Considerando-se o longo processo de transição do feudalismo
para o capitalismo, é possível se identificar, entre os fatores
do agravamento da crise do feudalismo europeu,
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a questão trata do agravamento da crise do feudalismo — processo histórico marcado pela combinação de fatores econômicos, demográficos e sociais que enfraqueceram as estruturas senhoriais e favoreceram a transição rumo ao capitalismo. Para responder, é preciso identificar fatores negativos (crise agrícola, carestia, fomes, revoltas) típicos dos séculos XIV–XV na Europa.
Resumo teórico: O feudalismo assentava-se na agricultura de subsistência, obrigações pessoais e rendas senhoriais. Entre os séculos XIV e XV ocorreram choques sucessivos: a Grande Fome (1315–1317), a Peste Negra (c.1347–1351) e guerras (ex.: Guerra dos Cem Anos), que reduziram a população, provocaram escassez de alimentos, elevadas carestias e intensificaram revoltas camponesas (Jacquerie, 1358; Revolta dos Camponeses na Inglaterra, 1381). Esses eventos minaram a produção agrícola e o poder dos senhores, acelerando transformações econômicas e sociais (migração para cidades, valorização do trabalho assalariado). Fontes clássicas: Marc Bloch (Feudal Society) e Fernand Braudel (Civilisation matérielle, économie et capitalisme).
Justificativa da alternativa D: D reúne os elementos centrais do agravamento da crise feudal: crise agrícola, revoltas camponesas, carestia e fomes — fatores documentados e interdependentes que fragilizaram a economia rural e as relações servil-senhoriais, promovendo mudanças estruturais.
Análise das alternativas incorretas:
A — A queda do Império Romano do Ocidente (séc. V) pertence a uma fase anterior (antiguidade/alta Idade Média); práticas de colonato e clientelismo explicam transições iniciais, não o agravamento tardio do feudalismo.
B — A tomada de Constantinopla (1453) afetou rotas comerciais, mas não “cortou o fornecimento de alimentos para a Europa feudal”; é uma explicação anacrônica e exagerada para a crise interna dos feudos.
C — As Cruzadas tiveram impactos econômicos e culturais, mas não causaram despovoamento dos feudos a ponto de abrir espaço direto para ocupação burguesa; a urbanização burguesa decorre mais de comércio e indústria emergentes.
E — “Divisão das terras entre senhores e servos” descreve a estrutura feudal, não um fator de crise; a expansão árabe no Mediterrâneo ocorreu em período anterior e não explica o agravamento do feudalismo na Europa ocidental nos séculos XIV–XV.
Estratégia para provas: procure no enunciado sinais temporais e sociais (“agravamento”, “crise”) e selecione alternativas que apontem eventos de crise (fomes, peste, revoltas). Desconfie de causas anacrônicas ou que descrevem a própria estrutura como causa imediata.
Fontes sugeridas: Marc Bloch, Feudal Society; Fernand Braudel, Civilisation matérielle, économie et capitalisme; sínteses de História Medieval em livros didáticos universitários.
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