Questão d283b16f-dc
Prova:MACKENZIE 2013
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil


A imagem acima, do artista francês Jean-Baptiste Debret, presente em seu livro, Viagem pitoresca e Histórica ao Brasil, retrata uma cena referente aos costumes presentes no Brasil colonial. A respeito da sociedade que se organizou em função da economia agroexportadora, implantada no século XVI, em nosso país é correto afirmar que

A
a colonização do Brasil, durante o século XVI, sustentou-se, exclusivamente, na escravidão do aborígine, em que o escravo africano estava presente apenas para realizar as tarefas domésticas, como documenta a imagem acima.
B
seguindo os moldes europeus, transpuseram-se para a colônia brasileira os princípios do feudalismo, em que a relação servil impunha para os trabalhadores africanos uma série de obrigações perante seus senhores, presentes na imagem.
C
a predominância na utilização do trabalho escravo, em detrimento da escravidão dos indígenas é justificada, principalmente, na dificuldade de adaptar-se o índio ao trabalho, já que nas sociedades tribais é incumbência feminina o trabalho na lavoura.
D
a mão de obra africana representou a base das atividades econômicas do Brasil colonial, pois, além de trabalhar nos engenhos e nas minas, os africanos também foram utilizados em outros setores como, no transporte, comércio e serviço doméstico.
E
o senhor de engenho monopolizava a riqueza e, com ela, o prestígio e o poder de comando em suas terras. Na vida doméstica, contudo, o convívio entre senhores e escravos era permeado por relações mais informais, como demonstra a imagem de Debret.

Gabarito comentado

Pedro VandréMonitor do Qconcursos

Sobre a imagem proposta pela questão, vamos selecionar a alternativa correta:


A) Incorreta – A escravidão indígena foi de fato utilizada no início da colonização, mas a escravidão africana rapidamente se tornou predominante, especialmente a partir do século XVII. Além disso, os africanos escravizados não estavam presentes apenas para realizar tarefas domésticas, como sugere essa alternativa. Eles desempenhavam funções essenciais na economia açucareira e mineradora, por exemplo.


B) Incorreta – No Brasil, as relações de trabalho não eram baseadas na servidão, base do feudalismo, mas na escravidão, que era uma forma de exploração muito mais extrema. No feudalismo, os servos tinham certa autonomia e vínculo com a terra, o que não era o caso dos escravizados africanos no Brasil, que eram propriedade dos senhores. Portanto, essa comparação é historicamente imprecisa.


C) Incorreta – Embora tenha havido resistência dos indígenas ao trabalho forçado e fuga das plantações, a predominância da escravidão africana no Brasil colonial não se deve exclusivamente à questão da adaptação dos indígenas ao trabalho. Outros fatores, como a lucratividade do tráfico de escravos africanos e a mortalidade dos indígenas devido às doenças trazidas pelos europeus, foram mais determinantes. Além disso, a divisão de trabalho por gênero nas sociedades indígenas também não é um fator central para justificar a mudança para a escravidão africana.


D) Correta – Desde o século XVI, a economia brasileira se estruturou em torno da agroexportação, especialmente o cultivo de açúcar nos engenhos. Os africanos escravizados foram a principal força de trabalho nesse contexto. Além de trabalharem nos engenhos e nas minas, como descrito, também foram empregados em outras funções, incluindo serviços domésticos e transporte. A imagem de Debret retrata essa complexidade da escravidão no Brasil, mostrando um cenário doméstico, o que reforça a versatilidade dos papéis desempenhados pelos escravizados.


E) Incorreta – Embora a imagem mostre um cenário doméstico, é equivocado afirmar que o convívio entre senhores e escravos era "permeado por relações mais informais". A relação entre senhores e escravos, mesmo no ambiente doméstico, era marcada por violência, opressão e controle. A informalidade na convivência não condiz com o caráter explorador e desigual dessa relação. Além disso, a imagem de Debret não deve ser interpretada como uma amostra generalizada da vida cotidiana, pois muitos relatos e documentos indicam que o tratamento aos escravos era brutal, mesmo nas casas.


Gabarito – Letra D


Referência:


DE SOUZA, FLAVIA FERNANDES. "Escravas do lar: as mulheres negras e o trabalho doméstico na Corte Imperial." Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação (2012).


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