Questão d7d315af-ff
Prova:UNICENTRO 2018
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A escravidão negra era duplamente lucrativa: ao nível da circulação da mercadoria humana, permitindo a acumulação por parte da burguesia traficante, e ao nível da produção. Ao ser vendido como mercadoria, o africano trazia lucros enormes para o comerciante, ao contrário do indígena, cuja escravização seria um negócio local, interno. (ALENCAR et al. 2002. p. 25).

A adoção da escravidão negra, no Brasil, resultou

A
da inferioridade racial e cultural do africano, acostumado a ser submetidos ao povos imperialistas.
B
da total passividade dos negros africanos, ao contrário do que ocorreu com os indígenas americanos
C
da própria dinâmica do capitalismo moderno, que teve no tráfico negreiro uma das suas principais fundações.
D
dos interesses e chefes tribais africanos de estabelecerem alianças com ordens religiosas católicas, visando o fortalecimento das suas nações, na luta contra o colonizador.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C

Tema central: a questão trata da origem e função da escravidão africana no Brasil colonial, enfatizando seu papel econômico — tanto no comércio transatlântico quanto na produção colonial.

Resumo teórico: a escravidão negra foi incorporada à expansão do capitalismo atlântico. O tráfico negreiro e o uso massivo de trabalho escravo foram fundamentais para a acumulação de capital nas metrópoles e para a economia açucareira e, depois, cafeeira no Brasil. Obras clássicas: Eric Williams, Capitalism and Slavery (1944), e estudos sobre a economia colonial brasileira (p.ex. ALENCAR et al., 2002) explicam essa articulação entre comércio, lucro e produção.

Justificativa da alternativa C: a letra C afirma que a adoção da escravidão negra decorreu da dinâmica do capitalismo moderno, cujo tráfico negreiro foi uma de suas bases. Isso se alinha ao trecho citado (lucro na circulação e na produção) e à historiografia que vincula tráfico, comércio e acumulação capitalista. Logo, C corresponde ao argumento econômico expresso no enunciado.

Análise das alternativas incorretas:

A — Reduz a questão a uma suposta “inferioridade racial”; trata-se de justificação ideológica posterior que legitima a escravidão, mas não explica sua adoção inicial como prática econômica.

B — Afirma passividade dos africanos; é um estereótipo incorreto e contradito pela ampla resistência e fugas registradas. Além disso, não responde ao argumento econômico do enunciado.

D — Atribui a causa a alianças de chefes africanos com ordens religiosas; é uma explicação marginal e pouco coerente com a escala do tráfico e da acumulação capitalista indicada no texto.

Dica de prova: ao ler enunciados com termos como “circulação”, “produção”, “lucro”, privilegie explicações econômicas. Desconfie de alternativas que expliquem processos estruturais por caráter moral, cultural ou de passividade sem evidência.

Fontes recomendadas: Eric Williams, Capitalism and Slavery; ALENCAR et al., História (2002).

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