No Brasil colonial, a Inquisição teve como foco de perseguição os:

Resposta correta: Alternativa D — “Cristãos novos”

1. Tema central: A questão aborda o alvo principal da ação da Inquisição no contexto colonial português. Para responder, é preciso saber o que motivava a Inquisição (perseguição à heresia e ao judaísmo oculto) e como isso se aplicava às populações vinculadas a Portugal e às suas colônias.

2. Resumo teórico: A Inquisição portuguesa (Tribunal do Santo Ofício, oficializado no século XVI) concentrava-se em perseguir práticas consideradas heréticas, sobretudo o judaísmo praticado em segredo. Os "cristãos novos" eram judeus convertidos (forçados ou não) ao cristianismo e seus descendentes — também chamados de marranos ou conversos — frequentemente acusados de continuar a praticar rituais judaicos em segredo (judaizantes). No Brasil colonial, as ações inquisitoriais vinham principalmente do tribunal em Lisboa, que mirava especialmente esses grupos.

3. Justificativa da alternativa D: A Inquisição tinha como foco central os cristãos novos, por suspeitas de judaísmo oculto e de infidelidade religiosa. Essas acusações de "judaísmo secreto" eram a principal razão para processos, confisco de bens e autos-da-fé envolvendo habitantes das possessões portuguesas.

4. Por que as outras alternativas estão erradas:

A — Jesuítas: Os jesuítas eram, em geral, aliados ao projeto ultramarino e não alvo principal da Inquisição; em alguns contextos houve tensão, mas não eram o foco sistemático.

B — Indígenas: Os povos indígenas foram alvo de evangelização, escravização e violência colonial, mas a Inquisição perseguia heresia como crime religioso institucionalizado — não era voltada prioritariamente contra indígenas.

C — Calvinistas: Protestantes podiam ser perseguidos por heresia, mas no contexto brasileiro a atuação inquisitorial concentrou-se mais em judeus/convertidos; perseguições a calvinistas foram menos sistemáticas e geralmente ligadas a momentos específicos (por exemplo, disputas religiosas na metrópole).

E — Negros batizados: Embora práticas sincréticas pudessem ser alvo de denúncias (feitiçaria, superstição), os negros cristianizados não constituíam o principal foco institucional da Inquisição.

5. Dica de prova: Ao ver “Inquisição” em enunciados, pense em heresia e em judaizantes/cristãos novos. Palavras-chave como "marranos", "cristãos novos" ou "judaísmo oculto" costumam indicar a resposta correta.

Fontes recomendadas: António José Saraiva & Joaquim Serrão, História da Inquisição em Portugal e no Brasil; documentos do Tribunal do Santo Ofício (Arquivo Nacional Torre do Tombo) — para leitura documental e aprofundamento.

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