urbanos remete ao Mediterrâneo antigo, não ao contexto colonial anglo-americano (cronologia, produtos e estruturas sociais divergentes).

D) Cidade industrial europeia da Revolução Industrial → Incorreto: o texto destaca explicitamente que “não podemos falar em revolução industrial”; as manufaturas citadas são artesanais/urbanas antigas, não vinculadas às máquinas ou à revolução técnica do século XVIII–XIX.

Dica de interpretação: Procure no enunciado palavras-chave (população, escravidão, tipos de produção, “não revolução industrial”) e cruze com cronologias básicas: escravidão e vinicultura em escala mercantil identificam o mundo romano; industrialização remete à modernidade.

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