Mais da metade de todo tráfico de escravos da
África para o Brasil era realizado por traficantes
do Brasil. Isso mesmo, uma parte enorme dos
lucros com o tráfico negreiro acabava ficando com
os habitantes da própria colônia! Os mais ricos
traficantes de escravos moravam em Salvador e
no Rio de Janeiro. Alguns tinham acumulado tanta
fortuna que possuíam mais riquezas que os
latifundiários. Chegavam a agir como banqueiros,
emprestando dinheiro aos fazendeiros da colônia.
(SCHMIDT, 2005, p. 197).
De acordo com o texto, é correto afirmar que os principais
interessados na manutenção do tráfico de africanos
escravizados, no período colonial brasileiro, eram os
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: a questão aborda quem se beneficiava e tinha interesse na manutenção do tráfico transatlântico de africanos durante o período colonial brasileiro — uma leitura econômica e social do sistema escravista.
Resumo teórico: o tráfico negreiro era parte integrante da economia colonial. Traficantes (residentes nas cidades portuárias, especialmente Salvador e Rio) obtinham lucros diretos com a venda de escravizados; os latifundiários (senhores de engenho e fazendas) lucravam indiretamente ao garantir mão de obra forçada e barata. A historiografia (ver SCHMIDT, 2005; Emília Viotti da Costa; Stuart B. Schwartz) destaca o entrelaçamento entre comerciantes, elites agrárias e a reprodução do sistema escravista.
Justificativa da alternativa E: o enunciado afirma que grande parte do tráfico era realizado por traficantes do Brasil e que estes acumulavam fortunas, chegando a atuar como banqueiros dos fazendeiros. Logo, os traficantes e os latifundiários eram os principais interessados — os primeiros pelos lucros do comércio, os segundos pelo acesso contínuo à força de trabalho.
Análise das alternativas incorretas:
A: senhores de currais e tropeiros faziam transporte interno, mas não eram os principais beneficiários do tráfico em escala internacional.
B: tumbeiros/retornados atuavam no lado africano do embarque; não correspondem ao grupo descrito no texto como os grandes lucradores na colônia.
C: líderes da Igreja possuíam propriedades e escravizados, mas não foram os agentes centrais na organização e lucro do tráfico transatlântico conforme o trecho.
D: funcionários portugueses na metrópole controlavam aspectos administrativos, mas o trecho enfatiza agentes locais (da colônia) que lucravam diretamente.
Dica para provas: foque em quem “se beneficiava” e busque no enunciado indicações de lucro e poder econômico; palavras como “lucros”, “moravam em Salvador e no Rio”, “agindo como banqueiros” apontam para comerciantes/latifundiários.
Fontes sugeridas: SCHMIDT (2005) — citado no enunciado; Emília Viotti da Costa; Stuart B. Schwartz — para aprofundamento sobre economia do escravismo.
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