A doença de Chagas era uma das moléstias que assolava o Brasil do século XVIII e, em especial, a Capitania de Goiás. No decorrer da colonização dessa região, essa doença, considerada endêmica, tornou-se uma ameaça para a vida humana, visto que
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: trata-se da relação entre ocupação colonial do espaço (no caso, a Capitania de Goiás) e a epidemiologia da doença de Chagas — em particular a domiciliação dos insetos vetores (Triatomíneos), que passou de ambiente silvestre para o doméstico.
Resumo teórico progressivo: a doença de Chagas (tripanossomíase americana) é transmitida por triatomíneos que, originalmente, viviam em habitas naturais (tocos, ninhos). Quando a ocupação humana modifica a paisagem — desmatamento, construção de povoados, presença de animais domésticos e habitações rústicas — alguns triatomíneos adaptam-se a viver em casas, aumentando contato com humanos e, portanto, risco de transmissão. (Ministério da Saúde; WHO; Coura & Dias, 2009)
Por que a alternativa A é correta: ela expressa justamente o processo histórico-ecológico observado em áreas de colonização: a alteração do habitat natural do inseto favoreceu sua aproximação ao ambiente domiciliar, elevando a endemicidade e a mortalidade por Chagas. Em Goiás, relatos históricos e estudos entomológicos mostram a presença de triatomíneos silvestres que se adaptaram às moradias rústicas e aos currais, favorecendo o ciclo de transmissão.
Análise das alternativas incorretas:
B — A desnutrição é fator de vulnerabilidade geral à doença, mas não explica aumento de contaminação por vetor; a transmissão depende do contato com o vetor, não diretamente do estado nutricional.
C — Condições de trabalho ruins podem agravar saúde, mas não são a causa específica da disseminação vetorial da doença de Chagas nas áreas de colonização; o fator chave foi a modificação do habitat vetorial.
D — A lentidão do ciclo reprodutivo do inseto não é obstáculo central ao diagnóstico ou tratamento humanos; diagnóstico histórico foi limitado por conhecimento e recursos, não pelo ciclo biológico do vetor.
E — Desabastecimento e estiagem podem piorar condições de vida, mas também não são fatores diretos que expliquem a domiciliação do triatomíneo nem o aumento da transmissão vetorial.
Estratégia para resolver questões assim: procure termos-chave que conectem história ambiental e epidemiologia ("modificação do habitat", "domiciliar", "vetor"); descarte alternativas que apontem causas indiretas ou vagas quando o enunciado pede explicação sobre a dinâmica de transmissão vetorial.
Fontes sugeridas: Ministério da Saúde (Brasil) — Doença de Chagas; WHO — Chagas disease (fact sheet); Coura JR & Dias JC, revisões sobre epidemiologia e controle.
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