“Entre 1838 e 1901, a U. S. Navy realizou
12 (doze) viagens para a América Latina, as quais
foram documentadas pelos comandantes dos
navios, por meio de narrativas, relatos e diários de
viagens. Esse aparato discursivo teve ampla
circulação entre a Europa e as Américas,
especialmente entre as associações científicas e
academias militares.”
JUNQUEIRA, Mary A. Ciência, técnica e as
expedições da marinha de guerra norte-americana,
U.S. Navy, em direção à América Latina (1838-
1901). In: Varia História. v.23 n.38. Belo Horizonte
jul./dez. 2007. p. 334-349.
Segundo a autora, as viagens da Marinha
Americana à América Latina
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: trata-se da atuação da U.S. Navy (séculos XIX–início do XX) como vetor de circulação de saberes, técnicas e contatos diplomáticos na América Latina — ou seja, viagens que produziram relatos científicos e militares e alimentaram redes transnacionais de intercâmbio (cf. Junqueira, 2007).
Resumo teórico: as expedições navais cumpriam funções múltiplas: mapeamento hidrográfico, coleta de exemplares naturais, observações científicas, divulgação de capacidades técnicas e criação de redes entre academias militares e sociedades científicas. Esse conjunto vinculou ciência e poder naval, contribuindo para uma maior interconexão atlântica (ver também Mahan, The Influence of Sea Power, 1890).
Justificativa da alternativa A: os relatos, diários e publicações dos comandantes circulavam entre associações científicas e militares na Europa e nas Américas, permitindo troca de conhecimentos, padronização de técnicas e estabelecimento de contatos entre oficiais, cientistas e autoridades portuárias. Essa circulação caracteriza precisamente o estabelecimento de redes de relações e intercâmbios variados num mundo cada vez mais interconectado — alinhando-se ao argumento de Junqueira (2007).
Análise das alternativas incorretas:
B — Errada. Embora os comandantes tenham produzido narrativas, o objetivo principal não era criar romances literários sobre a região; os relatos tinham função científica, técnica e estratégica, e serviam para legitimar presença e conhecimento.
C — Errada. As viagens não se resumiram à criação de associações científicas locais. Havia circulação de saberes entre instituições já existentes (sociedades científicas, academias militares), mas a Marinha norte‑americana não fundou em massa associações científicas locais na América Latina.
D — Errada. A alternativa apresenta contradição: classifica as viagens como “atividades isoladas” e, ao mesmo tempo, afirma continuidade do interesse, além de minimizar o papel estruturante dessas expedições. Na realidade, as ações foram integradas a políticas científicas e estratégicas de longo prazo, com repercussões contínuas.
Estratégia de resolução: ao ler o enunciado, destaque palavras-chave (por exemplo, “circulação”, “associações científicas”, “relações”) e confronte com a consequência lógica. Desconfie de alternativas que apresentam objetivos anacrónicos (p.ex. “romances”) ou que contrariam o alcance transnacional explicitado no texto.
Fontes: Mary A. Junqueira, “Ciência, técnica e as expedições da marinha de guerra norte‑americana…”, Varia História, 2007; Alfred T. Mahan, The Influence of Sea Power upon History, 1890.
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