Vale a pena ressaltar que o poder paralelo não
acontecia, apenas, nas políticas estaduais e
municipais. Ele ocorria, também, na política
nacional, através das “armações” e “conchavos
políticos” que garantiam a eleição dos candidatos
à presidência da República, indicados pelos
estados mais ricos e poderosos, apesar de a
sede do governo republicano estar situada no Rio
de Janeiro. (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E
CULTURA, 1993, p. 33).
O “poder paralelo” aludido no texto se refere a uma prática
política que caracterizou a República Velha, no Brasil,
denominada
Gabarito comentado
Resposta correta: C — política do café‑com‑leite ou política dos governadores
Tema central: trata-se da República Velha (1889–1930) e das práticas oligárquicas que definiam a política nacional: acordos entre elites estaduais para eleger presidentes, influência de São Paulo e Minas Gerais e o poder dos coronéis nas esferas locais.
Resumo teórico: Durante a República Velha houve um federalismo de fato, mas oligárquico. A chamada política do café‑com‑leite (entre as oligarquias cafeeiras de São Paulo e as agropecuárias de Minas) e a política dos governadores consistiam em conchavos entre os estados mais poderosos para garantir a indicação e eleição de presidentes, com apoio dos chefes locais (coronéis). Essas práticas aparecem em obras de referência (por exemplo, Boris Fausto, História do Brasil; Skidmore, Brazil) e são sintetizadas em manuais escolares (Secretaria de Educação e Cultura, 1993).
Justificativa da alternativa C: o texto menciona “estados mais ricos e poderosos” que garantiam presidentes por “armações e conchavos” — descrição típica da política do café‑com‑leite/política dos governadores, isto é, um pacto inter‑estadual que impunha presidentes oligárquicos mesmo com a capital no Rio. Logo, C nomeia corretamente a prática política indicada.
Análise das alternativas incorretas:
A — federalismo republicano, liberal e democrático: incorreta. Embora houvesse formalmente federalismo, a prática não era liberal/democrática, mas oligárquica e autoritária nos mecanismos eleitorais.
B — unitarismo estatal, centralizado e autoritário: incorreta. A República Velha foi marcada por descentralização do poder (força dos estados), não por centralismo.
D — paternalismo, com apoio das eleições a “bico de pena”: parcialmente verídico quanto a práticas eleitorais fraudulentas e clientelismo (coronelismo), mas a expressão do enunciado aponta para o pacto entre estados que indicava presidentes — conceito mais preciso: política do café‑com‑leite/politica dos governadores, portanto D não nomeia o fenômeno principal.
E — tenentismo: incorreta. Tenentismo foi um movimento militar (anos 1920) opositor ao regime oligárquico, não a prática de conchavos que garantia presidentes.
Dica de interpretação: ao ver no enunciado termos como “estados mais ricos”, “armações” e “indicados pelos estados”, pense em pactos oligárquicos entre estados e não apenas em fraudes locais — procure a alternativa que nomeia esse pacto.
Fontes sugeridas: Boris Fausto, História do Brasil; Thomas E. Skidmore, Brazil: Five Centuries of Change; Secretaria de Educação e Cultura (1993).
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