A escravidão negra era duplamente lucrativa: ao nível da circulação da mercadoria humana, permitindo a acumulação por parte da burguesia traficante, e ao nível da produção. Ao ser vendido como mercadoria, o africano trazia lucros enormes para o comerciante, ao contrário do indígena, cuja escravização seria um negócio local, interno. (ALENCAR et al. 2002. p. 25).
A adoção da escravidão negra, no Brasil, resultou
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a questão trata da origem e função da escravidão africana no Brasil colonial, enfatizando seu papel econômico — tanto no comércio transatlântico quanto na produção colonial.
Resumo teórico: a escravidão negra foi incorporada à expansão do capitalismo atlântico. O tráfico negreiro e o uso massivo de trabalho escravo foram fundamentais para a acumulação de capital nas metrópoles e para a economia açucareira e, depois, cafeeira no Brasil. Obras clássicas: Eric Williams, Capitalism and Slavery (1944), e estudos sobre a economia colonial brasileira (p.ex. ALENCAR et al., 2002) explicam essa articulação entre comércio, lucro e produção.
Justificativa da alternativa C: a letra C afirma que a adoção da escravidão negra decorreu da dinâmica do capitalismo moderno, cujo tráfico negreiro foi uma de suas bases. Isso se alinha ao trecho citado (lucro na circulação e na produção) e à historiografia que vincula tráfico, comércio e acumulação capitalista. Logo, C corresponde ao argumento econômico expresso no enunciado.
Análise das alternativas incorretas:
A — Reduz a questão a uma suposta “inferioridade racial”; trata-se de justificação ideológica posterior que legitima a escravidão, mas não explica sua adoção inicial como prática econômica.
B — Afirma passividade dos africanos; é um estereótipo incorreto e contradito pela ampla resistência e fugas registradas. Além disso, não responde ao argumento econômico do enunciado.
D — Atribui a causa a alianças de chefes africanos com ordens religiosas; é uma explicação marginal e pouco coerente com a escala do tráfico e da acumulação capitalista indicada no texto.
Dica de prova: ao ler enunciados com termos como “circulação”, “produção”, “lucro”, privilegie explicações econômicas. Desconfie de alternativas que expliquem processos estruturais por caráter moral, cultural ou de passividade sem evidência.
Fontes recomendadas: Eric Williams, Capitalism and Slavery; ALENCAR et al., História (2002).
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