O surgimento do tráfico interno de escravos no Brasil esteve relacionado:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — ao fim do comércio de escravos internacional.
Tema central: trata-se do surgimento do tráfico interno (comércio interprovincial) de escravos no Brasil do século XIX. É essencial entender a diferença entre tráfico transatlântico (importação) e o tráfico interno motivado pela redistribuição de mão de obra entre províncias.
Resumo teórico: Com o aumento da demanda por trabalho nas zonas cafeeiras do Sudeste (décadas de 1830–1880) e o cerco internacional ao comércio atlântico, a importação direta de africanos caiu. Leis como a de 7/9/1831 (Lei Feijó, praticamente ineficaz) e, sobretudo, a Lei Eusébio de Queirós (1850) proibiram e dificultaram o comércio exterior. Isso fez crescer o mercado interno: escravos eram deslocados das regiões açucareiras em declínio (Nordeste) para as novas fronteiras agrícolas (Sudeste), gerando forte circulação interna e aumento de preços internos.
Fontes relevantes: Lei Eusébio de Queirós (1850); Lei Feijó (1831); estudos clássicos sobre escravidão no Brasil, como Emília Viotti da Costa (A Abolição) e trabalhos sobre o tráfico interno e a economia cafeeira.
Por que E é correta: o fim (ou forte restrição) do comércio transatlântico criou escassez de oferta externa diante de demanda crescente, fazendo surgir e intensificar o tráfico interno como mecanismo de reposição de mão de obra.
Análise das alternativas incorretas:
- A (diminuição do preço): contrário ao fato histórico — a escassez elevou preços internos.
- B (declínio econômico de Portugal): impreciso; o tráfico interno responde a dinâmicas internas brasileiras e demandas regionais, não diretamente ao quadro econômico português.
- C (chegada de imigrantes europeus): a migração europeia só teve peso maior a partir da abolição/últimas décadas do século XIX e serviu, em parte, para substituir trabalho escravo, não para provocar o tráfico interno.
- D (surgimento do movimento abolicionista): o abolicionismo combatia o sistema escravista; embora suas pressões políticas influenciassem transformações, não foram a causa do aparecimento do tráfico interno — este decorreu da proibição do comércio internacional e da necessidade de realocar escravos dentro do país.
Estratégia de prova: ao ver “surgimento do tráfico interno”, pense primeiro em causa imediata (restrição ao fornecimento externo) e nas demandas econômicas internas; descarte alternativas que invertam causalidade ou misturem fenômenos ocorridos em momentos distintos.
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